Elemento | |
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102NoNobélio259.10092
8 18 32 32 8 2 |
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Propriedades básicas | |
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Número atômico | 102 |
Massa atômica | 259.1009 amu |
Família de elementos | Actinídios |
Período | 7 |
Grupo | 2 |
Bloquear | s-block |
Ano de descoberta | 1966 |
Distribuição de isótopos |
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Nenhum |
Propriedades físicas | |
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Densidade | 9.9 g/cm3 (STP) |
(H) 8.988E-5 Meitnério (Mt) 28 | |
Fusão | 827 °C |
Hélio (He) -272.2 Carbono (C) 3675 |
Propriedades químicas | |
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Estados de oxidação (menos comum) | +3 (+2) |
Potencial da primeira ionização | 6.654 eV |
Césio (Cs) 3.894 Hélio (He) 24.587 | |
Afinidade eletrônica | -2.330 eV |
Nobélio (No) -2.33 (Cl) 3.612725 | |
Eletro-negatividade | 1.3 |
Césio (Cs) 0.79 (F) 3.98 |
Raio atômico |
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Propriedades eletrônicas | |
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Elétrons por camada | 2, 8, 18, 32, 32, 8, 2 |
Configuração eletrônica | [Rn] 5f14 |
Modelo de átomo de Bohr
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Diagrama de caixa orbital
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Elétrons de valência | 16 |
Estrutura de pontos de Lewis |
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Visualização Orbital | |
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Elétrons | - |
Nobelium (No): Elemento da Tabela Periódica
Resumo
O nobelium é um elemento químico sintético com símbolo No e número atômico 102. Nomeado em homenagem a Alfred Nobel, representa o décimo elemento transurânico e o penúltimo membro da série dos actinídeos. Este metal radioativo exibe predominantemente caráter bivalente em solução aquosa, contrastando com o comportamento típico trivalente dos outros actinídeos. O isótopo mais estável, 259No, possui meia-vida de 58 minutos, enquanto o 255No serve como o isótopo principal para experimentação química devido à sua acessibilidade através de reações de bombardeamento. A posição única do nobelium demonstra a transição do comportamento típico dos actinídeos para características mais semelhantes aos metais alcalinos terrosos, estabelecendo sua importância na química dos elementos pesados e pesquisa em física nuclear.
Introdução
O nobelium ocupa posição crítica dentro do sétimo período da tabela periódica como elemento 102, situado entre o mendelévio e o lawrêncio na série dos actinídeos. Sua configuração eletrônica [Rn]5f147s2 estabelece-o como o único elemento do bloco f em que o estado de oxidação +2 predomina sobre o +3 em ambientes aquosos. Este fenômeno resulta da lacuna energética substancial entre os orbitais 5f e 6d no final da série dos actinídeos, combinada com efeitos relativísticos que estabilizam a subcamada 7s. Reivindicações de descoberta surgiram simultaneamente de equipes suecas, americanas e soviéticas durante os anos 1950 e 1960, com a União Internacional de Química Pura e Aplicada creditando eventualmente a equipe soviética de Dubna em 1992. A síntese do elemento requer tecnologia sofisticada de aceleradores de partículas, limitando a pesquisa a instalações nucleares especializadas em todo o mundo.
Propriedades Físicas e Estrutura Atômica
Parâmetros Atômicos Fundamentais
O nobelium possui número atômico 102, correspondendo a 102 prótons e tipicamente 102 elétrons em átomos neutros. A configuração eletrônica no estado fundamental [Rn]5f147s2 exibe o símbolo de termo 1S0, indicando emparelhamento completo de todos os elétrons. A subcamada 5f14 preenchida fornece estabilidade excepcional à configuração do íon No2+, explicando a preferência do elemento por este estado de oxidação. Cálculos de carga nuclear efetiva indicam blindagem significativa pelas camadas eletrônicas internas, enquanto o raio atômico permanece estimado devido à natureza sintética do elemento e meias-vidas extremamente curtas. A primeira energia de ionização mede no máximo (6,65 ± 0,07) eV, baseada em previsões teóricas que assumem remoção do elétron 7s antes da ionização 5f.
Características Físicas Macroscópicas
O metal nobelium em escala macroscópica permanece inacaracterizado experimentalmente devido a limitações de produção em escala atômica. Previsões teóricas sugerem uma estrutura cristalina cúbica de face centrada característica dos actinídeos tardios bivalentes, com raio metálico aproximado de 197 pm. O ponto de fusão previsto de 800°C iguala-se ao estimado para o mendelévio vizinho, enquanto cálculos de densidade resultam em 9,9 ± 0,4 g/cm3. Estimativas de entalpia de sublimação de 126 kJ/mol concordam com valores para o einstênio, férmio e mendelévio, apoiando previsões teóricas de comportamento metálico bivalente. Essas propriedades refletem a posição única do nobelium na fronteira entre a química típica dos actinídeos e características semelhantes aos metais alcalinos terrosos.
Propriedades Químicas e Reatividade
Estrutura Eletrônica e Comportamento de Ligação
A reatividade química do nobelium deriva de sua configuração eletrônica incomum, que favorece estados de oxidação bivalentes devido à estabilidade da subcamada 5f14 preenchida. O íon No2+ demonstra estabilidade notável em solução aquosa, eluindo entre Ca2+ e Sr2+ durante cromatografia de troca catiônica. Este comportamento contrasta fortemente com outros actinídeos, que tipicamente exibem caráter trivalente. A estabilização relativística dos elétrons 7s desestabiliza significativamente o dihidreto de nobelium (NoH2), resultando em extrema ionização com momento dipolar de 5,94 D. A formação de ligações segue padrões de metais alcalinos terrosos em vez das geometrias típicas de coordenação dos actinídeos, refletindo a natureza tipo núcleo dos orbitais 5f neste elemento.
Propriedades Eletroquímicas e Termodinâmicas
O potencial padrão de redução E°(No3+→No2+) equivale a aproximadamente +0,75 V, demonstrando que o No2+ é termodinamicamente mais estável que o No3+ e confirmando o No3+ como agente oxidante potente. Outros potenciais padrão incluem E°(No2+→No0) em -2,61 V e E°(No3+→No0) em -1,26 V, enquanto cálculos teóricos prevêm E°(No4+→No3+) em +6,5 V. As energias de Gibbs de formação para No3+ e No2+ são estimadas em -342 e -480 kJ/mol, respectivamente. A entalpia de hidratação para No2+ alcança 1486 kJ/mol, consistente com comportamento de cátions bivalentes. Esses parâmetros termodinâmicos estabelecem a posição única do nobelium entre os actinídeos e confirmam suas propriedades semelhantes aos metais alcalinos terrosos.
Compostos Químicos e Formação de Complexos
Compostos Binários e Ternários
Os cloretos de nobelium NoCl2 e NoCl3 exibem comportamento não volátil semelhante aos haletos de metais alcalinos terrosos, com ambos compostos fortemente adsorvidos em superfícies sólidas durante experimentos de transporte em fase gasosa. O cloreto bivalente representa a forma mais estável sob condições típicas, consistente com a preferência do nobelium pelo estado de oxidação +2. Cálculos teóricos sugerem que a formação de óxido seguiria a estequiometria NoO em vez dos padrões de sesquióxido típicos dos actinídeos trivalentes. A formação de hidretos produz o composto altamente iônico NoH2, caracterizado por distâncias incomuns entre ligações No–H e transferência significativa de carga. A ausência de quantidades macroscópicas impede investigação sistemática de outros compostos binários, embora extrapolações de elementos vizinhos sugiram diversidade química limitada.
Química de Coordenação e Compostos Organometálicos
A capacidade de complexação do nobelium com diversos ligantes assemelha-se mais à de metais alcalinos terrosos que aos actinídeos típicos. A complexação com íons cloreto mostra maior similaridade ao comportamento do bário, indicando interações fracas de coordenação. Estudos com ligantes citrato, oxalato e acetato em soluções de nitrato de amônio 0,5 M demonstram força de coordenação intermediária entre cálcio e estrôncio, embora mais próxima do estrôncio. O raio iônico de No2+ de 100 pm facilita geometrias de coordenação octaédricas típicas de metais bivalentes. A química organometálica permanece amplamente inexplorada devido a limitações sintéticas, embora previsões teóricas sugiram comportamento tipo elementos do grupo principal com configurações 7s2 dominando as interações de ligação em vez de participação orbital f.
Ocorrência Natural e Análise Isotópica
Distribuição Geoquímica e Abundância
O nobelium não ocorre naturalmente na Terra devido à sua origem sintética e meias-vidas extremamente curtas. Todos os isótopos resultam de reações nucleares artificiais em aceleradores de partículas, sem detecção em amostras terrestres ou extraterrestres. A ausência do elemento em sistemas naturais reflete a instabilidade fundamental de núcleos com 102 prótons, que excedem os limites de estabilidade impostos pelas forças nucleares. Modelos teóricos sugerem que mesmo sob condições extremas durante nucleossíntese estelar, isótopos de nobelium decairiam antes de acumular concentrações detectáveis. Esta característica sintética coloca o nobelium entre os elementos superpesados existentes unicamente através de intervenção tecnológica humana.
Propriedades Nucleares e Composição Isotópica
Quatorze isótopos de nobelium são caracterizados, abrangendo números de massa 248–260 e 262, todos exibindo decaimento radioativo. O isótopo mais estável, 259No, possui meia-vida de 58 minutos e sofre decaimento alfa com energia de aproximadamente 7,5 MeV. Isômeros nucleares existem para os números de massa 250, 251, 253 e 254, com 251mNo exibindo a mais longa meia-vida isomérica de 1,7 segundos. O isótopo 255No, apesar de sua meia-vida mais curta de 3,1 minutos, serve como o principal isótopo para pesquisa devido à produção acessível via reações 249Cf(12C,4n)255No. A fissão espontânea torna-se cada vez mais significativa para isótopos mais pesados, com 258No exibindo meia-vida de apenas 1,2 milissegundos. O isótopo previsto não descoberto 261No pode possuir meia-vida de 3 horas, representando o limite prático para experimentação química.
Produção Industrial e Aplicações Tecnológicas
Metodologias de Extração e Purificação
A produção de nobelium requer instalações de aceleradores de íons sofisticados capazes de gerar feixes de íons pesados de alta energia. A síntese padrão envolve bombardear alvos de 249Cf com íons de 12C em energias de aproximadamente 73 MeV, alcançando taxas de produção de cerca de 1200 átomos por minuto sob condições ideais. O momento de recuo das reações nucleares transporta átomos produzidos para finas folhas coletoras metálicas posicionadas atrás dos alvos em câmaras de vácuo. Sistemas de transporte por jato de gás utilizando gás hélio transportador e aerossóis de cloreto de potássio permitem transporte átomo por átomo através de tubos capilares por distâncias superiores a dez metros. A separação química explora o caráter bivalente único do nobelium, empregando colunas de extração com ácido fosfórico bis-(2-etilhexil) ou cromatografia de troca catiônica com eluentes de ácido clorídrico diluído. Essas técnicas alcançam eficiência suficiente para investigações de química de átomo único apesar das taxas extremamente baixas de produção.
Aplicações Tecnológicas e Perspectivas Futuras
As aplicações atuais do nobelium concentram-se exclusivamente em pesquisa fundamental em física nuclear e química de elementos pesados. O elemento serve como caso crítico para testar modelos teóricos prevendo propriedades de elementos superpesados e fornece validação experimental para cálculos mecânicos quânticos relativísticos. Estudos do comportamento químico do nobelium contribuem para compreender o término da série dos actinídeos e a transição para elementos pós-actinídeos. Aplicações futuras podem surgir em pesquisa de física nuclear, particularmente investigações de caminhos de síntese de elementos superpesados e estudos de estrutura nuclear. O papel do elemento na validação de frameworks teóricos para previsão de elementos superpesados mantém sua importância para avanço científico, embora aplicações tecnológicas práticas permaneçam limitadas pelas restrições de produção e decaimento radioativo.
Desenvolvimento Histórico e Descoberta
A descoberta do elemento 102 desenrolou-se através de reivindicações concorrentes de três grupos internacionais de pesquisa durante os anos 1950 e 1960. Cientistas suecos do Instituto Nobel anunciaram primeiro sua detecção em 1957, relatando partículas alfa de 8,5 MeV provenientes de bombardeamento de cúrio com íons de carbono-13 e propondo o nome "nobelium" em homenagem a Alfred Nobel. Pesquisadores americanos do Laboratório Nacional Lawrence Berkeley tentaram confirmação em 1958, mas falharam em reproduzir os resultados suecos, detectando assinaturas de decaimento diferentes que posteriormente se mostraram incorretas. Cientistas soviéticos do Instituto Conjunto de Pesquisa Nuclear em Dubna conduziram investigações paralelas, inicialmente em 1958 e posteriormente em experimentos mais definitivos entre 1964–1966. O trabalho da equipe de Dubna em 1966 forneceu a primeira identificação conclusiva dos isótopos de nobelium através de cuidadosa separação química e análise de decaimento nuclear. Após décadas de disputas de nomenclatura e prioridade, a União Internacional de Química Pura e Aplicada atribuiu o crédito da descoberta à equipe soviética em 1992, mantendo o nome "nobelium" proposto pelos suecos devido a seu uso estabelecido na literatura científica.
Conclusão
O nobelium representa posição única na fronteira entre química dos actinídeos e elementos pós-actinídeos, exibindo predominantemente comportamento bivalente que o distingue de todos os outros elementos do bloco f. Sua natureza sintética e meias-vidas extremamente curtas limitam a pesquisa a instalações nucleares sofisticadas, onde técnicas de química de átomo único permitem investigações fundamentais sobre propriedades de elementos pesados. O comportamento do elemento valida previsões teóricas sobre efeitos relativísticos em elementos superpesados e fornece dados experimentais cruciais para compreender os limites da estabilidade nuclear. Direções futuras incluem síntese de isótopos com meias-vidas mais longas, medições termodinâmicas detalhadas e exploração da química organometálica. O papel do nobelium como ponte entre territórios químicos conhecidos e desconhecidos garante sua importância contínua no avanço do entendimento da matéria nos extremos da estabilidade nuclear.

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