Elemento | |
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37RbRubídio85.467832
8 18 8 1 |
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Propriedades básicas | |
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Número atômico | 37 |
Massa atômica | 85.46783 amu |
Família de elementos | Metais alcalinos |
Período | 5 |
Grupo | 1 |
Bloquear | s-block |
Ano de descoberta | 1861 |
Distribuição de isótopos |
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85Rb 72.17% |
Propriedades físicas | |
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Densidade | 1.532 g/cm3 (STP) |
(H) 8.988E-5 Meitnério (Mt) 28 | |
Fusão | 39.64 °C |
Hélio (He) -272.2 Carbono (C) 3675 | |
Ebulição | 688 °C |
Hélio (He) -268.9 Tungstênio (W) 5927 |
Propriedades químicas | |
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Estados de oxidação (menos comum) | +1 (-1) |
Potencial da primeira ionização | 4.177 eV |
Césio (Cs) 3.894 Hélio (He) 24.587 | |
Afinidade eletrônica | 0.486 eV |
Nobélio (No) -2.33 (Cl) 3.612725 | |
Eletro-negatividade | 0.82 |
Césio (Cs) 0.79 (F) 3.98 |
Raio atômico | |
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Raio covalente | 2.1 Å |
(H) 0.32 Francium (Fr) 2.6 | |
Van der Waals raio | 3.03 Å |
(H) 1.2 Francium (Fr) 3.48 | |
Raio metálico | 2.48 Å |
Berílio (Be) 1.12 Césio (Cs) 2.65 | |
Compostos | ||
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Fórmula | Nome | Estado de oxidação |
RbCl | Cloreto de rubídio | +1 |
RbI | Iodeto de rubídio | +1 |
RbOH | Hidróxido de rubídio | +1 |
RbF | Fluoreto de rubídio | +1 |
Rb2O | Óxido de rubídio | +1 |
RbNO3 | Nitrato de rubídio | +1 |
RbBr | Brometo de rubídio | +1 |
Rb2C2O4 | Oxalato de rubídio | +1 |
Rb2CO3 | Carbonato de rubídio | +1 |
Rb2Cr2O7 | Dicromato de rubídio | +1 |
Rb2O2 | Peróxido de rubídio | +1 |
Rb2S | Sulfeto de rubídio | +1 |
Propriedades eletrônicas | |
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Elétrons por camada | 2, 8, 18, 8, 1 |
Configuração eletrônica | [Kr] 5s1 |
Modelo de átomo de Bohr
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Diagrama de caixa orbital
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Elétrons de valência | 1 |
Estrutura de pontos de Lewis |
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Visualização Orbital | |
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Elétrons | - |
Rubídio (Rb): Elemento da Tabela Periódica
Resumo
O rubídio representa o quinto metal alcalino do grupo periódico 1, distinguido pelo número atômico 37 e configuração eletrônica [Kr]5s¹. Este metal macio e de coloração branco-prateada exibe caráter eletropositivo excepcional com energia de ionização de 403 kJ/mol, manifestando propriedades típicas dos metais alcalinos, incluindo reatividade violenta com água e ignição espontânea no ar. O rubídio ocorre naturalmente em dois isótopos: ⁸⁵Rb estável (72,2%) e ⁸⁷Rb levemente radioativo (27,8%) com meia-vida superior a 48,8 bilhões de anos. O elemento apresenta densidade de 1,532 g/cm³, ponto de fusão de 39,3°C e ponto de ebulição de 688°C. Suas aplicações principais incluem padrões de frequência para relógios atômicos, sistemas de resfriamento a laser para produção de condensados de Bose-Einstein e fabricação de vidros especializados. A extração industrial deriva principalmente de minerais como a lepidolita e a polucita, produzindo cerca de 2-4 toneladas anualmente em escala mundial.
Introdução
O rubídio ocupa a posição 37 na tabela periódica como o penúltimo elemento do grupo 1 dos metais alcalinos, situando-se entre o potássio e o césio. O elemento exibe estrutura eletrônica característica do bloco s, com um único elétron de valência no orbital 5s, conferindo-lhe o caráter eletropositivo máximo entre os metais alcalinos estáveis. Descoberto em 1861 por Robert Bunsen e Gustav Kirchhoff por meio de análise espectroscópica de chama do mineral lepidolita, o nome rubídio deriva do latim "rubidus", que significa vermelho profundo, referindo-se às linhas de emissão espetrais distintivas. Sua relevância moderna abrange aplicações em cronometragem precisa, pesquisa em física quântica e processos industriais especializados que exigem propriedades controladas de metais alcalinos. Sua composição isotópica única, especialmente o ⁸⁷Rb de longa duração, fornece capacidades valiosas em datação geocronológica de formações rochosas primordiais.
Propriedades Físicas e Estrutura Atômica
Parâmetros Atômicos Fundamentais
O rubídio apresenta número atômico 37 com configuração eletrônica [Kr]5s¹, possuindo camadas internas completamente preenchidas e um único elétron de valência ocupando o orbital 5s. O raio atômico mede 248 pm, enquanto o raio iônico do Rb⁺ atinge 152 pm, demonstrando aumento significativo de tamanho após a perda de elétrons. A carga nuclear efetiva experimentada pelo elétron de valência aproxima-se de +2,20, substancialmente reduzida devido ao blindagem pelos 36 elétrons do núcleo. A primeira energia de ionização equivale a 403 kJ/mol, representando o valor mais baixo entre os metais alcalinos estáveis e refletindo a facilidade de remoção de elétrons. As energias de ionização subsequentes aumentam drasticamente para 2633 kJ/mol na remoção do segundo elétron, confirmando a preferência pelo estado de oxidação estável Rb⁺. A afinidade eletrônica mede 46,9 kJ/mol, indicando tendência moderada à captura de elétrons apesar do comportamento predominante de ligação iônica.
Características Físicas Macroscópicas
O rubídio apresenta-se como um sólido metálico macio, dúctil e de coloração branco-prateada sob condições padrão, facilmente deformável com pressão manual. O elemento cristaliza em estrutura cúbica de corpo centrado com parâmetro de rede de 5,585 Å à temperatura ambiente. Sua densidade é de 1,532 g/cm³, tornando-o o primeiro metal alcalino com densidade superior à da água. O ponto de fusão ocorre a 39,3°C (312,46 K), possibilitando seu estado líquido em temperaturas moderadas. O ponto de ebulição atinge 688°C (961 K) com calor de vaporização de 75,77 kJ/mol. O calor de fusão equivale a 2,19 kJ/mol, enquanto a capacidade térmica específica aproxima-se de 0,363 J/(g·K) a 298 K. A condutividade térmica mede 58,2 W/(m·K), refletindo propriedades moderadas de condução metálica. O elemento exibe comportamento paramagnético com suscetibilidade magnética de +17,0×10⁻⁶ cm³/mol.
Propriedades Químicas e Reatividade
Estrutura Eletrônica e Comportamento de Ligação
O rubídio demonstra caráter eletropositivo excepcional com eletronegatividade de Pauling de 0,82, facilitando a doação de elétrons para formar cátions Rb⁺. O único elétron de valência no orbital 5s experimenta mínima atração nuclear devido à blindagem extensiva, promovendo ionização fácil e padrões de ligação predominantemente iônicos. Seu estado de oxidação comum permanece +1 em praticamente todos os compostos, com estados superiores termodinamicamente inacessíveis sob condições normais. A química de coordenação envolve tipicamente altos números de coordenação para acomodar seu grande raio iônico, sendo números de 8 a 12 frequentemente observados em compostos cristalinos. A formação de ligações ocorre principalmente por interações eletrostáticas em vez de caráter covalente, refletindo diferenças substanciais de eletronegatividade com a maioria dos elementos. O potencial de redução padrão Rb⁺/Rb é de -2,98 V, confirmando suas capacidades redutoras poderosas e a estabilidade termodinâmica dos compostos iônicos.
Propriedades Eletroquímicas e Termodinâmicas
Os valores de eletronegatividade variam entre 0,82 (escala de Pauling) e 2,34 (escala de Mulliken), posicionando o rubídio entre os elementos mais eletropositivos. A primeira energia de ionização de 403 kJ/mol reflete a mínima energia necessária para formação de Rb⁺, enquanto a segunda energia de ionização aumenta drasticamente para 2633 kJ/mol. A afinidade eletrônica mede 46,9 kJ/mol, indicando tendência limitada à formação de ânions apesar da capacidade moderada de captura eletrônica. O potencial de redução padrão de -2,98 V em relação ao eletrodo padrão de hidrogênio confirma suas características redutoras intensas. A entalpia de hidratação do Rb⁺ equivale a -293 kJ/mol, demonstrando fortes interações íon-dipolo com moléculas de água. As energias reticulares dos compostos de rubídio tipicamente variam entre 600-800 kJ/mol dependendo do tamanho do ânion, com ânions menores proporcionando maior estabilização reticular. Cálculos termodinâmicos indicam oxidação espontânea por água, oxigênio e a maioria dos não metais sob condições padrão.
Compostos Químicos e Formação de Complexos
Compostos Binários e Ternários
O cloreto de rubídio (RbCl) representa o composto binário mais significativo comercialmente, cristalizando na estrutura de sal-gema com parâmetro de rede de 6,581 Å. O composto exibe solubilidade de 91 g/100 mL de água a 25°C e ponto de fusão de 718°C. O hidróxido de rubídio (RbOH) forma soluções altamente alcalinas com propriedades similares ao hidróxido de potássio, servindo como material inicial para síntese de compostos de rubídio. Outros haletos incluem fluoreto de rubídio (RbF), brometo de rubídio (RbBr) e iodeto de rubídio (RbI), todos adotando estruturas de sal-gema com parâmetros reticulares crescentes. A formação de óxidos produz monóxido de rubídio (Rb₂O) sob condições controladas, embora a exposição excessiva ao oxigênio gere superóxido de rubídio (RbO₂). Compostos ternários incluem o carbonato de rubídio (Rb₂CO₃) utilizado na fabricação de vidros especializados e o sulfato de rubídio (Rb₂SO₄) empregado em estudos cristalográficos.
Química de Coordenação e Formação de Complexos
A química de coordenação do rubídio concentra-se em seu grande raio iônico, permitindo altos números de coordenação com ligantes doadores de oxigênio e nitrogênio. Complexos com éteres coroa demonstram estabilidade particular, com o 18-coroa-6 formando complexos estequiométricos 1:1 com solubilidade aprimorada em solventes orgânicos. A complexação com criptandos produz compostos de inclusão altamente estáveis, úteis em aplicações de catálise de transferência de fase. Em soluções aquosas, ocorre formação extensiva de camada de hidratação com 6-8 moléculas de água circundando o centro Rb⁺. A formação de complexos com ligantes biológicos permite substituição por íons potássio em sistemas enzimáticos, embora o raio iônico alterado afete a afinidade de ligação. Complexos com ligantes polidentados raramente alcançam estabilidade termodinâmica devido a mudanças desfavoráveis de entropia e limitado caráter covalente. A química organometálica permanece restrita a condições sintéticas altamente especializadas envolvendo ambientes redutores intensos.
Ocorrência Natural e Análise Isotópica
Distribuição Geoquímica e Abundância
O rubídio constitui aproximadamente 90 ppm da crosta continental terrestre, classificando-se como o 23º elemento mais abundante e superando as concentrações de cobre e zinco. Sua distribuição na crosta correlaciona-se fortemente com a do potássio devido ao raio iônico similar, permitindo substituição isomórfica em minerais como feldspatos e micas. As ocorrências minerais principais incluem a lepidolita ((K,Li,Al)₃(Si,Al)₄O₁₀(F,OH)₂) contendo 0,3-3,5% de rubídio, a polucita ((Cs,Rb)AlSi₂O₆) com substituição variável de rubídio e a carnalita (KMgCl₃·6H₂O) com concentrações traço. A água do mar contém em média 125 μg/L de rubídio, sendo o 18º elemento dissolvido mais abundante. Seu comportamento geoquímico segue caminhos similares ao do potássio durante processos magmáticos, com concentração preferencial em fusos residuais devido à incompatibilidade do tamanho iônico com minerais cristalizados precocemente.
Propriedades Nucleares e Composição Isotópica
O rubídio natural compõe-se de dois isótopos com massas atômicas 84,912 u (⁸⁵Rb, 72,17%) e 86,909 u (⁸⁷Rb, 27,83%). O isótopo ⁸⁵Rb é nuclearmente estável com spin 5/2 e momento magnético de +1,353 magnetons nucleares. O ⁸⁷Rb radioativo sofre decaimento beta-menos para ⁸⁷Sr estável com meia-vida de 4,88×10¹⁰ anos, três vezes superior à idade do universo. A energia de decaimento equivale a 283 keV com atividade específica de 0,67 Bq/g no rubídio natural. Medidas de seção transversal nuclear indicam absorção de nêutrons térmicos de 0,38 barns para ⁸⁵Rb e 0,12 barns para ⁸⁷Rb. Isótopos artificiais abrangem números de massa de 74 a 102, com a maioria apresentando meias-vidas inferiores a minutos. O isótopo ⁸²Rb é particularmente relevante em medicina com meia-vida de 75 segundos, possibilitando aplicações em tomografia por emissão de pósitrons através de sistemas geradores com estrôncio-82.
Produção Industrial e Aplicações Tecnológicas
Métodos de Extração e Purificação
A produção de rubídio baseia-se principalmente no processamento do minério lepidolita através de digestão ácida seguida de técnicas de precipitação seletiva e cristalização. O tratamento inicial emprega dissolução com ácido sulfúrico em temperaturas elevadas, convertendo minerais contendo rubídio em formas solúveis de sulfato. A cristalização fracionada do alúmen rubídio-césio ((Rb,Cs)Al(SO₄)₂·12H₂O) permite separação por solubilidade diferencial, exigindo 30 etapas sucessivas de recristalização para alta pureza. O processo alternativo com cloreto estanoso utiliza precipitação seletiva com cloreto de estanho (IV), obtendo intermediário clorostanato de rubídio posteriormente reduzido a metal. Os volumes de produção permanecem limitados a 2-4 toneladas anuais mundialmente devido às aplicações restritas e à falta de minérios de alto teor. Os produtores atuais incluem a Cabot Corporation e fornecedores especializados em materiais de grau de pesquisa.
Aplicações Tecnológicas e Perspectivas Futuras
A tecnologia de relógios atômicos representa a principal aplicação do rubídio, aproveitando transições hiperfinas do ⁸⁷Rb na frequência de 6,834 GHz para padrões de temporização precisa. Esses dispositivos alcançam estabilidade de frequência de 10⁻¹¹ a 10⁻¹² em períodos curtos de média, servindo à infraestrutura de telecomunicações e sincronização do GPS. Aplicações em refrigeração a laser utilizam vapor de ⁸⁷Rb para alcançar temperaturas próximas ao zero absoluto em experimentos com condensados de Bose-Einstein, contribuindo para avanços na pesquisa de física quântica. O desenvolvimento de magnetômetros emprega células de vapor de rubídio para medir variações de campo magnético com sensibilidade na escala de picotesla. Aplicações médicas incluem o radioisótopo ⁸²Rb para imagem de perfusão miocárdica através de tomografia por emissão de pósitrons. A fabricação de vidros especializados incorpora compostos de rubídio em formulações de baixa expansão utilizadas em aplicações de fibras ópticas. Tecnologias emergentes investigam baterias com íons rubídio e magnetometria com relaxação livre de troca de spin para sensores aprimorados.
Desenvolvimento Histórico e Descoberta
A descoberta do rubídio ocorreu em 1861 por meio da colaboração dos químicos alemães Robert Bunsen e Gustav Kirchhoff na Universidade de Heidelberg, representando um dos primeiros triunfos das técnicas de análise espectroscópica. Seu estudo de amostras de lepidolita revelou linhas de emissão espectral vermelho-escuras anteriormente não observadas, motivando a escolha do nome latino "rubidium", que reflete essa coloração distintiva. O isolamento inicial exigiu processamento de 150 kg de lepidolita contendo apenas 0,24% de óxido de rubídio, demonstrando habilidade analítica excepcional dadas as limitações técnicas da época. A cristalização fracionada de sais cloroplatinatos possibilitou a separação do potássio, obtendo-se 0,51 g de cloreto de rubídio puro para estudos subsequentes. A produção do metal puro empregou redução térmica do tartrato de rubídio com carbono em altas temperaturas, alcançando medidas de densidade e ponto de fusão com desvios inferiores a 0,1 g/cm³ e 1°C em relação aos valores modernos. A radioatividade do elemento foi descoberta em 1908 por William Strong, embora a interpretação isotópica aguardasse o desenvolvimento da teoria nuclear. A relevância científica do elemento expandiu-se dramaticamente com o advento dos relógios atômicos na década de 1950 e aplicações em física quântica que resultaram no Prêmio Nobel de 2001 para pesquisas com condensados de Bose-Einstein utilizando o rubídio-87.
Conclusão
O rubídio ocupa posição distinta entre os metais alcalinos pela combinação de caráter eletropositivo extremo, propriedades isotópicas únicas e aplicações tecnológicas especializadas. Sua química fundamental reflete comportamento típico do bloco s, enquanto o isótopo ⁸⁷Rb fornece capacidades geoquímicas valiosas em datação de materiais primordiais. Sua relevância moderna abrange tecnologia de cronometragem precisa, pesquisa em física quântica e sensores emergentes que exploram propriedades controladas de metais alcalinos. Direções futuras de pesquisa concentram-se em aplicações médicas expandidas, componentes para computação quântica e sistemas magnetométricos avançados aproveitando características nucleares exclusivas. O desenvolvimento contínuo de métodos eficientes de extração e aplicações inovadoras garante a crescente importância do rubídio em ciência de materiais avançados e instrumentação precisa.

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