Elemento | |
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55CsCésio132.905451922
8 18 18 8 1 |
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Propriedades básicas | |
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Número atômico | 55 |
Massa atômica | 132.90545192 amu |
Família de elementos | Metais alcalinos |
Período | 6 |
Grupo | 1 |
Bloquear | s-block |
Ano de descoberta | 1860 |
Distribuição de isótopos |
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133Cs 100% |
Propriedades físicas | |
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Densidade | 1.873 g/cm3 (STP) |
(H) 8.988E-5 Meitnério (Mt) 28 | |
Fusão | 28.55 °C |
Hélio (He) -272.2 Carbono (C) 3675 | |
Ebulição | 690 °C |
Hélio (He) -268.9 Tungstênio (W) 5927 |
Propriedades químicas | |
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Estados de oxidação (menos comum) | +1 (-1) |
Potencial da primeira ionização | 3.894 eV |
Césio (Cs) 3.894 Hélio (He) 24.587 | |
Afinidade eletrônica | 0.472 eV |
Nobélio (No) -2.33 (Cl) 3.612725 | |
Eletro-negatividade | 0.79 |
Césio (Cs) 0.79 (F) 3.98 |
Raio atômico | |
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Raio covalente | 2.32 Å |
(H) 0.32 Francium (Fr) 2.6 | |
Van der Waals raio | 3.43 Å |
(H) 1.2 Francium (Fr) 3.48 | |
Raio metálico | 2.65 Å |
Berílio (Be) 1.12 Césio (Cs) 2.65 | |
Compostos | ||
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Fórmula | Nome | Estado de oxidação |
CsCl | Cloreto de césio | +1 |
CsI | Iodeto de césio | +1 |
CsOH | Hidróxido de césio | +1 |
CsBr | Brometo de césio | +1 |
Cs2SO4 | Sulfato de césio | +1 |
CsF | Fluoreto de césio | +1 |
CsNO3 | Nitrato de césio | +1 |
Cs2CO3 | Carbonato de césio | +1 |
CsHCO3 | Bicarbonato de césio | +1 |
C18H35CsO2 | Estearato de césio | +1 |
Cs2AgBiBr6 | Hexabromobismutato de prata dicésio | +1 |
Cs2CoF6 | Hexafluorocobaltato de césio (IV) | +1 |
Propriedades eletrônicas | |
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Elétrons por camada | 2, 8, 18, 18, 8, 1 |
Configuração eletrônica | [Xe] 6s1 |
Modelo de átomo de Bohr
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Diagrama de caixa orbital
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Elétrons de valência | 1 |
Estrutura de pontos de Lewis |
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Visualização Orbital | |
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Elétrons | - |
Césio (Cs): Elemento da Tabela Periódica
Resumo
O césio representa o metal alcalino estável mais pesado, com número atômico 55, exibindo propriedades químicas e físicas notáveis que o distinguem no Grupo 1 da tabela periódica. O elemento demonstra o menor valor de eletronegatividade entre todos os elementos estáveis, 0,79 na escala de Pauling, e possui o maior raio atômico, aproximadamente 260 picômetros. O césio funde-se a 28,5°C e ferve a 641°C, sendo um dos cinco metais elementares que permanecem líquidos próximo à temperatura ambiente. O único isótopo estável Cs-133 serve como base fundamental para a medição de tempo atômico, enquanto o isótopo radioativo Cs-137 encontra ampla aplicação em contextos industriais e médicos. As aplicações industriais concentram-se principalmente em fluidos de perfuração à base de formiato de césio, tecnologia de relógios atômicos e processos químicos especializados que exigem suas propriedades eletroquímicas únicas.
Introdução
O césio ocupa a posição 55 na tabela periódica, representando o ápice das tendências dos metais alcalinos no Grupo 1. Sua configuração eletrônica [Xe] 6s¹ posiciona o único elétron de valência no sexto nível energético, resultando no caráter metálico mais pronunciado entre os elementos estáveis. O elemento demonstra comportamento clássico de metal alcalino, enquanto exibe valores extremos para raio atômico, energia de ionização e eletronegatividade, refletindo o tamanho atômico substancial e os efeitos de blindagem nuclear.
A descoberta ocorreu em 1860, por meio do trabalho pioneiro em espectroscopia de Robert Bunsen e Gustav Kirchhoff, que identificaram linhas de emissão azul-violeta características em resíduos de águas minerais. O nome deriva do latim "caesius", significando azul-acinzentado, refletindo as linhas espectrais distintas que possibilitaram sua identificação. As aplicações modernas exploram a posição única do césio como o elemento mais eletropositivo, com implementações tecnológicas que vão desde cronometragem precisa até operações especializadas de perfuração na indústria petrolífera.
Propriedades Físicas e Estrutura Atômica
Parâmetros Atômicos Fundamentais
O césio apresenta número atômico 55 com configuração eletrônica [Xe] 6s¹, posicionando o único elétron de valência no sexto nível energético principal. A massa atômica mede 132,90545196 ± 0,00000006 u, representando o único isótopo estável Cs-133. O número quântico de spin nuclear I = 7/2 permite aplicações em ressonância magnética nuclear, apesar do grande momento quadrupolo nuclear.
O raio atômico atinge aproximadamente 260 picômetros, estabelecendo o césio como o maior elemento natural em tamanho atômico. O raio iônico para Cs⁺ mede 174 picômetros, significativamente superior aos outros cátions de metais alcalinos, influenciando a química de coordenação e as preferências estruturais em cristais. A carga nuclear efetiva experimentada pelo elétron de valência permanece mínima devido à blindagem extensiva pelas camadas eletrônicas internas, resultando na menor energia de ionização entre os elementos estáveis, 3,89 eV.
Características Físicas Macroscópicas
O césio aparece como um metal macio, de coloração prateada-dourada, com a cor dourada pálida distinta originada pelos efeitos da frequência plasmônica. O metal exibe extrema maleabilidade com dureza de Mohs 0,2, superando todos os outros sólidos à temperatura ambiente. A densidade mede 1,93 g/cm³ nas condições padrão, refletindo o grande volume atômico apesar da massa atômica substancial.
O ponto de fusão ocorre a 28,5°C (301,6 K), posicionando o césio entre os cinco metais elementares que atingem o estado líquido próximo à temperatura ambiente. O ponto de ebulição atinge 641°C (914 K), representando o menor valor entre os metais estáveis, exceto o mercúrio. O calor de fusão mede 2,09 kJ/mol, enquanto o calor de vaporização atinge 63,9 kJ/mol. A capacidade térmica específica à pressão constante é de 0,242 J/(g·K), consistente com as expectativas clássicas da equipartição para metais monoatômicos.
A estrutura cristalina adota uma arranjo cúbico de corpo centrado (bcc) com parâmetro de rede a = 6,13 Å à temperatura ambiente. A estrutura permanece estável ao longo da faixa de temperatura sólida, com coeficiente de expansão térmica de 97 × 10⁻⁶ K⁻¹, refletindo a ligação metálica fraca. A condutividade elétrica mede 4,8 × 10⁶ S/m, enquanto a condutividade térmica atinge 35,9 W/(m·K), ambos os valores refletindo a alta mobilidade do único elétron de valência.
Propriedades Químicas e Reatividade
Estrutura Eletrônica e Comportamento de Ligação
A configuração eletrônica [Xe] 6s¹ dita o comportamento químico do césio através da natureza facilmente ionizável do único elétron de valência. A carga nuclear efetiva experimentada pelo elétron 6s é aproximadamente 2,2, substancialmente reduzida da carga nuclear +55 devido à blindagem pelas camadas eletrônicas internas. Este ambiente eletrônico promove a perda fácil de elétrons, estabelecendo Cs⁺ como o estado de oxidação predominante em condições normais.
A ligação química nos compostos de césio apresenta caráter predominantemente iônico devido à grande diferença de eletronegatividade entre o césio e a maioria dos outros elementos. A ligação metálica no metal césio puro demonstra fraqueza consistente com o grande raio atômico e a nuvem difusa de elétrons de valência. O elemento não pode formar múltiplas ligações ou geometrias complexas de coordenação características dos metais de transição, restringindo sua química a compostos iônicos simples e ligas.
Em condições de pressão extrema superiores a 30 GPa, cálculos teóricos sugerem possível envolvimento dos elétrons 5p na ligação química, permitindo estados de oxidação de +2 a +6 em compostos fluoretos. Essas previsões exigem validação experimental, mas indicam possível expansão da química do césio sob condições não-ambientes.
Propriedades Eletroquímicas e Termodinâmicas
O césio demonstra o menor valor de eletronegatividade entre todos os elementos estáveis, 0,79 na escala de Pauling, refletindo a mínima atração por densidade eletrônica em ligações químicas. Escalas alternativas de eletronegatividade mantêm a mesma classificação, com a eletronegatividade de Mulliken atingindo 0,86 eV. Esta eletropositividade extrema impulsiona transferência espontânea de elétrons para praticamente todos os outros elementos, exceto os metais alcalinos mais pesados.
A primeira energia de ionização mede 3,89 eV (375,7 kJ/mol), representando o menor valor entre os elementos estáveis e facilitando a formação pronta de cátions Cs⁺. A segunda energia de ionização aumenta dramaticamente para 23,15 eV devido à remoção de elétrons do núcleo estável de xenônio. A afinidade eletrônica equivale a 0,472 eV, indicando moderação na estabilidade do ânion Cs⁻ sob condições especializadas.
O potencial de redução padrão para o par Cs⁺/Cs mede -2,92 V versus o eletrodo padrão de hidrogênio, estabelecendo o césio como o agente redutor mais potente entre os elementos estáveis. Esta redução extrema impulsiona reações explosivas com água, ácidos e diversos compostos orgânicos, exigindo armazenamento em atmosferas inertes ou meios hidrocarbonados.
Compostos Químicos e Formação de Complexos
Compostos Binários e Ternários
O césio forma uma extensa série de compostos binários refletindo seu caráter altamente eletropositivo. O óxido de césio Cs₂O cristaliza-se na estrutura anti-fluorita como cristais hexagonais amarelo-alaranjados, decompondo-se acima de 400°C para produzir metal e peróxido. O superóxido CsO₂ representa o produto primário da combustão no ar, demonstrando estabilidade aumentada em relação aos superóxidos dos metais alcalinos mais leves devido às relações favoráveis de energia reticular.
Vários subóxidos exibem composições incomuns, incluindo Cs₇O, Cs₄O, Cs₁₁O₃ e Cs₃O, apresentando césio em estados de oxidação subnormais e exibindo coloração distinta de verde escuro a bronze. Estes compostos demonstram comportamento de aglomerados metálicos com ligações Cs-Cs complementando as interações iônicas convencionais.
Os compostos halogenetos adotam estruturas refletindo o grande tamanho do cátion césio. O fluoreto de césio CsF cristaliza-se na estrutura de cloreto de sódio devido a considerações ótimas de empacotamento, enquanto CsCl, CsBr e CsI adotam a estrutura distinta de cloreto de césio com cátions de césio oito-coordenados. Esta estrutura cúbica maximiza o número de coordenação enquanto acomoda o desajuste de tamanho entre cátions grandes e ânions menores.
Compostos ternários incluem o formiato de césio CsHCO₂, que atinge alta densidade (2,3 g/cm³) em soluções aquosas concentradas, possibilitando aplicações especializadas em fluidos de perfuração. Sais duplos como o alúmen de césio CsAl(SO₄)₂·12H₂O demonstram solubilidade reduzida em comparação com sais simples de césio, facilitando procedimentos de purificação.
Química de Coordenação e Compostos Organometálicos
A química de coordenação do cátion césio reflete o grande raio iônico e baixa densidade de carga, favorecendo números de coordenação superiores aos valores típicos dos metais alcalinos menores. Complexos de éteres coroa demonstram estabilidade aumentada em relação aos metais alcalinos mais leves devido ao melhor ajuste entre o césio e cavidades maiores de éteres coroa. Os éteres coroa 18-crown-6 e maiores exibem afinidade particularmente forte por Cs⁺.
Complexos de criptandos alcançam constantes de estabilidade excepcionais, com o [2.2.2]criptando a formar complexos de inclusão extremamente estáveis com Cs⁺ utilizados em tecnologias de separação. Estes compostos exploram os requisitos de tamanho específicos do cátion césio, permitindo extração seletiva de misturas contendo outros metais alcalinos.
A química organometálica permanece limitada devido ao caráter iônico da ligação do césio. No entanto, o aurida de césio CsAu e o platinida de césio Cs₂Pt representam compostos intermetálicos incomuns onde o ouro e a platina atuam como pseudohalogênios, formando ânions que equilibram os cátions de césio. Estes compostos demonstram reatividade com água e amônia, produzindo gás hidrogênio e precipitados metálicos.
Ocorrência Natural e Análise Isotópica
Distribuição e Abundância Geoquímicas
O césio representa um elemento relativamente raro com abundância crustal média de 3 partes por milhão, classificando-se como o 45º elemento mais abundante e 36º entre os metais. O comportamento geoquímico classifica o césio como elemento incompatível devido ao grande raio iônico, o que impede sua substituição em minerais comuns formadores de rochas durante processos de cristalização. Esta incompatibilidade leva à concentração em processos magmáticos tardios e enriquecimento preferencial em depósitos de pegmatito.
A mineralização primária de césio ocorre em pegmatitos contendo lítio associados a intrusões graníticas. A pollucita Cs(AlSi₂O₆) serve como o principal mineral economicamente viável, apresentando teores de césio entre 20-34% em peso. O mineral forma-se através de alteração hidrotermal de fases precursoras contendo césio durante o resfriamento do pegmatito.
A ocorrência secundária inclui quantidades traço em minerais alcalinos comuns. A silvita KCl e a carnalita KMgCl₃·6H₂O tipicamente contêm 0,002% de césio devido à limitada substituição iônica. A berilo Be₃Al₂(SiO₃)₆ pode incorporar vários por cento de óxido de césio, enquanto minerais especializados incluindo pezzottaíta e londonita atingem teores de óxido de césio superiores a 8% em peso.
Propriedades Nucleares e Composição Isotópica
O césio natural consiste inteiramente no isótopo estável Cs-133 com número de massa 133 e composição nuclear de 55 prótons e 78 nêutrons. O spin nuclear I = 7/2 resulta de partículas nucleares desemparelhadas, possibilitando aplicações em ressonância magnética nuclear apesar das interações quadrupolares originadas da distribuição não esférica da carga nuclear.
Isótopos artificiais abrangem números de massa de 112 a 152, englobando 41 nuclídeos conhecidos com diferentes estabilidades. Cs-137 exibe significância particular devido à meia-vida de 30 anos e características de emissão gama, tornando-o valioso para radiografia industrial e aplicações médicas. O decaimento beta produz Ba-137m, que emite posteriormente radiação gama de 662 keV durante a transição para o estável Ba-137.
Cs-135 demonstra longevidade excepcional com meia-vida de 2,3 milhões de anos, representando o radioisótopo de césio com vida mais longa. Este isótopo origina-se de processos de fissão nuclear, mas apresenta acúmulo limitado em ambientes reatoriais devido à absorção de nêutrons pelo precursor Xe-135. Cs-134 mantém meia-vida de dois anos, encontrando aplicações em medidores industriais e procedimentos médicos.
As seções de choque nuclear para absorção de nêutrons permanecem baixas para a maioria dos isótopos de césio, complicando estratégias de eliminação baseadas em transmutação para resíduos radioativos. A seção de captura de nêutrons térmicos para Cs-133 mede 29 barns, enquanto Cs-137 exibe 0,11 barns, exigindo gestão passiva do decaimento para aplicações em resíduos nucleares.
Produção Industrial e Aplicações Tecnológicas
Métodos de Extração e Purificação
A produção industrial de césio concentra-se no processamento de minério de pollucita através de três metodologias principais: digestão ácida, decomposição alcalina e redução direta. A digestão ácida emprega ácidos fluorídrico e sulfúrico para decompor a matriz de aluminossilicato, liberando o césio como sulfato solúvel. A decomposição alcalina utiliza fusão com carbonato de cálcio a 1000°C, seguida de lixiviação com água para extrair o carbonato de césio.
A redução direta envolve a reação do cloreto de césio com metal cálcio em temperaturas elevadas sob condições de vácuo. Este método produz césio metálico diretamente, mas requer manipulação cuidadosa devido à natureza pirofórica do produto. A destilação a vácuo permite a purificação final, explorando o ponto de ebulição relativamente baixo em comparação com impurezas metálicas.
A separação de outros metais alcalinos explora as propriedades distintas dos compostos de césio. A cristalização fracionada do sulfato de alumínio de césio explora a menor solubilidade em comparação com sais correspondentes de potássio e rubídio. As resinas de troca iônica demonstram seletividade para cátions de césio, especialmente com materiais modificados com éteres coroa que exploram ligação seletiva ao tamanho.
A produção global média é de 5-10 toneladas métricas anualmente, com a Mina Tanco em Manitoba, Canadá, fornecendo aproximadamente dois terços da oferta mundial. As reservas econômicas excedem 300.000 toneladas métricas de césio contido, garantindo segurança no fornecimento por séculos às taxas atuais de consumo. Os custos de processamento permanecem substanciais devido à natureza especializada das aplicações e ao mercado limitado.
Aplicações Tecnológicas e Perspectivas Futuras
A tecnologia de relógios atômicos representa a aplicação mais significativa cientificamente, utilizando a transição hiperfina de átomos de Cs-133 para definir a unidade fundamental de tempo. A frequência de transição de 9.192.631.770 Hz estabelece a definição internacional do segundo desde 1967. Relógios de fonte de césio alcançam precisão superior a uma parte em 10¹⁵, possibilitando sistemas de posicionamento global, sincronização de telecomunicações e pesquisa em física fundamental.
As aplicações em fluidos de perfuração dominam o consumo comercial de césio, com soluções de formiato de césio atingindo densidades até 2,3 g/cm³ para operações de perfuração em alta pressão e temperatura. O perfil ambiental benigno e a capacidade de reciclagem compensam o custo substancial, estimado em $4.000 por barril para soluções concentradas. Estes fluidos permitem acesso a reservas de hidrocarbonetos previamente não econômicas em formações geológicas complexas.
As aplicações fotoelétricas exploram a baixa função de trabalho do metal césio, aproximadamente 2,1 eV, facilitando a emissão de elétrons sob iluminação com luz visível. Os fotocatodos de césio-antimônio e césio-oxigênio-prata alcançam eficiência quântica superior a 20% para faixas específicas de comprimento de onda, possibilitando dispositivos de visão noturna, intensificadores de imagem e fotodetectores especializados.
As aplicações catalíticas utilizam compostos de césio como promotores em processos industriais. O carbonato de césio demonstra basicidade excepcional em síntese orgânica, possibilitando reações impossíveis com bases convencionais. Sistemas de propulsão iônica empregam césio como propelente devido à grande massa atômica e ionização pronta, alcançando valores de impulso específico adequados para manutenção de satélites e missões espaciais profundas.
Aplicações emergentes incluem pesquisa em computação quântica, onde átomos de césio atuam como qubits em computadores quânticos de átomos neutros. Técnicas de armadilha magneto-óptica permitem manipulação precisa de átomos de césio individuais, facilitando operações de portas quânticas e evolução coerente de estados quânticos. As aplicações médicas do Cs-137 abrangem terapia contra o câncer através de braquiterapia e radioterapia externa, enquanto as aplicações industriais incluem inspeção de dutos e testes de materiais.
Desenvolvimento Histórico e Descoberta
A descoberta do césio ocorreu em 1860 através do trabalho colaborativo de Robert Bunsen e Gustav Kirchhoff na Universidade de Heidelberg, representando um dos primeiros elementos identificados por métodos espectroscópicos. Os pesquisadores analisaram resíduos de águas minerais da fonte Dürkheim utilizando técnicas de espectroscopia de chama recém-desenvolvidas, observando linhas de emissão azul-violeta em comprimentos de onda previamente não registrados para elementos conhecidos.
A abordagem espectroscópica representou uma revolução na química analítica clássica, possibilitando a detecção de elementos presentes em quantidades mínimas abaixo do limite de testes químicos convencionais. As tentativas iniciais de isolamento mostraram-se desafiadoras devido à similaridade química com outros metais alcalinos e à quantidade limitada disponível em fontes naturais. Bunsen conseguiu isolar quantidades mensuráveis de cloreto de césio através de cristalização fracionada de concentrados de águas minerais.
As aplicações iniciais permaneceram limitadas à curiosidade científica até o desenvolvimento da tecnologia de válvulas a vácuo no início do século XX. O metal césio encontrou uso como material de "getter" para remoção de gases traço em tubos eletrônicos, enquanto as propriedades fotoelétricas possibilitaram o desenvolvimento de tubos fotomultiplicadores e sistemas de câmera de televisão. A Segunda Guerra Mundial acelerou a pesquisa em aplicações de césio, particularmente em equipamentos de visão noturna e sistemas de radar.
A era atômica trouxe reconhecimento às propriedades nucleares únicas do césio, com Cs-137 emergindo como produto de fissão significativo exigindo gerenciamento em fluxos de resíduos nucleares. Simultaneamente, as frequências precisas de transição atômica do Cs-133 atraíram atenção para aplicações de cronometragem, culminando na redefinição do segundo em 1967.
A química moderna do césio evoluiu através do entendimento dos efeitos de tamanho na química dos metais alcalinos e do reconhecimento de sua posição única como elemento mais eletropositivo. Pesquisas em química sob alta pressão sugerem possível expansão dos estados de oxidação do césio além do tradicional +1, abrindo novas fronteiras na química do césio e na ciência dos materiais.
Conclusão
O césio ocupa posição distinta na tabela periódica como o metal alcalino estável mais pesado, exibindo valores extremos para propriedades fundamentais, incluindo raio atômico, eletronegatividade e energia de ionização. A estrutura eletrônica única com um elétron de valência 6s cria comportamento químico dominado por ligações iônicas e perda fácil de elétrons, estabelecendo Cs⁺ como a espécie predominante em condições normais.
A significância industrial deriva de aplicações especializadas que exploram propriedades únicas do césio, e não usos em larga escala. A tecnologia de relógios atômicos depende das transições nucleares precisas do Cs-133, enquanto as aplicações em fluidos de perfuração utilizam a alta densidade alcançada com soluções de formiato de césio. Desenvolvimentos futuros podem expandir estas aplicações enquanto exploram química potencialmente nova sob condições extremas.
A combinação de importância científica fundamental e aplicações tecnológicas especializadas garante interesse contínuo em pesquisa na química e física do césio. O entendimento dos efeitos de tamanho, comportamento eletroquímico e propriedades nucleares fornece insights sobre tendências mais amplas na química dos metais alcalinos, enquanto apoia o desenvolvimento de tecnologias avançadas que exigem controle preciso de propriedades atômicas e moleculares.

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