Elemento | |
---|---|
113NhNiônio2862
8 18 32 32 18 3 |
Propriedades básicas | |
---|---|
Número atômico | 113 |
Massa atômica | 286 amu |
Família de elementos | Outros metais |
Período | 7 |
Grupo | 13 |
Bloquear | p-block |
Ano de descoberta | 2003 |
Distribuição de isótopos |
---|
Nenhum |
Propriedades físicas | |
---|---|
Densidade | 16 g/cm3 (STP) |
(H) 8.988E-5 Meitnério (Mt) 28 |
Propriedades químicas |
---|
Raio atômico |
---|
Propriedades eletrônicas | |
---|---|
Elétrons por camada | 2, 8, 18, 32, 32, 18, 3 |
Configuração eletrônica | [Rn] 5f14 |
Modelo de átomo de Bohr
| |
Diagrama de caixa orbital
| |
Elétrons de valência | 3 |
Estrutura de pontos de Lewis |
|
Visualização Orbital | |
---|---|
| |
Elétrons | - |
Reações |
---|
2 NH = N2 + H2 |
Nihônio (Nh): Elemento da Tabela Periódica
Resumo
O Nihônio (Nh, número atômico 113) representa o primeiro elemento superpesado sintético descoberto na Ásia Oriental, ocupando uma posição crítica no Grupo 13 da tabela periódica. Este metal pós-transição exibe extrema instabilidade nuclear, com todos os isótopos conhecidos apresentando meias-vidas medidas em segundos ou milissegundos. O elemento demonstra comportamento químico previsto compatível com as características do Grupo 13, incluindo um estado de oxidação preferencial de +3 e propriedades metálicas. Primeiramente sintetizado no RIKEN em 2004 por meio de técnicas de bombardeamento de íons pesados, o nihônio existe exclusivamente em ambientes de laboratório com produção de átomos individuais. Sua importância estende-se além da química nuclear, contribuindo para o entendimento teórico da estabilidade de elementos superpesados e dos efeitos relativísticos na estrutura atômica. Pesquisas atuais concentram-se na síntese de isótopos e estudos de decaimento nuclear, com possíveis implicações na descoberta de elementos na ilha teorizada de estabilidade.
Introdução
O Nihônio ocupa a posição 113 na tabela periódica, localizando-se no Grupo 13 (grupo do boro) do sétimo período. Sua estrutura eletrônica [Rn] 5f¹⁴ 6d¹⁰ 7s² 7p¹ o coloca entre os elementos do bloco p, com um elétron não emparelhado no orbital 7p determinando suas propriedades químicas. O elemento representa o culminar de várias décadas de pesquisa em elementos superpesados, marcando o primeiro elemento descoberto em uma instalação de pesquisa asiática. Nomeado a partir de "Nihon", palavra japonesa para Japão, comemora a conquista da equipe de pesquisa do RIKEN em estender a tabela periódica além dos elementos naturalmente existentes.
A síntese do nihônio envolve técnicas sofisticadas de física nuclear, especificamente o bombardeamento de alvos de bismuto-209 com íons acelerados de zinco-70. Este processo gera taxas extremamente baixas de produção, produzindo tipicamente átomos individuais que decaem em milissegundos após sua formação. A posição do elemento na região conhecida como "ilha da instabilidade" fornece insights cruciais sobre a estrutura nuclear e os fatores que governam a estabilidade de elementos superpesados. Previsões teóricas sugerem que o nihônio deve exibir propriedades metálicas similares aos seus homólogos mais leves no Grupo 13, embora a verificação experimental seja limitada devido à sua extrema instabilidade.
Propriedades Físicas e Estrutura Atômica
Parâmetros Atômicos Fundamentais
O Nihônio possui número atômico 113, correspondendo a 113 prótons em seu núcleo. A configuração eletrônica prevista [Rn] 5f¹⁴ 6d¹⁰ 7s² 7p¹ reflete o preenchimento dos subníveis eletrônicos até o sétimo período, com o único elétron no orbital 7p determinando seu comportamento químico. A estrutura atômica apresenta efeitos relativísticos significativos devido à alta carga nuclear, causando contração dos orbitais s e p e expansão dos orbitais d e f. Essas correções relativísticas influenciam tanto as propriedades químicas quanto a estabilidade nuclear.
O isótopo mais estável conhecido, ²⁸⁶Nh, contém 173 nêutrons, resultando em uma razão nêutron-próton de aproximadamente 1,53. Esta razão posiciona o isótopo em uma região de instabilidade nuclear, onde a força nuclear forte não consegue superar adequadamente a repulsão eletrostática entre prótons. Cálculos de carga nuclear efetiva indicam efeitos substanciais de blindagem pelos elétrons internos, com o elétron 7p experimentando uma atração nuclear significativamente reduzida em comparação com elétrons das camadas internas. Previsões de raio atômico baseadas em tendências periódicas sugerem valores comparáveis ao tálio, embora medições experimentais ainda não estejam disponíveis.
Características Físicas Macroscópicas
Previsões teóricas indicam que o nihônio deve existir como um sólido metálico em temperatura e pressão padrão, exibindo propriedades compatíveis com metais pós-transição. Cálculos de densidade baseados em extrapolações periódicas sugerem valores aproximadamente 16-17 g/cm³, embora a confirmação experimental seja impossível devido à sua meia-vida extremamente curta. Previsões sobre a estrutura cristalina favorecem arranjos de ligação metálica similares a outros elementos do Grupo 13, potencialmente adotando estruturas cúbicas de face centrada ou hexagonais compactas.
Os pontos de fusão e ebulição permanecem indeterminados experimentalmente, mas estimativas teóricas sugerem valores inferiores aos dos elementos mais leves do Grupo 13 devido aos efeitos relativísticos que enfraquecem a ligação metálica. Capacidade térmica específica, condutividade térmica e resistividade elétrica não podem ser medidas diretamente, embora tendências periódicas sugiram comportamento metálico com condutividade elétrica moderada. Transições de fase e formas alotrópicas permanecem puramente teóricas, com nenhuma informação experimental disponível para amostras macroscópicas.
Propriedades Químicas e Reatividade
Estrutura Eletrônica e Comportamento de Ligação
O único elétron 7p na camada mais externa do nihônio determina seu comportamento químico, com cálculos teóricos prevendo estados de oxidação de +1 e +3. O estado de oxidação +3 apresenta maior estabilidade termodinâmica devido à formação de uma configuração eletrônica similar à de gases nobres [Rn] 5f¹⁴ 6d¹⁰ 7s². Os efeitos relativísticos influenciam significativamente as características de ligação, com o orbital 7s experimentando contração considerável e o orbital 7p mostrando participação reduzida em ligações químicas comparado aos análogos mais leves.
A ligação covalente em compostos de nihônio é prevista para envolver orbitais híbridos incorporando contribuições de 7s e 7p, embora o grau de hibridização possa diferir dos elementos mais leves do Grupo 13 devido às correções relativísticas. As energias de ligação para ligações Nh-X (onde X representa vários ligantes) são estimadas como mais fracas que as ligações Tl-X correspondentes, refletindo a menor superposição entre o orbital 7p difuso e os orbitais dos ligantes. Previsões de química de coordenação sugerem geometrias octaédricas ou tetraédricas para complexos de Nh(III), dependendo da força do campo ligante e considerações estéricas.
Propriedades Eletroquímicas e Termodinâmicas
Os valores de eletronegatividade do nihônio, calculados por várias escalas, variam aproximadamente de 1,6 a 1,8, posicionando-o entre o índio e o tálio em reatividade química. A primeira energia de ionização é prevista em aproximadamente 7,3-7,6 eV, refletindo a ligação relativamente fraca do elétron 7p. As energias de ionização subsequentes mostram aumentos substanciais, com a segunda energia de ionização estimada em 20-22 eV e a terceira em aproximadamente 30 eV, compatíveis com a remoção de elétrons de orbitais cada vez mais estáveis.
Os potenciais de redução padrão para espécies de nihônio permanecem teoricamente estimados, com pares Nh³⁺/Nh previstos para exibir potenciais em torno de -1,0 a -1,2 V versus eletrodo de hidrogênio padrão. Estes valores sugerem que o metal nihônio deve ser prontamente oxidado em soluções aquosas, similar a outros metais do Grupo 13. Cálculos de afinidade eletrônica indicam um pequeno valor negativo, aproximadamente -0,3 eV, sugerindo que átomos de nihônio não formam prontamente ânions estáveis. Considerações de estabilidade termodinâmica para vários estados de oxidação favorecem compostos de Nh(III) sobre espécies Nh(I) na maioria dos ambientes químicos.
Compostos Químicos e Formação de Complexos
Compostos Binários e Ternários
Previsões teóricas indicam que o nihônio deve formar compostos binários análogos a outros elementos do Grupo 13, incluindo óxidos, halogenetos e calcogenetos. Nh₂O₃ representa o óxido mais estável, exibindo caráter anfotérico com propriedades ácidas e básicas dependendo das condições reacionais. A estrutura do composto é prevista para adotar uma configuração tipo corundum similar ao óxido de alumínio, embora os parâmetros da rede cristalina reflitam o maior raio atômico do nihônio.
Compostos halogenetos incluindo NhF₃, NhCl₃, NhBr₃ e NhI₃ devem exibir caráter iônico com geometrias moleculares trigonais planas na fase gasosa. As estruturas no estado sólido provavelmente envolvem arranjos de rede estendida com números de coordenação elevados em torno dos centros de nihônio. Entalpias de formação para estes compostos são previstas como menos negativas que os compostos correspondentes do tálio, refletindo interações de ligação mais fracas. Compostos ternários como o sulfato de nihônio Nh₂(SO₄)₃ e o nitrato de nihônio Nh(NO₃)₃ devem demonstrar características de solubilidade intermediárias entre os análogos de alumínio e tálio.
Química de Coordenação e Compostos Organometálicos
Complexos de coordenação de nihônio(III) são previstos para exibir geometrias octaédricas com números de coordenação seis, embora arranjos tetraédricos possam ocorrer com ligantes volumosos ou sob condições eletrônicas específicas. As energias de estabilização do campo ligante dependem do grau de participação dos orbitais d, que é mínima para o nihônio devido aos subníveis 6d preenchidos. Ligantes comuns como água, amônia e halogenetos devem formar complexos estáveis com ligações primariamente através de interações eletrostáticas e mecanismos de doação sigma.
A química organometálica do nihônio permanece puramente teórica, com previsões sugerindo que ligações Nh-C seriam significativamente mais fracas que ligações correspondentes formadas por elementos mais leves do Grupo 13. Trimetilnihônio (CH₃)₃Nh e derivados alquila relacionados devem exibir alta reatividade frente ao ar e à umidade, possivelmente sofrendo reações rápidas de hidrólise e oxidação. Complexos de ciclopentadienila e outras espécies organometálicas aromáticas podem demonstrar estabilidade aumentada através de interações de ligação deslocalizadas, embora a verificação experimental permaneça impossível devido à meia-vida extremamente curta do nihônio.
Ocorrência Natural e Análise Isotópica
Distribuição e Abundância Geoquímica
O Nihônio não ocorre naturalmente na Terra, existindo exclusivamente como elemento sintético produzido em instalações de aceleradores de partículas. Sua ausência em ambientes naturais reflete as meias-vidas extremamente curtas de todos os isótopos conhecidos, que impedem seu acúmulo através de quaisquer processos nucleares naturais. Cálculos teóricos de abundância sugerem que mesmo que o nihônio fosse produzido em eventos de nucleossíntese estelar, ele decairia para elementos mais leves antes da incorporação em materiais planetários.
A natureza sintética do elemento significa que sua abundância terrestre é efetivamente zero, com quantidades totais produzidas medidas em átomos individuais em vez de unidades de massa convencionais. Estimativas de abundância cósmica permanecem puramente especulativas, embora modelos teóricos sugiram que isótopos de nihônio poderiam existir momentaneamente em ambientes astrofísicos de alta energia, como fusões de estrelas de nêutrons ou explosões de supernovas. Estas condições extremas poderiam potencialmente gerar isótopos ricos em nêutrons de elementos superpesados antes de seu rápido decaimento para espécies estáveis.
Propriedades Nucleares e Composição Isotópica
O conhecimento atual abrange três isótopos confirmados de nihônio: ²⁸⁴Nh, ²⁸⁵Nh e ²⁸⁶Nh. O isótopo mais estável, ²⁸⁶Nh, exibe uma meia-vida de aproximadamente 9,5 segundos, sofrendo decaimento alfa para produzir roentgênio-282. ²⁸⁵Nh demonstra uma meia-vida mais curta de aproximadamente 5,5 segundos, enquanto ²⁸⁴Nh decai em milissegundos após sua formação.
O decaimento alfa representa o modo principal de decaimento para todos os isótopos de nihônio conhecidos, com energias de partículas alfa variando de 9,2 a 10,4 MeV dependendo do isótopo específico. Fissão espontânea não foi observada em isótopos de nihônio, embora possa contribuir para o decaimento de isótopos mais pesados se sintetizados. As seções transversais nucleares para a formação do nihônio são extremamente pequenas, tipicamente da ordem de picobarns, refletindo a baixa probabilidade de reações de fusão bem-sucedidas. A estrutura nuclear exibe características compatíveis com previsões teóricas para elementos na ilha da instabilidade, onde efeitos de camada fornecem estabilização limitada contra decaimento espontâneo.
Produção Industrial e Aplicações Tecnológicas
Metodologias de Extração e Purificação
A produção de nihônio requer instalações sofisticadas de aceleração de íons pesados capazes de fornecer feixes de alta intensidade de íons zinco-70 sobre alvos de bismuto-209. A reação primária de síntese, ²⁰⁹Bi + ⁷⁰Zn → ²⁷⁸Nh* + n, produz um núcleo excitado de nihônio que posteriormente sofre evaporação de nêutrons e decaimento alfa. As taxas de produção são extremamente baixas, com eventos de fusão bem-sucedidos ocorrendo uma vez a cada poucas horas sob condições ideais.
A separação do nihônio dos produtos de reação emprega técnicas de cromatografia em fase gasosa e separação eletromagnética, aproveitando sua volatilidade prevista e características de ionização. A detecção baseia-se em assinaturas de decaimento alfa características medidas por detectores de semicondutores de silício, com identificação do isótopo alcançada através da análise de cadeias de decaimento e espectros de energia. Purificação no sentido convencional não pode ser realizada devido ao decaimento rápido do elemento, com átomos individuais sendo detectados e caracterizados antes da transformação nuclear ocorrer.
Aplicações Tecnológicas e Perspectivas Futuras
Aplicações atuais do nihônio limitam-se inteiramente à pesquisa fundamental em física nuclear, sem usos tecnológicos práticos devido à sua extrema instabilidade. Aplicações em pesquisa concentram-se no entendimento da estrutura nuclear, teste de modelos teóricos do comportamento de elementos superpesados e exploração dos limites da estabilidade nuclear. Estas investigações contribuem para o conhecimento mais amplo da física atômica e podem informar esforços futuros para sintetizar isótopos superpesados mais estáveis.
Perspectivas futuras para pesquisa em nihônio concentram-se no potencial descobrimento de isótopos de meia-vida mais longa através de caminhos alternativos de síntese ou combinações de alvo-projétil. Cálculos teóricos sugerem que isótopos ricos em nêutrons poderiam exibir estabilidade aumentada, embora métodos atuais de produção não possam acessar estas espécies. Tecnologias avançadas de aceleradores e novos materiais para alvos podem possibilitar a síntese de isótopos de nihônio anteriormente inacessíveis, potencialmente revelando aplicações em tecnologias nucleares especializadas ou investigações de física fundamental.
Desenvolvimento Histórico e Descoberta
A descoberta do nihônio representa o culminar de esforços internacionais extensos para estender a tabela periódica além dos elementos naturalmente existentes. As primeiras tentativas de sintetizar o elemento 113 iniciaram-se na década de 1990 em múltiplas instalações de pesquisa, incluindo o GSI na Alemanha e o RIKEN no Japão. A equipe de pesquisa japonesa, liderada por Kosuke Morita, alcançou a primeira síntese confirmada do nihônio em 2004 utilizando a instalação do Acelerador Linear do RIKEN.
O processo de descoberta exigiu quase uma década de trabalho experimental, com apenas três cadeias de decaimento confirmadas entre 2004 e 2012. Cada síntese bem-sucedida envolveu o bombardeamento de alvos de bismuto-209 com íons de zinco-70 acelerados a energias de aproximadamente 349 MeV. As assinaturas de decaimento características dos isótopos de nihônio forneceram evidência definitiva para a formação do elemento, embora a confirmação independente por outros grupos de pesquisa tenha permanecido desafiadora devido às taxas extremamente baixas de produção.
O reconhecimento oficial pela União Internacional de Química Pura e Aplicada ocorreu em 2015, após revisão por pares extensa da evidência experimental e verificação das reivindicações de descoberta. O processo de nomenclatura concluiu-se em 2016 com a escolha de "nihônio", honrando a equipe japonesa de descoberta e representando o primeiro elemento nomeado após uma localização na Ásia Oriental. Esta conquista estabeleceu pesquisadores asiáticos como contribuintes líderes na ciência de elementos superpesados e demonstrou o caráter global da pesquisa em física nuclear moderna.
Conclusão
O Nihônio ocupa uma posição única como o primeiro elemento superpesado descoberto na Ásia, contribuindo significativamente para o entendimento da estrutura nuclear e da periodicidade química no sétimo período. Sua síntese demonstra as técnicas sofisticadas necessárias para pesquisa em elementos superpesados e destaca a colaboração internacional essencial para avançar no conhecimento neste campo. Embora aplicações práticas permaneçam ausentes devido à extrema instabilidade nuclear, a descoberta do nihônio fornece insights cruciais sobre os limites fundamentais da existência atômica e os modelos teóricos que governam a estabilidade nuclear.
As direções futuras de pesquisa concentram-se na síntese de isótopos adicionais de nihônio e na exploração de caminhos potenciais para espécies mais estáveis dentro da ilha teorizada de estabilidade. Estas investigações podem revelar fenômenos nucleares inesperados e contribuir para a eventual síntese de elementos superpesados com utilidade prática, representando uma área de fronteira na química nuclear com implicações para a ciência fundamental e potenciais aplicações tecnológicas.

Deixe seu comentário sobre a sua experiência com o balanceador de equação química.