Elemento | |
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48CdCádmio112.41182
8 18 18 2 |
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Propriedades básicas | |
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Número atômico | 48 |
Massa atômica | 112.4118 amu |
Família de elementos | Os metais de transição |
Período | 5 |
Grupo | 2 |
Bloquear | s-block |
Ano de descoberta | 1817 |
Distribuição de isótopos |
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106Cd 1.25% 108Cd 0.89% 110Cd 12.51% 111Cd 12.22% 112Cd 24.13% 114Cd 28.72% 116Cd 7.47% |
106Cd (1.43%) 108Cd (1.02%) 110Cd (14.35%) 111Cd (14.02%) 112Cd (27.68%) 114Cd (32.94%) 116Cd (8.57%) |
Propriedades físicas | |
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Densidade | 8.69 g/cm3 (STP) |
(H) 8.988E-5 Meitnério (Mt) 28 | |
Fusão | 321.18 °C |
Hélio (He) -272.2 Carbono (C) 3675 | |
Ebulição | 765 °C |
Hélio (He) -268.9 Tungstênio (W) 5927 |
Propriedades químicas | |
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Estados de oxidação (menos comum) | +2 (-2, +1) |
Potencial da primeira ionização | 8.994 eV |
Césio (Cs) 3.894 Hélio (He) 24.587 | |
Afinidade eletrônica | -0.700 eV |
Nobélio (No) -2.33 (Cl) 3.612725 | |
Eletro-negatividade | 1.69 |
Césio (Cs) 0.79 (F) 3.98 |
Raio atômico | |
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Raio covalente | 1.36 Å |
(H) 0.32 Francium (Fr) 2.6 | |
Van der Waals raio | 1.58 Å |
(H) 1.2 Francium (Fr) 3.48 | |
Raio metálico | 1.51 Å |
Berílio (Be) 1.12 Césio (Cs) 2.65 | |
Compostos | ||
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Fórmula | Nome | Estado de oxidação |
CdCl2 | Cloreto de cádmio | +2 |
Cd(NO3)2 | Nitrato de cádmio | +2 |
CdSO4 | Sulfato de cádmio | +2 |
CdBr2 | Brometo de cádmio | +2 |
CdO | Óxido de cádmio | +2 |
CdTe | Telureto de cádmio | +2 |
CdSe | Seleneto de cádmio | +2 |
CdI2 | Iodeto de cádmio | +2 |
CdF2 | Fluoreto de cádmio | +2 |
Cd(BF4)2 | Tetrafluoroborato de cádmio | +2 |
Cd(CH3CO2)2 | Acetato de cádmio | +2 |
Cd(CN)2 | Cianeto de cádmio | +2 |
Propriedades eletrônicas | |
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Elétrons por camada | 2, 8, 18, 18, 2 |
Configuração eletrônica | [Kr] 4d10 |
Modelo de átomo de Bohr
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Diagrama de caixa orbital
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Elétrons de valência | 12 |
Estrutura de pontos de Lewis |
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Visualização Orbital | |
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Elétrons | - |
Cádmio (Cd): Elemento da Tabela Periódica
Resumo
O cádmio (Cd) é um metal pós-transição mole e de cor prateada localizado no Grupo 12 da tabela periódica com número atômico 48 e massa atômica 112,414 ± 0,004 u. Este elemento apresenta predominantemente estado de oxidação +2 e forma compostos com importantes aplicações industriais, especialmente em barras de controle de reatores nucleares e células solares fotovoltaicas. O cádmio demonstra estrutura cristalina hexagonal compacta e possui propriedades nucleares únicas, incluindo seções de absorção de nêutrons extraordinariamente altas no isótopo ¹¹³Cd. O elemento ocorre naturalmente em concentrações de 0,1-0,5 ppm na crosta terrestre, associado exclusivamente a minérios de zinco como subproduto. Apesar da baixa abundância natural, as aplicações especializadas do cádmio em tecnologia nuclear e sistemas de energia renovável destacam sua importância em processos industriais modernos, embora preocupações com toxicidade ambiental tenham restringido muitas aplicações tradicionais.
Introdução
O cádmio ocupa a posição 48 na tabela periódica como um metal pós-transição do bloco d, completando a segunda série de transição junto com zinco e mercúrio no Grupo 12. Sua configuração eletrônica [Kr] 4d¹⁰ 5s² estabelece suas propriedades químicas características, com orbitais d preenchidos contribuindo para sua natureza metálica mole e tendência à formação de compostos divalentes. Descoberto simultaneamente em 1817 por Friedrich Stromeyer e Karl Samuel Leberecht Hermann como impureza no carbonato de zinco farmacêutico, o nome do elemento deriva do latim "cadmia" e do grego "καδμεία", referindo-se à calamina e a Cadmo, fundador mitológico de Tebas. Sua relevância industrial emergiu através de aplicações especializadas explorando suas propriedades nucleares e características semicondutoras. A utilização moderna do cádmio concentra-se em sistemas de controle de reatores nucleares e tecnologia fotovoltaica, representando componentes cruciais na infraestrutura de produção e gestão de energia.
Propriedades Físicas e Estrutura Atômica
Parâmetros Atômicos Fundamentais
O cádmio apresenta número atômico 48 com configuração eletrônica [Kr] 4d¹⁰ 5s², posicionando-o entre metais pós-transição com preenchimento completo da camada d. O peso atômico padrão mede 112,414 ± 0,004 u com precisão total, enquanto a notação abreviada expressa 112,41 ± 0,01 u para cálculos rotineiros. Tendências no raio atômico refletem sua posição após a contração da primeira série de transição, resultando em raios metálicos intermediários entre zinco e índio vizinhos. A configuração 4d¹⁰ elimina o magnetismo de metais de transição enquanto contribui para a maleabilidade característica do elemento. Influências da carga nuclear efetiva manifestam-se através de padrões de energia de ionização, com valores da primeira ionização refletindo o efeito do blindagem dos elétrons d sobre os elétrons s de valência.
Características Físicas Macroscópicas
O cádmio apresenta-se como um sólido metálico mole de cor prateada a azulada-cinzenta, exibindo estrutura cristalina hexagonal compacta em condições ambientais. O elemento demonstra excepcional maleabilidade e ductibilidade, permitindo extensa deformação mecânica sem fratura. Medidas de densidade indicam alta concentração de massa típica de metais pesados, enquanto propriedades térmicas refletem força moderada da ligação metálica. Análise estrutural revela número de coordenação doze com empacotamento atômico eficiente, contribuindo para suas propriedades mecânicas. O comportamento de fase abrange características metálicas típicas com transições bem definidas de fusão e ebulição. Variações dependentes da temperatura seguem padrões metálicos comuns, com coeficientes de expansão térmica consistentes com estruturas compactas.
Propriedades Químicas e Reatividade
Estrutura Eletrônica e Comportamento de Ligação
A reatividade química do cádmio deriva de sua configuração eletrônica [Kr] 4d¹⁰ 5s², promovendo estados de oxidação predominantemente +2 através da perda dos dois elétrons s. A configuração d¹⁰ confere estabilidade excepcional, eliminando estados variáveis de oxidação típicos de metais de transição anteriores. Estados secundários +1 manifestam-se em compostos especializados contendo o cátion dímero Cd₂²⁺, demonstrando capacidades de ligação metal-metal. Características de ligação covalente emergem em compostos organometálicos e complexos de coordenação, onde orbitais p e d vazios facilitam padrões de hibridização. O elemento exibe valores moderados de eletronegatividade na escala de Pauling, indicando equilíbrio entre tendências iônicas e covalentes na formação de compostos.
Propriedades Eletroquímicas e Termodinâmicas
O comportamento eletroquímico do cádmio demonstra potenciais de redução padrão característicos de metais moderadamente ativos, com pares Cd²⁺/Cd apresentando valores negativos em relação ao eletrodo padrão de hidrogênio. Energias sucessivas de ionização refletem a estrutura eletrônica, exigindo energia moderada para a primeira ionização enquanto a segunda aumenta significativamente devido à remoção de elétrons no mesmo nível quântico principal. Medidas de afinidade eletrônica indicam baixa tendência à formação de ânions, coerente com seu caráter metálico e natureza eletropositiva. A estabilidade termodinâmica dos compostos varia consideravelmente com a identidade do ânion, mostrando maior estabilidade em sulfetos e óxidos comparados a haletos. Valores de entalpia de formação e energia livre de Gibbs estabelecem frameworks termodinâmicos para prever estabilidade de compostos e espontaneidade de reações sob diversas condições.
Compostos Químicos e Formação de Complexos
Compostos Binários e Ternários
O cádmio forma extensas séries de compostos binários com praticamente todos os elementos não-metálicos, exibindo tendências sistemáticas de estabilidade e estrutura. CdO ocorre em duas formas alotrópicas: modificação marrom amorfa obtida por decomposição térmica e variedade cristalina vermelho-escura com estrutura de sal-gema. O sulfeto de cádmio CdS cristaliza-se nas estruturas hexagonal wurtzita e cúbica blenda de zinco, exibindo coloração amarela característica e propriedades fotocondutivas exploradas em aplicações fotovoltaicas. Compostos halogenados CdCl₂, CdBr₂ e CdI₂ adotam estruturas laminares com coordenação octaédrica, mostrando alta solubilidade em solventes polares. Compostos ternários incluem o telureto de cádmio CdTe, um semicondutor de banda proibida direta com energia ótima para aplicações em células solares.
Química de Coordenação e Compostos Organometálicos
Complexos de coordenação do cádmio demonstram preferência por geometrias tetraédricas e octaédricas, com números de coordenação variando de dois a seis dependendo da estereoeletrônica dos ligantes. Seu caráter de ácido de Lewis mole promove interações fortes com ligantes contendo enxofre e nitrogênio, formando complexos estáveis com tióis, aminas e fosfinas. Considerações de energia de estabilização do campo cristalino são mínimas devido à configuração d¹⁰, permitindo determinação da geometria primariamente por fatores estéricos e eletrostáticos. A química organometálica abrange compostos com ligações σ Cd-C, embora sua estabilidade térmica limitada restrinja aplicações sintéticas. Complexos especializados incluem o alumínio tetraclorado de cádmio(I) contendo o cátion dímero Cd₂²⁺, demonstrando ligação metal-metal em estados de oxidação baixos.
Ocorrência Natural e Análise Isotópica
Distribuição Geoquímica e Abundância
O cádmio apresenta abundância crustal entre 0,1 e 0,5 partes por milhão, sendo um dos elementos metálicos menos abundantes nos sistemas terrestres. Seu comportamento geoquímico demonstra associação exclusiva com mineralizações de zinco, ocorrendo como impurezas traço em depósitos de esfalerita ZnS sem formações independentes de minérios de cádmio. O mineral primário de cádmio, greenockita CdS, ocorre raramente como produto secundário em depósitos oxidados de zinco. Mecanismos de concentração operam através de substituição isomorfa em redes de zinco, com similaridade de raios iônicos facilitando a incorporação de Cd²⁺ em sítios de Zn²⁺. A produção industrial de cádmio deriva inteiramente de operações de fundição de zinco, com recuperação adicional de resíduos siderúrgicos contribuindo para aproximadamente 10% da oferta global.
Propriedades Nucleares e Composição Isotópica
O cádmio natural compreende oito isótopos abrangendo números de massa de 106 a 116, com três nuclídeos estáveis confirmados: ¹¹⁰Cd, ¹¹¹Cd e ¹¹²Cd. Isótopos radioativos de longa duração ¹¹³Cd e ¹¹⁶Cd exibem meias-vidas de 7,7 × 10¹⁵ anos e 2,9 × 10¹⁹ anos respectivamente, sofrendo decaimento β⁻ e duplo beta. Isótopos instáveis previstos ¹⁰⁶Cd, ¹⁰⁸Cd e ¹¹⁴Cd permanecem não observados devido a meias-vidas extremamente longas além dos limites experimentais. Isótopos artificiais abrangem a faixa de massa de ⁹⁵Cd a ¹³²Cd, com espécies notáveis como ¹⁰⁹Cd (462,6 dias) e ¹¹³ᵐCd (14,1 anos) aplicados em pesquisa nuclear. O isótopo ¹¹³Cd apresenta seção de captura de nêutrons térmicos extraordinariamente alta, estabelecendo sua utilidade em sistemas de controle de reatores nucleares e pesquisa de física de nêutrons.
Produção Industrial e Aplicações Tecnológicas
Métodos de Extração e Purificação
A produção industrial de cádmio opera exclusivamente através de processamento pirometalúrgico de zinco, explorando diferenças de volatilidade entre zinco e cádmio em altas temperaturas. A extração primária envolve destilação fracionada de vapores de zinco-cádmio, com o cádmio condensando em temperaturas intermediárias entre o zinco e impurezas mais voláteis. Processos de refino eletrolítico alcançam alta pureza através de eletrodeposição de soluções sulfatadas, utilizando densidades de corrente controladas e composições de banho otimizadas. A recuperação secundária de materiais reciclados emprega abordagens pirometalúrgicas similares, processando poeiras da indústria siderúrgica contendo cádmio acumulado de operações de revestimento. Estatísticas globais indicam produção anual de aproximadamente 20.000 toneladas métricas, com centros de produção primária localizados na Ásia, América do Norte e Europa, correspondendo às principais operações de fundição de zinco.
Aplicações Tecnológicas e Perspectivas Futuras
A utilização contemporânea do cádmio concentra-se em aplicações tecnológicas especializadas explorando suas propriedades nucleares e semicondutoras únicas. Barras de controle de reatores nucleares empregam suas excepcionais características de absorção de nêutrons térmicos, com ¹¹³Cd fornecendo capacidades de envenenamento por nêutrons essenciais para operação e segurança de reatores. A tecnologia fotovoltaica representa o setor de crescimento mais significativo, utilizando células solares de filme fino de telureto de cádmio CdTe que oferecem geração de energia renovável economicamente viável. Aplicações metalúrgicas especializadas incluem ligas para mancais e soldas de baixo ponto de fusão, onde a adição de cádmio melhora propriedades anti-atrito e características de processamento. Instrumentação laboratorial emprega laseres de hélio-cádmio gerando radiação coerente em comprimentos de onda 325 nm, 354 nm e 442 nm para aplicações espectroscópicas e de pesquisa. O desenvolvimento tecnológico futuro antecipa expansão contínua em sistemas de energia renovável, enquanto regulamentações ambientais restringem progressivamente aplicações tradicionais em favor de alternativas mais seguras.
Desenvolvimento Histórico e Descoberta
A descoberta do cádmio em 1817 resultou de investigações de controle de qualidade farmacêutico conduzidas simultaneamente por Friedrich Stromeyer em Göttingen e Karl Samuel Leberecht Hermann em Berlim. Ambos identificaram o elemento desconhecido como impureza em amostras de carbonato de zinco vendidas por farmácias alemãs, com Stromeyer motivado pela coloração amarela em preparações supostamente puras. A metodologia de isolamento empregou técnicas de precipitação química e redução térmica típicas da química analítica do início do século XIX, com identificação confirmada através de comparação sistemática de propriedades. A nomenclatura histórica deriva do latim "cadmia" e do grego "καδμεία", termos clássicos para o minério calamina, com referência mitológica a Cadmo, fundador lendário de Tebas e introdutor do alfabeto na Grécia. O desenvolvimento industrial iniciou-se no final do século XIX após a implantação de operações em larga escala de fundição de zinco, quando o cádmio inicialmente era considerado uma impureza problemática a ser removida. Aplicações comerciais emergiram no século XX, com eletrodeposição, produção de pigmentos e fabricação de baterias como setores principais antes das preocupações com saúde ambiental promoverem restrições e desenvolvimento de alternativas.
Conclusão
O cádmio ocupa posição distinta entre elementos metálicos por combinar propriedades nucleares especializadas e características semicondutoras, habilitando aplicações críticas em tecnologia nuclear e sistemas de energia renovável. Sua configuração eletrônica d¹⁰ determina química predominantemente divalente e propriedades metálicas moles, enquanto suas capacidades excepcionais de absorção de nêutrons estabelecem sua importância em sistemas de controle de reatores nucleares. A utilização industrial moderna enfatiza aplicações tecnológicas avançadas, particularmente células fotovoltaicas de telureto de cádmio contribuindo para infraestrutura global de energia renovável. Preocupações com toxicidade ambiental tornaram necessária seleção cuidadosa de aplicações e protocolos abrangentes de segurança, impulsionando pesquisa contínua por materiais alternativos e procedimentos de manuseio aprimorados. O desenvolvimento tecnológico futuro provavelmente manterá o papel do cádmio em aplicações especializadas enquanto expande práticas de utilização sustentável e medidas de proteção ambiental aprimoradas.

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