Elemento | |
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7NNitrogênio14.006722
5 |
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Propriedades básicas | |
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Número atômico | 7 |
Massa atômica | 14.00672 amu |
Família de elementos | Não-metais |
Período | 2 |
Grupo | 15 |
Bloquear | p-block |
Ano de descoberta | 1772 |
Distribuição de isótopos |
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14N 99.63% 15N 0.37% |
14N (99.63%) |
Propriedades físicas | |
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Densidade | 0.0012506 g/cm3 (STP) |
(H) 8.988E-5 Meitnério (Mt) 28 | |
Fusão | -209.86 °C |
Hélio (He) -272.2 Carbono (C) 3675 | |
Ebulição | -195.8 °C |
Hélio (He) -268.9 Tungstênio (W) 5927 |
Propriedades químicas | |
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Estados de oxidação (menos comum) | -3, +3, +5 (-2, -1, 0, +1, +2, +4) |
Potencial da primeira ionização | 14.533 eV |
Césio (Cs) 3.894 Hélio (He) 24.587 | |
Afinidade eletrônica | -0.070 eV |
Nobélio (No) -2.33 (Cl) 3.612725 | |
Eletro-negatividade | 3.04 |
Césio (Cs) 0.79 (F) 3.98 |
Propriedades eletrônicas | |
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Elétrons por camada | 2, 5 |
Configuração eletrônica | [He] 2s2 |
Modelo de átomo de Bohr
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Diagrama de caixa orbital
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Elétrons de valência | 5 |
Estrutura de pontos de Lewis |
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Visualização Orbital | |
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Elétrons | - |
Nitrogênio (N): Elemento da Tabela Periódica
Resumo
O nitrogênio, de número atômico 7, constitui o elemento mais abundante na atmosfera terrestre, representando 78,084% em volume. Este elemento não metálico do bloco p demonstra estabilidade química excepcional em sua forma diatômica N₂ devido à sua energia de ligação tripla de 945 kJ mol⁻¹. O elemento apresenta diversos estados de oxidação, variando de -3 a +5, formando numerosos compostos de importância industrial, como amônia, ácido nítrico e vários óxidos de nitrogênio. Sua configuração eletrônica única [He] 2s² 2p³ permite a formação de múltiplas ligações covalentes e uma extensa química de coordenação. A fixação industrial de nitrogênio pelo processo Haber-Bosch representa uma das reações químicas mais cruciais para a produção global de alimentos, com produção anual excedendo 180 milhões de toneladas métricas de amônia em todo o mundo.
Introdução
O nitrogênio ocupa a posição 7 na tabela periódica, sendo o segundo elemento do Grupo 15 (pnictogênios) e do segundo período. Sua estrutura eletrônica [He] 2s² 2p³ posiciona-o na fronteira entre comportamento metálico e não metálico, exibindo predominantemente características não metálicas. A descoberta do elemento em 1772 por Daniel Rutherford marcou o início dos estudos em química atmosférica, embora seu significado químico completo só fosse reconhecido com o desenvolvimento de processos industriais de fixação de nitrogênio no início do século XX.
A extraordinária estabilidade da ligação tripla nitrogênio-nitrogênio no nitrogênio diatômico cria uma barreira cinética que torna o nitrogênio atmosférico largamente inerte sob condições ambientais. Essa inércia química coexiste paradoxalmente com a capacidade do elemento de formar compostos altamente energéticos e participar de processos biológicos essenciais. A força termodinâmica para a formação de compostos de nitrogênio, apesar das barreiras cinéticas, fundamenta tanto suas aplicações industriais quanto seu papel em materiais explosivos.
Propriedades Físicas e Estrutura Atômica
Parâmetros Atômicos Fundamentais
O nitrogênio possui número atômico 7 com configuração eletrônica [He] 2s² 2p³, apresentando três elétrons no subnível 2p. O raio atômico mede 65 pm, enquanto o raio covalente estende-se a 71 pm. O raio de Van der Waals atinge 155 pm, refletindo as fracas forças intermoleculares no gás nitrogênio. A carga nuclear efetiva experimentada pelos elétrons de valência é 3,90, demonstrando blindagem nuclear moderada pelos elétrons internos.
A primeira energia de ionização do nitrogênio atinge 1402,3 kJ mol⁻¹, significativamente maior que os valores do carbono (1086,5 kJ mol⁻¹) e oxigênio (1313,9 kJ mol⁻¹), refletindo a estabilidade do subnível 2p semi-preenchido. As energias subsequentes aumentam dramaticamente: segunda energia de ionização 2856 kJ mol⁻¹, terceira energia de ionização 4578 kJ mol⁻¹. A eletronegatividade na escala Pauling mede 3,04, posicionando o nitrogênio como o quarto elemento mais eletronegativo.
Características Físicas Macroscópicas
O nitrogênio elementar existe como um gás diatômico incolor e inodoro N₂ sob condições padrão. O gás apresenta densidade de 1,251 kg m⁻³ a 0°C e 1 atm, aproximadamente 3% menos denso que o ar. A temperatura crítica ocorre em -146,94°C com pressão crítica de 33,958 bar, indicando forças intermoleculares relativamente fracas.
Transições de fase ocorrem em temperaturas precisamente definidas: ponto de ebulição normal em -195,795°C e ponto triplo em -210,00°C sob pressão de 12,53 kPa. A entalpia de vaporização mede 5,56 kJ mol⁻¹, enquanto a entalpia de fusão atinge 0,71 kJ mol⁻¹. A capacidade térmica molar do nitrogênio gasoso é 29,124 J mol⁻¹ K⁻¹ sob pressão constante, refletindo a estrutura molecular diatômica e graus de liberdade rotacionais.
O nitrogênio sólido cristaliza em estrutura cúbica compacta a baixas temperaturas, transitando para estrutura hexagonal compacta abaixo de 35,6 K. A densidade do nitrogênio líquido atinge 808,5 kg m⁻³ no ponto de ebulição, demonstrando significativa densificação durante a liquefação. A condutividade térmica do nitrogênio gasoso mede 25,83 mW m⁻¹ K⁻¹ a 300 K.
Propriedades Químicas e Reatividade
Estrutura Eletrônica e Comportamento de Ligação
A configuração eletrônica fundamental do nitrogênio permite formar três ligações covalentes através de hibridização sp³ ou retenção de um par solitário em compostos como a amônia. A formação de ligações envolve sobreposição de orbitais 2p, criando ligações σ e π com comprimentos característicos: ligação simples N-N 145 pm, ligação dupla N=N 125 pm e ligação tripla N≡N 110 pm. A energia da ligação tripla de 945 kJ mol⁻¹ excede a maioria das outras ligações diatômicas homonucleares, contribuindo para a estabilidade termodinâmica do N₂.
Os estados de oxidação variam de -3 em nitretos e amônia até +5 em compostos nitratos, demonstrando utilização completa dos elétrons de valência. Os estados comuns incluem -3 (NH₃), -2 (N₂H₄), -1 (NH₂OH), 0 (N₂), +1 (N₂O), +2 (NO), +3 (N₂O₃), +4 (NO₂, N₂O₄) e +5 (N₂O₅, HNO₃). A estabilidade dos diferentes estados de oxidação varia significativamente com pH e ambiente químico.
A química de coordenação do nitrogênio envolve doação de pares eletrônicos através do par solitário (comportamento de base de Lewis) e aceitação de pares em estados de oxidação elevados. Os números de coordenação variam de 3 em complexos de amônia até 6 em certos compostos de nitrato. Os ângulos de ligação em compostos nitrogenados geralmente desviam da geometria tetraédrica ideal devido à repulsão do par solitário, exemplificada pelo ângulo H-N-H de 107° na amônia.
Propriedades Eletroquímicas e Termodinâmicas
Os potenciais de redução padrão demonstram preferências termodinâmicas para compostos de nitrogênio sob diferentes condições de pH. Em solução ácida, o par NO₃⁻/NO exibe +0,96 V, enquanto NO₃⁻/NH₄⁺ atinge +0,88 V. Em condições básicas, NO₃⁻/NH₃ mede -0,12 V, indicando estabilidade redox dependente de pH.
A afinidade eletrônica do nitrogênio é -7 kJ mol⁻¹, valor endotérmico refletindo repulsão eletrônica no subnível 2p semi-preenchido. Isso contrasta com o oxigênio (+141 kJ mol⁻¹) e flúor (+328 kJ mol⁻¹), indicando relutância do nitrogênio em formar ânions estáveis. Dados termodinâmicos revelam que processos de fixação de nitrogênio são tipicamente endotérmicos, exigindo energia externa ou acoplamento com reações exotérmicas.
Os valores de entalpia de formação variam dramaticamente entre compostos nitrogenados: NH₃ (-45,9 kJ mol⁻¹), NO (+90,2 kJ mol⁻¹), NO₂ (+33,2 kJ mol⁻¹) e HNO₃ (-174,1 kJ mol⁻¹). Esses valores refletem a estabilidade termodinâmica relativa e explicam as rotas sintéticas e condições reacionais necessárias para preparação dos compostos.
Compostos Químicos e Formação de Complexos
Compostos Binários e Ternários
O nitrogênio forma compostos binários com a maioria dos elementos, exibindo diversos motivos estruturais e propriedades. Os nitretos constituem uma classe importante, incluindo nitretos iônicos como Li₃N e Mg₃N₂, formados por combinação direta em temperaturas elevadas. Nitretos covalentes como BN e Si₃N₄ demonstram estabilidade térmica e química excepcional, com o nitreto de boro existindo em polimorfos tipo grafita e diamante.
Os óxidos de nitrogênio representam uma série abrangente: N₂O (gás incolor com odor doce), NO (radical incolor que dimeriza), N₂O₃ (líquido azul, anidrido do ácido nitroso), NO₂/N₂O₄ (gás marrom em equilíbrio) e N₂O₅ (anidrido cristalino do ácido nítrico). Os mecanismos de formação envolvem oxidação controlada de amônia ou decomposição térmica de sais nitratos sob condições específicas.
Os haletos demonstram padrões variados de estabilidade e reatividade. O trifluoreto de nitrogênio NF₃ exibe inércia química notável apesar de sua instabilidade termodinâmica, enquanto o NCl₃ é altamente explosivo. Haletos mistos como o NF₂Cl apresentam propriedades intermediárias. Esses compostos ilustram a influência das diferenças de eletronegatividade e efeitos estéricos sobre a estabilidade molecular.
Os hidretos incluem amônia NH₃, hidrazina N₂H₄ e hidroxilamina NH₂OH, cada um demonstrando comportamento químico distinto. A amônia atua como base fraca de Brønsted com Kb = 1,8 × 10⁻⁵, enquanto a hidrazina age simultaneamente como agente redutor e base bifuncional. Esses compostos participam de extensas redes de ligações de hidrogênio que influenciam suas propriedades físicas e reatividade química.
Química de Coordenação e Compostos Organometálicos
O nitrogênio participa principalmente da química de coordenação através de seus pares solitários hibridizados em sp³, formando complexos com amônia e aminas com metais de transição. Geometrias comuns incluem tetraédrica [Zn(NH₃)₄]²⁺, octaédrica [Co(NH₃)₆]³⁺ e plana quadrada [Pt(NH₃)₄]²⁺. A teoria do campo ligante explica os espectros eletrônicos e propriedades magnéticas desses complexos.
Complexos de dinitrogênio representam uma classe única onde o N₂ atua como ligante através de mecanismos de doação σ e retrodoação π. Esses complexos, exemplificados por [Ru(NH₃)₅(N₂)]²⁺, fornecem modelos para fixação biológica de nitrogênio e catálise industrial. O grau de ativação do N₂ correlaciona-se com a extensão da retrodoação de orbitais d metálicos para orbitais π* do N₂.
Compostos organometálicos nitrogenados incluem amidas metálicas, imidas e complexos nitrido. Complexos nitrido terminais [M≡N]ⁿ⁺ exibem ligações metal-nitrogênio excepcionalmente curtas e deslocamentos químicos elevados em RMN de ¹⁵N. Ligantes nitrido em complexos polinucleares demonstram modos variados de coordenação e padrões de deslocalização eletrônica.
Ocorrência Natural e Análise Isotópica
Distribuição Geoquímica e Abundância
O nitrogênio atmosférico compõe 78,084% em volume e 75,518% em massa da atmosfera terrestre, totalizando aproximadamente 3,9 × 10¹⁵ toneladas de gás nitrogênio. Este imenso reservatório mantém composição relativamente constante apesar do ciclo biológico do nitrogênio e consumo industrial. O tempo médio de residência de moléculas nitrogenadas na troposfera é de 10⁷ anos antes de fixação biológica ou processamento químico.
A abundância crustal de nitrogênio combinado atinge aproximadamente 20 ppm em massa, principalmente em depósitos sedimentares e materiais orgânicos. As concentrações marinhas de nitrato variam de 0,1-45 μmol L⁻¹ dependendo da região oceânica e profundidade, representando um reservatório dissolvido de 6,8 × 10¹¹ toneladas. O conteúdo de nitrogênio no solo tipicamente varia de 0,02-0,5% em massa, predominantemente como compostos nitrogenados orgânicos no húmus e biomassa.
O nitrogênio geológico ocorre em depósitos evaporíticos como minerais nitrato, incluindo salitre (KNO₃) e salitre do Chile (NaNO₃). Esses depósitos, concentrados em regiões áridas como o Deserto do Atacama, formaram-se por fixação atmosférica de nitrogênio por raios e subsequente concentração por evaporação. Depósitos econômicos de nitrato contêm 10-15% NaNO₃ em massa, representando importantes fontes industriais antes da produção sintética de amônia.
Propriedades Nucleares e Composição Isotópica
O nitrogênio natural consiste em dois isótopos estáveis: ¹⁴N (99,636% de abundância) e ¹⁵N (0,364% de abundância). Os spins nucleares valem I = 1 para ¹⁴N e I = 1/2 para ¹⁵N, criando propriedades espectroscópicas distintas em RMN. O ¹⁴N apresenta acoplamento quadrupolar devido ao spin nuclear > 1/2, enquanto o ¹⁵N fornece ressonâncias RMN nítidas adequadas para determinação estrutural.
Isótopos radioativos incluem ¹³N (meia-vida 9,965 minutos) e ¹⁶N (meia-vida 7,13 segundos), ambos produzidos em reatores nucleares e aceleradores. O ¹³N decai por emissão de pósitron para ¹³C, encontrando aplicações em tomografia por emissão de pósitrons (PET) para imagem médica. A análise por ativação neutrônica utiliza a reação ¹⁴N(n,p)¹⁴C para quantificação de nitrogênio em materiais.
A fracionação isotópica ocorre durante processos biológicos de fixação e desnitrificação, criando variações de δ¹⁵N em materiais naturais. Nitratos marinhos tipicamente exibem valores δ¹⁵N de +3 a +8‰, enquanto o nitrogênio atmosférico define o padrão de referência em 0‰. Essas assinaturas isotópicas fornecem traçadores geoquímicos para ciclagem de nitrogênio e identificação de fontes de poluição.
Produção Industrial e Aplicações Tecnológicas
Métodos de Extração e Purificação
A produção industrial de nitrogênio baseia-se principalmente na destilação fracionada do ar liquefeito, obtendo gás nitrogênio de alta pureza. Plantas criogênicas de separação do ar alcançam pureza de 99,999% através de colunas de retificação multietapas operando a -196°C. A capacidade de produção individual das plantas varia de 50-3000 toneladas por dia, com consumo energético típico de 0,4-0,6 kWh por metro cúbico produzido.
Métodos alternativos incluem adsorção por oscilação de pressão (PSA) usando peneiras moleculares de carbono, que adsorvem seletivamente oxigênio enquanto permitem passagem do nitrogênio. Sistemas PSA produzem nitrogênio com pureza 95-99,5% com custos de capital menores, porém maiores despesas operacionais comparados à separação criogênica. Tecnologia de membranas emprega membranas de fibra oca com taxas diferenciadas de permeação para oxigênio e nitrogênio.
A síntese de amônia pelo processo Haber-Bosch representa a principal rota para fixação de nitrogênio. O processo opera a 400-500°C e 150-350 bar usando catalisadores baseados em ferro. O equilíbrio termodinâmico favorece a formação de amônia em baixa temperatura e alta pressão, enquanto considerações cinéticas exigem temperaturas elevadas para velocidades reacionais aceitáveis. Plantas modernas alcançam conversão de 15-25% por passagem com eficiência energética global de 28-30 GJ tonelada⁻¹ de amônia.
Aplicações Tecnológicas e Perspectivas Futuras
O gás nitrogênio serve como atmosfera inerte em processos metalúrgicos, fabricação de semicondutores e embalagem de alimentos. O setor eletrônico consome mais de 40% da produção industrial de nitrogênio, utilizando nitrogênio ultra-puro (>99,9999%) para processamento de wafer de silício e crescimento de cristais semicondutores compostos. O armazenamento em atmosfera controlada de produtos agrícolas utiliza o deslocamento do oxigênio pelo nitrogênio para prevenir oxidação e crescimento microbiano.
Aplicações na indústria química incluem produção de amônia para fertilizantes, explosivos e precursores de plásticos. A produção global de amônia excede 180 milhões de toneladas anuais, com 80% destinados à fabricação de fertilizantes. A produção de ácido nítrico por oxidação de amônia fornece matéria-prima para explosivos, corantes e químicos especiais. A produção mundial anual de ácido nítrico aproxima-se de 60 milhões de toneladas.
Aplicações emergentes abrangem síntese de materiais avançados e tecnologias de remediação ambiental. Pesquisas em fixação assistida por plasma investigam rotas alternativas com menor consumo energético que o processo Haber-Bosch tradicional. Materiais de carbono dopados com nitrogênio demonstram propriedades catalíticas melhoradas para células de combustível e aplicações em baterias. Estudos em fixação biológica de nitrogênio focam em miméticos enzimáticos e sistemas de fotossíntese artificial para química sustentável.
Desenvolvimento Histórico e Descoberta
Daniel Rutherford isolou o nitrogênio pela primeira vez em 1772 durante estudos do "ar nocivo" residual após remoção de oxigênio e dióxido de carbono de amostras atmosféricas. Seu trabalho experimental demonstrou que esse gás residual não sustentava combustão ou respiração animal, estabelecendo o nitrogênio como entidade química distinta. Investigações contemporâneas de Carl Wilhelm Scheele e Henry Cavendish alcançaram conclusões similares por abordagens experimentais independentes.
Antoine Lavoisier introduziu o nome "azoto" (sem vida) em 1787, refletindo a incapacidade do gás em sustentar processos biológicos. O termo "nitrogênio" (gerador de salitre) foi cunhado por Jean-Antoine Chaptal em 1790, referindo-se à presença do elemento no salitre (nitrato de potássio). Essa evolução na nomenclatura reflete o crescente entendimento das relações químicas e padrões de ocorrência do nitrogênio.
O desenvolvimento da síntese de amônia a partir do nitrogênio atmosférico por Fritz Haber rendeu-lhe o Prêmio Nobel de Química em 1918, revolucionando produtividade agrícola e indústria química. A implementação industrial do processo por Carl Bosch viabilizou produção em larga escala, alterando fundamentalmente as capacidades globais de produção de alimentos. O desenvolvimento exigiu inovações em reatores de alta pressão, preparação de catalisadores e engenharia de processo que influenciaram numerosas tecnologias subsequentes.
Avanços no século XX incluíram descoberta de compostos azida, desenvolvimento de propelentes de foguetes e elucidação dos mecanismos biológicos de fixação. O trabalho de Marie e Pierre Curie em materiais radioativos contendo nitrogênio contribuiu para o entendimento da química nuclear. Técnicas modernas de química computacional e espectroscopia continuam revelando novos aspectos do comportamento de ligação e reatividade do nitrogênio.
Conclusão
O nitrogênio ocupa posição única na tabela periódica como elemento abundante porém relativamente inerte, cujos compostos abrangem toda a gama de estados de oxidação e demonstram extraordinária diversidade em propriedades e aplicações. O paradoxo entre a abundância atmosférica e inércia cinética versus seu papel essencial em sistemas biológicos e processos industriais continua impulsionando pesquisas em catálise, ciência dos materiais e química sustentável.
Desenvolvimentos futuros na química do nitrogênio provavelmente enfocarão alternativas energéticamente eficientes para fixação, materiais avançados incorporando funcionalidades nitrogenadas e aplicações em remediação ambiental. O entendimento da estrutura eletrônica fundamental e comportamento de ligação do nitrogênio permanece central para enfrentar desafios globais em segurança alimentar, armazenamento de energia e proteção ambiental.

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