Elemento | |
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106SgSeabórgio266.121932
8 18 32 32 12 2 |
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Propriedades básicas | |
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Número atômico | 106 |
Massa atômica | 266.12193 amu |
Família de elementos | Os metais de transição |
Período | 7 |
Grupo | 2 |
Bloquear | s-block |
Ano de descoberta | 1974 |
Distribuição de isótopos |
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Nenhum |
Propriedades físicas | |
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Densidade | 23 g/cm3 (STP) |
(H) 8.988E-5 Meitnério (Mt) 28 |
Propriedades químicas | |
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Estados de oxidação (menos comum) | (+3, +4, +5, +6) |
Raio atômico | |
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Raio covalente | 1.43 Å |
(H) 0.32 Francium (Fr) 2.6 |
Propriedades eletrônicas | |
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Elétrons por camada | 2, 8, 18, 32, 32, 12, 2 |
Configuração eletrônica | [Rn] 5f14 |
Modelo de átomo de Bohr
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Diagrama de caixa orbital
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Elétrons de valência | 6 |
Estrutura de pontos de Lewis |
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Visualização Orbital | |
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Elétrons | - |
Seaborgium (Sg): Elemento da Tabela Periódica
Resumo
O seaborgium é um elemento transactinídeo sintético com número atômico 106 e símbolo Sg, posicionado no grupo 6 da tabela periódica. Como o quarto membro da série dos metais de transição 6d, o seaborgium apresenta propriedades químicas consistentes com sua posição como o congênere mais pesado do tungstênio. O elemento demonstra exclusivamente comportamento radioativo, com todos os isótopos conhecidos exibindo meias-vidas variando de microssegundos a vários minutos. Investigações experimentais confirmam a formação de compostos hexavalentes voláteis e oxicloreto, seguindo as tendências periódicas esperadas. A caracterização química do elemento depende de técnicas de química de átomo único devido às taxas extremamente reduzidas de produção e isótopos de curta duração.
Introdução
O seaborgium ocupa a posição 106 na tabela periódica, representando a culminação da série dos metais de transição 6d e o membro mais pesado do grupo 6. O elemento apresenta configuração eletrônica [Rn]5f146d47s2, característica dos elementos transactinídeos tardios onde os efeitos relativísticos influenciam significativamente o comportamento químico. Como elemento superpesado, o seaborgium demonstra previsões teóricas sobre a estabilidade de estados de oxidação elevados nos metais de transição mais pesados. O elemento foi sintetizado pela primeira vez por meio de técnicas de bombardeamento iônico em 1974, marcando um avanço significativo na pesquisa de elementos superpesados. Reivindicações de descoberta por equipes russas e americanas levaram a estudos extensivos de verificação antes que a União Internacional de Química Pura e Aplicada reconhecesse oficialmente o nome seaborgium em 1997, em homenagem ao químico nuclear Glenn T. Seaborg.
Propriedades Físicas e Estrutura Atômica
Parâmetros Atômicos Fundamentais
O seaborgium possui número atômico 106 com configuração eletrônica [Rn]5f146d47s2, exibindo quatro elétrons 6d desemparelhados disponíveis para ligações químicas. O raio atômico é previsto em aproximadamente 128 pm, enquanto o raio iônico de Sg6+ hexacoordenado mede 65 pm. Os efeitos relativísticos desestabilizam significativamente os orbitais 6d enquanto estabilizam os orbitais 7s, criando um intervalo energético que favorece a remoção de elétrons dos orbitais 6d antes dos 7s. Essa configuração eletrônica resulta na formação preferencial de estados de oxidação elevados, com o estado +6 demonstrando estabilidade excepcional comparado aos elementos mais leves do grupo 6. A carga nuclear efetiva experimentada pelos elétrons de valência excede 3,0, contribuindo para a reatividade química e características de ligação do elemento.
Características Físicas Macroscópicas
O seaborgium é previsto como elemento metálico com estrutura cristalina cúbica de corpo centrado análoga ao tungstênio. Cálculos teóricos sugerem densidade de 23-24 g/cm³, substancialmente inferior às previsões iniciais de 35,0 g/cm³. O elemento demonstra radioatividade extrema, com todos os isótopos sofrendo decaimento rápido por emissão alfa ou fissão espontânea. Pontos de fusão e ebulição permanecem indeterminados experimentalmente devido à meia-vida curta e quantidades limitadas de síntese. Temperaturas de transição de fase são estimadas em ultrapassar 3000 K para fusão com base em extrapolação das tendências periódicas, embora verificação experimental permaneça impossível sob as restrições atuais de produção.
Propriedades Químicas e Reatividade
Estrutura Eletrônica e Comportamento de Ligação
O seaborgium demonstra comportamento químico notável dominado pelo estado de oxidação +6, que exibe maior estabilidade comparado aos estados correspondentes nos elementos mais leves do grupo 6. A configuração eletrônica facilita a sequência de perda eletrônica Sg+ [Rn]5f146d37s2, Sg2+ [Rn]5f146d37s1, progredindo até Sg6+ [Rn]5f14. A desestabilização relativística dos orbitais 6d torna o estado +4 altamente instável e facilmente oxidado para +6. A ligação química apresenta caráter predominantemente covalente em estados de oxidação elevados, com participação dos orbitais d criando oportunidades de ligações múltiplas. A química de coordenação demonstra preferência por geometrias octaédricas com ligantes de oxigênio e halogênios, seguindo padrões estabelecidos no grupo 6.
Propriedades Eletroquímicas e Termodinâmicas
As propriedades eletroquímicas refletem a posição do seaborgium no grupo 6, com potenciais de redução padrão calculados indicando caráter oxidante forte em solução aquosa. O potencial para 2SgO₃ + 2H⁺ + 2e⁻ ⇌ Sg₂O₅ + H₂O é de -0,046 V, enquanto Sg²⁺ + 2e⁻ ⇌ Sg apresenta +0,27 V. Esses valores demonstram a favorabilidade termodinâmica dos estados de oxidação elevados e resistência à redução sob condições padrão. As energias de ionização seguem tendências esperadas, com primeira energia de ionização aproximadamente 757 kJ/mol, substancialmente superior ao tungstênio devido ao aumento da carga nuclear. A afinidade eletrônica permanece mínima, consistente com caráter metálico e preferência por perda eletrônica ao invés de ganho.
Compostos Químicos e Formação de Complexos
Compostos Binários e Ternários
O seaborgium forma hexafluoreto volátil SgF₆ e hexacloreto moderadamente volátil SgCl₆, seguindo tendências estabelecidas no grupo 6. A síntese experimental do oxicloreto de seaborgium SgO₂Cl₂ confirma previsões teóricas sobre formação e volatilidade de compostos. O oxicloreto demonstra volatilidade reduzida comparado aos análogos de molibdênio e tungstênio, seguindo a sequência MoO₂Cl₂ > WO₂Cl₂ > SgO₂Cl₂. Óxidos binários incluem SgO₃ e SgO₂, formados por reações de oxidação com oxigênio molecular. O pentacloreto SgCl₅ e os oxicloreto SgOCl₄ exibem instabilidade térmica em temperaturas elevadas, decompondo-se em compostos de estados de oxidação inferiores.
Química de Coordenação e Compostos Organometálicos
O seaborgium demonstra química de coordenação consistente com elementos do grupo 6 através da formação de complexos carbonil. A síntese experimental do hexacarbonilo de seaborgium Sg(CO)₆ confirma a estabilidade do estado zero de oxidação e a capacidade de retrodoação π. O complexo carbonil apresenta volatilidade comparável aos análogos de molibdênio e tungstênio, com reatividade similar em relação às superfícies de dióxido de silício. A química de coordenação aquosa envolve hidrólise extensiva de [Sg(H₂O)₆]⁶⁺ formando espécies como [Sg(OH)₄(H₂O)]²⁺ e [SgO(OH)₃(H₂O)₂]⁺. A formação de complexos com ligantes fluoreto produz [SgO₂F₃]⁻ e SgO₂F₂ neutro, demonstrando equilíbrios competitivos de hidrólise e complexação.
Ocorrência Natural e Análise Isotópica
Distribuição e Abundância Geoquímica
O seaborgium não ocorre naturalmente, com buscas extensivas em materiais terrestres obtendo resultados negativos. A abundância teórica na crosta se aproxima de zero, com limites superiores estabelecidos em menos de 5,1 × 10⁻¹⁵ átomo(Sg)/átomo(W) em amostras naturais de tungstênio. A ausência do elemento em sistemas naturais resulta das meias-vidas extremamente curtas que impedem sua sobrevivência primordial e da falta de processos nucleares naturais capazes de sintetizar seaborgium. A abundância cósmica permanece indetectável devido a caminhos insuficientes de nucleossíntese estelar para formação de elementos superpesados. Estudos de distribuição ambiental concentram-se em protocolos de contenção laboratorial ao invés de monitoramento de ocorrência natural.
Propriedades Nucleares e Composição Isotópica
Quatorze isótopos de seaborgium, variando de massa 257 a 271, foram identificados, com quatro apresentando estados metastáveis. As meias-vidas variam de 9,3 microssegundos para o ²⁶¹ᵐSg até aproximadamente 9,8 minutos para o ²⁶⁷Sg, seguindo tendências gerais de aumento de estabilidade com números de massa mais elevados. O decaimento alfa predomina em núcleos de massa ímpar, enquanto a fissão espontânea domina em isótopos de massa par devido aos efeitos de pareamento nuclear. As seções de choque nuclear para reações de síntese tipicamente medem 0,3 nanobarns para produção de ²⁶³Sg, exigindo sistemas de detecção sofisticados para identificação de átomos. As cadeias de decaimento prosseguem através de isótopos de rutherfórdio e nobélio, fornecendo confirmação das atribuições de seaborgium por meio de análise correlativa.
Produção Industrial e Aplicações Tecnológicas
Metodologias de Extração e Purificação
A produção de seaborgium depende exclusivamente de síntese nuclear por bombardeamento iônico de alvos de actinídeos pesados. A reação ²⁴⁸Cm(²²Ne,5n)²⁶⁵Sg fornece taxas ótimas de produção de vários átomos por minuto sob as capacidades atuais de aceleradores. Reações de fusão fria utilizando ²⁰⁶Pb(⁵⁴Cr,n)²⁵⁹Sg oferecem rotas alternativas de síntese com energias de excitação reduzidas. A eficiência de produção permanece extremamente baixa com seções de choque medidas em picobarns a nanobarns, exigindo operação contínua de feixe para obtenção significativa. Separação e purificação envolvem técnicas de química em fase gasosa utilizando formação de compostos voláteis, com detecção realizada por espectroscopia alfa e contagem de fissão espontânea.
Aplicações Tecnológicas e Perspectivas Futuras
As aplicações atuais do seaborgium concentram-se inteiramente em pesquisa fundamental de física nuclear e estudos da tabela periódica. Investigações químicas fornecem dados cruciais para validação de modelos teóricos e compreensão de efeitos relativísticos. O elemento serve como referência para metodologias de previsão de elementos superpesados e cálculos de estrutura nuclear. Aplicações futuras permanecem limitadas pelas restrições de produção e decaimento radioativo, embora potenciais papéis em experimentos avançados de física nuclear e medidas de constantes fundamentais possam surgir. A significância econômica é insignificante devido aos custos de síntese excedendo milhões de dólares por átomo, restringindo o uso a instalações de pesquisa especializadas.
Desenvolvimento Histórico e Descoberta
A descoberta do elemento 106 envolveu reivindicações concorrentes das equipes do Instituto Conjunto de Pesquisa Nuclear em Dubna, União Soviética, e do Laboratório Nacional Lawrence Berkeley nos Estados Unidos em 1974. A equipe soviética relatou eventos de fissão espontânea atribuídos ao seaborgium-260 sintetizado por reações ²⁰⁸Pb(⁵⁴Cr,2n), enquanto pesquisadores americanos identificaram seaborgium-263 por meio de bombardeamento ²⁴⁹Cf(¹⁸O,4n) com verificação por decaimento alfa. A controvérsia sobre a prioridade da descoberta persistiu até 1992, quando o Grupo de Trabalho Transfermium da IUPAC/IUPAP creditou os pesquisadores de Berkeley com base na confirmação experimental superior. Disputas de nomenclatura continuaram na década de 1990 com a resistência inicial da IUPAC em homenagear pessoas vivas, antes da aceitação final de "seaborgium" em 1997. O reconhecimento de Glenn T. Seaborg como homenageado representa um reconhecimento sem precedentes às contribuições na química dos elementos transurânicos e avanço da ciência nuclear.
Conclusão
O seaborgium representa a culminação da química do grupo 6 e demonstra a influência profunda dos efeitos relativísticos no comportamento de elementos superpesados. A formação preferencial de compostos hexavalentes e espécies voláteis confirma previsões teóricas enquanto estabelece fundamentos empíricos para investigações transactinídeas adicionais. A caracterização química por meio de técnicas de átomo único revela estabilidade notável de estados de oxidação elevados e padrões de formação de complexos consistentes com tendências periódicas. Direções futuras de pesquisa incluem a síntese de isótopos mais pesados aproximando-se da ilha de estabilidade prevista e expansão dos estudos químicos para explorar geometrias de coordenação e mecanismos de reação. A significância do seaborgium ultrapassa a química fundamental, abrangendo compreensão de estrutura nuclear e validação da mecânica quântica relativística em sistemas atômicos extremos.

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