Elemento | |
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23VVanádio50.941512
8 11 2 |
![]() |
Propriedades básicas | |
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Número atômico | 23 |
Massa atômica | 50.94151 amu |
Família de elementos | Os metais de transição |
Período | 4 |
Grupo | 2 |
Bloquear | s-block |
Ano de descoberta | 1830 |
Distribuição de isótopos |
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51V 99.750% |
Propriedades físicas | |
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Densidade | 6.11 g/cm3 (STP) |
(H) 8.988E-5 Meitnério (Mt) 28 | |
Fusão | 1902 °C |
Hélio (He) -272.2 Carbono (C) 3675 | |
Ebulição | 3380 °C |
Hélio (He) -268.9 Tungstênio (W) 5927 |
Propriedades químicas | |
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Estados de oxidação (menos comum) | +5 (-3, -1, 0, +1, +2, +3, +4) |
Potencial da primeira ionização | 6.746 eV |
Césio (Cs) 3.894 Hélio (He) 24.587 | |
Afinidade eletrônica | 0.528 eV |
Nobélio (No) -2.33 (Cl) 3.612725 | |
Eletro-negatividade | 1.63 |
Césio (Cs) 0.79 (F) 3.98 |
Raio atômico | |
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Raio covalente | 1.34 Å |
(H) 0.32 Francium (Fr) 2.6 | |
Raio metálico | 1.34 Å |
Berílio (Be) 1.12 Césio (Cs) 2.65 | |
Compostos | ||
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Fórmula | Nome | Estado de oxidação |
VO | Óxido de vanádio (II) | +2 |
VCl2 | Cloreto de vanádio (II) | +2 |
VBr2 | Brometo de vanádio (II) | +2 |
V2O3 | Óxido de vanádio (III) | +3 |
VBr3 | Brometo de vanádio (III) | +3 |
VCl3 | Cloreto de vanádio (III) | +3 |
VO2 | Óxido de vanádio (IV) | +4 |
VOSO4 | Sulfato de vanádio (IV) | +4 |
VCl4 | Cloreto de vanádio (IV) | +4 |
V2O5 | Óxido de vanádio (V) | +5 |
VOCl3 | Tricloreto de óxido de vanádio (V) | +5 |
NH4VO3 | Metavanadato de amônio | +5 |
Propriedades eletrônicas | |
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Elétrons por camada | 2, 8, 11, 2 |
Configuração eletrônica | [Ar] 3d3 |
Modelo de átomo de Bohr
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Diagrama de caixa orbital
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Elétrons de valência | 5 |
Estrutura de pontos de Lewis |
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Visualização Orbital | |
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Elétrons | - |
Vanádio (V): Elemento da Tabela Periódica
Resumo
O vanádio (símbolo V, número atômico 23) representa um metal de transição distinguido por sua notável acessibilidade a quatro estados de oxidação adjacentes e diversas aplicações industriais. O elemento exibe aparência metálica característica azul-acinzentada com massa atômica 50,9415 ± 0,0001 u e configuração eletrônica [Ar] 3d³ 4s². O vanádio demonstra utilidade excepcional na produção de ligas de aço, representando 85% do consumo global, enquanto desempenha papéis críticos em processos catalíticos, particularmente na fabricação de ácido sulfúrico via processo de contato. A química única do elemento manifesta-se por meio de complexos aquosos distintos por colorimetria: V²⁺ lilás, V³⁺ verde, VO²⁺ azul e espécies VO₃⁻ amarelo-alaranjadas. Sua ocorrência natural abrange 65 minerais com concentrações significativas em depósitos de combustíveis fósseis, contendo petróleo bruto até 1200 ppm de vanádio. A extração industrial deriva principalmente de escórias de fundição de aço e processamento de magnetita.
Introdução
O vanádio ocupa a posição 23 na tabela periódica como metal de transição do Grupo 5, situado entre titânio e cromo na primeira série de transição. A estrutura eletrônica do elemento, caracterizada pela configuração [Ar] 3d³ 4s², permite acessar múltiplos estados de oxidação variando de +2 a +5, estabelecendo o vanádio como um dos elementos mais versáteis em termos de redox no sistema periódico. Essa versatilidade eletrônica fundamenta suas amplas aplicações tecnológicas e química de coordenação única. Descoberto inicialmente em 1801 por Andrés Manuel del Río e identificado conclusivamente por Nils Gabriel Sefström em 1831, o vanádio recebeu seu nome de Vanadís, a designação nórdica antiga para a deusa Freyja, refletindo os compostos multicoloridos característicos de seus diversos estados de oxidação. A relevância industrial do elemento surgiu proeminentemente no início do século XX com a utilização de ligas de aço com vanádio pela Ford Motor Company na fabricação automotiva, demonstrando a capacidade do metal em melhorar propriedades mecânicas enquanto reduz o peso total. A química moderna do vanádio abrange aplicações sofisticadas em catálise, armazenamento de energia e ciência de materiais avançados, posicionando esse metal de transição como componente crítico na infraestrutura tecnológica contemporânea.
Propriedades Físicas e Estrutura Atômica
Parâmetros Atômicos Fundamentais
A estrutura atômica do vanádio exibe características típicas dos metais de transição iniciais com número atômico Z = 23 e configuração eletrônica no estado fundamental [Ar] 3d³ 4s². O elemento possui raio atômico de 134 pm e raios iônicos que variam sistematicamente com o estado de oxidação: V²⁺ (79 pm), V³⁺ (64 pm), V⁴⁺ (58 pm) e V⁵⁺ (54 pm), demonstrando a contração esperada com aumento da carga positiva. A carga nuclear efetiva experimentada pelos elétrons de valência aproxima-se de 4,98, considerando efeitos de blindagem das camadas eletrônicas internas. As energias sucessivas de ionização refletem a remoção progressiva de elétrons: primeira energia de ionização 650,9 kJ/mol, segunda 1414 kJ/mol, terceira 2830 kJ/mol, quarta 4507 kJ/mol e quinta 6298 kJ/mol. A natureza relativamente acessível dos três primeiros processos de ionização contribui para a estabilidade do vanádio nos estados de oxidação +2, +3 e +4 sob condições químicas adequadas. Medidas de afinidade eletrônica indicam valor de 50,6 kJ/mol, refletindo tendência moderada à aquisição de elétrons na formação de espécies aniônicas.
Características Físicas Macroscópicas
O vanádio manifesta-se como um metal duro e dúctil com coloração azul-acinzentada distinta e brilho metálico. O elemento cristaliza em estrutura cúbica de corpo centrado com parâmetro de rede a = 3,024 Å à temperatura ambiente, apresentando densidade de empacotamento atômico consistente com características de ligação metálica. A densidade padrão mede 6,11 g/cm³ a 293,15 K, posicionando o vanádio entre os metais de transição moderadamente densos. Propriedades térmicas incluem ponto de fusão 2183 K (1910°C), ponto de ebulição 3680 K (3407°C) e capacidade térmica específica 489 J/(kg·K) em condições ambientais. O calor de fusão equivale a 21,5 kJ/mol, enquanto o calor de vaporização atinge 459 kJ/mol, indicando forças intermoleculares substanciais típicas de estruturas metálicas de transição. O elemento exibe paramagnetismo com suscetibilidade magnética χ = +285 × 10⁻⁶ emu/mol, consistente com elétrons d desemparelhados na estrutura eletrônica. A resistividade elétrica mede aproximadamente 197 nΩ·m à temperatura ambiente, demonstrando condutividade moderada característica de metais de transição. O vanádio forma uma camada protetora de óxido em exposição atmosférica, conferindo resistência à oxidação adicional abaixo de 933 K (660°C).
Propriedades Químicas e Reatividade
Estrutura Eletrônica e Comportamento de Ligação
A configuração d³ do vanádio proporciona flexibilidade excepcional em arranjos de ligação e acessibilidade a estados de oxidação. Os três elétrons desemparelhados na subcamada 3d participam prontamente de ligações covalentes, interações iônicas e formação de complexos de coordenação. Os estados de oxidação comuns +2, +3, +4 e +5 correspondem respectivamente às configurações eletrônicas d³, d², d¹ e d⁰, cada uma exibindo propriedades espectroscópicas e magnéticas distintas. Compostos de vanádio(II) demonstram caráter redutor forte com potencial padrão de redução E°(V³⁺/V²⁺) = -0,255 V, enquanto espécies de vanádio(V) atuam como agentes oxidantes com E°(VO₂⁺/VO²⁺) = +1,000 V. A química de coordenação geralmente envolve geometria octaédrica para espécies V²⁺, V³⁺ e V⁴⁺, enquanto o V⁵⁺ frequentemente adota coordenação tetraédrica em oxiânions como o vanadato. A formação de ligações covalentes exibe graus variáveis de caráter iônico dependendo do estado de oxidação, com compostos de V⁵⁺ mostrando caráter covalente mais pronunciado que estados de oxidação inferiores. Os comprimentos médios de ligação V-O variam de 1,59 Å em tetraedros VO₄³⁻ a 2,00 Å em complexos octaédricos de V²⁺, refletindo a variação sistemática nos raios iônicos e covalência das ligações.
Propriedades Eletroquímicas e Termodinâmicas
O vanádio exibe eletronegatividade 1,63 na escala de Pauling, intermediária entre metais de transição adjacentes e consistente com capacidade moderada de atração eletrônica. A escala de eletronegatividade de Mulliken fornece valor comparável de 3,6 eV, corroborando a classificação do elemento como moderadamente eletronegativo. Os potenciais padrão de redução demonstram tendências sistemáticas entre estados de oxidação: E°(V²⁺/V) = -1,175 V, E°(V³⁺/V²⁺) = -0,255 V, E°(VO²⁺/V³⁺) = +0,337 V e E°(VO₂⁺/VO²⁺) = +1,000 V. Esses valores indicam estabilidade termodinâmica dos estados intermediários em solução aquosa, particularmente V³⁺ e VO²⁺. Medidas de afinidade eletrônica resultam em 50,6 kJ/mol, refletindo tendência moderada à formação de espécies aniônicas. A estabilidade termodinâmica dos compostos de vanádio correlaciona-se fortemente com o estado de oxidação, sendo o V₂O₅ o óxido mais estável termodinamicamente em condições ambientais. A entalpia padrão de formação do V₂O₅(s) equivale a -1550,6 kJ/mol, enquanto VO(s) exibe ΔH°f = -431,8 kJ/mol. O comportamento redox em diferentes meios mostra dependência de pH, com condições ácidas favorecendo estados de oxidação elevados e meios alcalinos estabilizando estados inferiores por meio de efeitos de complexação.
Compostos Químicos e Formação de Complexos
Compostos Binários e Ternários
O vanádio forma uma extensa série de óxidos binários refletindo seus múltiplos estados de oxidação: VO (estrutura de NaCl), V₂O₃ (estrutura de corundum), VO₂ (estrutura de rutilo) e V₂O₅ (estrutura laminada). O pentóxido de vanádio representa o óxido mais significativo industrialmente, cristalizando em estrutura ortorrômbica com distâncias de ligação V-O variando de 1,59 a 2,02 Å dependendo do ambiente de coordenação. O composto apresenta comportamento anfotérico, dissolvendo-se em ácidos para formar espécies vanadilo e em bases para produzir ânions vanadato. Os haletos incluem VCl₂, VCl₃, VCl₄ e VF₅, sendo o tetracloreto precursor catalítico em polimerizações Ziegler-Natta. O carbeto de vanádio VC e o nitreto VN exibem dureza e estabilidade térmica excepcionais, aplicando-se na fabricação de ferramentas de corte. A formação de sulfetos produz VS, V₂S₃ e VS₂ com estruturas laminares análogas aos óxidos correspondentes. Compostos ternários incluem vanadatos como Ca₃(VO₄)₂ e Mg₃(VO₄)₂, exibindo estruturas cristalinas e propriedades ópticas diversas.
Química de Coordenação e Compostos Organometálicos
Os complexos de coordenação do vanádio demonstram diversidade notável em geometria, estrutura eletrônica e padrões de reatividade. A química aquosa destaca complexos coloridos característicos: [V(H₂O)₆]²⁺ (lilás), [V(H₂O)₆]³⁺ (verde), [VO(H₂O)₅]²⁺ (azul) e [VO₂(H₂O)₄]⁺ (amarelo). As geometrias de coordenação variam de octaédrica para V²⁺ e V³⁺ a piramidal quadrada para complexos vanadilo e tetraédrica para espécies vanadato. As energias de estabilização do campo ligante contribuem significativamente para a estabilidade dos complexos, com configurações d² e d¹ exibindo valores substanciais de LFSE em ambientes octaédricos. A química organometálica inclui vanadoceno V(C₅H₅)₂ e derivados ciclo-pentadienilicos relacionados, demonstrando configuração com 15 elétrons e propriedades paramagnéticas. Os carbonilas de vanádio, como [V(CO)₆]⁻, exibem estruturas eletrônicas incomuns que requerem retrodoação extensiva para estabilização. Complexos alcóxidos como V(OR)₄ servem como precursores para deposição de filmes de óxido de vanádio por vapor químico. Complexos de base de Schiff demonstram atividade catalítica em reações de oxidação, aproveitando mudanças acessíveis nos estados de oxidação para processos de transferência eletrônica.
Ocorrência Natural e Análise Isotópica
Distribuição Geoquímica e Abundância
O vanádio ocupa o 19º lugar em abundância na crosta terrestre com concentração média de 120 ppm, superando significativamente os níveis de cobre (60 ppm) e zinco (70 ppm). Seu comportamento geoquímico reflete forte afinidade por ambientes contendo oxigênio, associando-se comumente a minerais de ferro e titânio em processos magmáticos. As ocorrências minerais primárias incluem vanadinita [Pb₅(VO₄)₃Cl], patronita [VS₄] e carnalita [K₂(UO₂)₂(VO₄)₂·3H₂O], abrangendo cerca de 65 espécies minerais distintas. Concentrações sedimentares atingem níveis excepcionais em folhelhos negros, areias petrolíferas e depósitos fosfóricos, com algumas formações contendo 1000-3000 ppm de vanádio. Depósitos de combustíveis fósseis mostram conteúdo variável de vanádio, com concentrações em petróleo bruto variando de traços a 1200 ppm, especialmente em óleos pesados e betumes. A água do mar contém vanádio a 30 nM (1,5 mg/m³), predominantemente como íons vanadilo estabilizados por complexação. Sedimentos marinhos demonstram acumulação de vanádio por processos biogênicos e químicos de precipitação, criando potenciais recursos para extração futura. O vanádio atmosférico deriva principalmente da combustão de combustíveis fósseis, contribuindo aproximadamente 110.000 toneladas métricas anualmente para o ciclo ambiental global.
Propriedades Nucleares e Composição Isotópica
O vanádio natural consiste em dois isótopos: ⁵¹V estável (99,75% de abundância) e ⁵⁰V radioativo de longa vida (0,25% de abundância, t₁/₂ = 2,71×10¹⁷ anos). O isótopo estável ⁵¹V possui spin nuclear I = 7/2 e momento magnético μ = +5,1487 magnetons nucleares, possibilitando aplicações em espectroscopia NMR de vanádio em química estrutural. O ⁵⁰V radioativo decai por captura eletrônica produzindo ⁵⁰Ti com taxa extremamente baixa, tornando o isótopo efetivamente estável para fins práticos. Radioisótopos artificiais abrangem números de massa de 40 a 65, com ⁴⁸V (t₁/₂ = 16,0 dias) e ⁴⁹V (t₁/₂ = 330 dias) representando as espécies mais estáveis. A ativação neutrônica produz ⁵²V (t₁/₂ = 3,75 minutos) através de reações (n,γ), aplicando-se em análises por ativação neutrônica. As seções de choque nuclear incluem σₐ = 5,08 barns para ⁵¹V e comprimento coerente de espalhamento neutrônico b = -0,3824 fm. Os caminhos de decaimento beta caracterizam isótopos ricos em nêutrons produzindo crômio, enquanto processos de captura eletrônica em espécies pobres em nêutrons geram produtos de titânio. A meia-vida longa do ⁵⁰V permite aplicações geocronológicas precisas e estudos sobre nucleossíntese no sistema solar primitivo.
Produção Industrial e Aplicações Tecnológicas
Métodos de Extração e Purificação
A produção industrial de vanádio emprega várias rotas de extração distintas dependendo da composição do material fonte e considerações econômicas. As fontes primárias incluem escórias de aciaria contendo 10-25% de V₂O₅, depósitos de magnetita com conteúdo de vanádio de 0,3-2,0% e resíduos de mineração de urânio que geram vanádio como subproduto. A produção chinesa, representando cerca de 60% da produção global, utiliza processamento de carvão mineral mediante sequências de torra, lixiviação e precipitação. A produção russa concentra-se no processamento de titanomagnetita, empregando fusão em altas temperaturas seguida de tratamento da escória com carbonato de sódio para produzir vanadato de sódio. As operações sul-africanas extraem vanádio da magnetita através de redução direta e procedimentos de lixiviação seletiva. A purificação geralmente envolve precipitação de metavanadato de amônio a partir de soluções contendo vanádio, alcançando níveis de pureza de 99,5%. A subsequente redução com alumínio ou cálcio produz ligas de ferrovânadio contendo 35-80% de vanádio para aplicações na indústria siderúrgica. A preparação de vanádio metálico puro requer etapas adicionais de redução usando alumínio ou hidrogênio em temperaturas elevadas, obtendo material de grau eletrônico com pureza >99,9%. A capacidade global de produção excede 85.000 toneladas métricas anualmente, com a China liderando a produção seguida por Rússia e África do Sul.
Aplicações Tecnológicas e Perspectivas Futuras
As aplicações na indústria siderúrgica representam 85% do consumo de vanádio, principalmente por meio de adições de ferrovânadio de 0,15-5,0% dependendo das especificações da liga. Aços de alta resistência e baixa liga incorporam 0,05-0,15% de vanádio para refinamento de grão e endurecimento por precipitação, alcançando resistências de escoamento superiores a 550 MPa. Os aços para ferramentas contendo 1-5% de vanádio demonstram excepcional resistência ao desgaste e retenção de dureza em temperaturas acima de 600°C, permitindo aplicações em usinagem de alta velocidade. As aplicações catalíticas centram-se no uso de pentóxido de vanádio na produção de ácido sulfúrico via processo de contato, onde sistemas catalíticos V₂O₅/K₂S₂O₇ atingem eficiência de conversão de SO₂ >99,5% a 400-500°C. A tecnologia emergente de baterias redox de vanádio explora os quatro estados de oxidação em sistemas de armazenamento de energia em escala industrial, oferecendo 10-20 anos de vida operacional com mínima degradação de capacidade. Aplicações aeroespaciais incluem ligas de vanádio-alumínio-titânio para componentes de motores a jato, onde estabilidade térmica e baixa densidade são vantajosas. Perspectivas futuras abrangem aplicações em janelas inteligentes com dióxido de vanádio utilizando transições fase metálico-isolante, armazenamento de hidrogênio em ligas baseadas em vanádio e condutores supercondutores V₃Si para aplicações em reatores de fusão. Projeções de mercado indicam crescimento contínuo impulsionado pela demanda em armazenamento de energia renovável e aços avançados para iniciativas de redução de peso automotivo.
Desenvolvimento Histórico e Descoberta
A descoberta do vanádio envolve uma cronologia complexa que abrange três décadas e múltiplos investigadores independentes. A identificação inicial ocorreu em 1801 quando o cientista espanhol-mexicano Andrés Manuel del Río analisou minérios de chumbo das minas de Zimapán no México. Del Río observou mudanças de cor distintas após tratamento com ácidos e denominou inicialmente o novo elemento como "pancromio" devido à sua versatilidade cromática, posteriormente renomeado como "eritronio" pela coloração vermelha em solução ácida. Porém, o químico francês Hippolyte Victor Collet-Descotils contestou a descoberta em 1805, afirmando incorretamente que as amostras continham apenas cromo, levando à temporária rejeição da descoberta de del Río. O reconhecimento definitivo surgiu em 1831 através da investigação sistemática do químico sueco Nils Gabriel Sefström sobre escórias de ferro da mina de Taberg. Sefström confirmou a existência de um novo elemento, denominando-o "vanádio" em homenagem a Vanadís, nome nórdico antigo da deusa Freyja, reconhecendo os compostos coloridos característicos da química do vanádio. Trabalhos contemporâneos do químico alemão Friedrich Wöhler estabeleceram a identidade entre os elementos descritos por del Río e Sefström, restaurando a prioridade de del Río na descoberta. O isolamento do vanádio metálico puro mostrou-se desafiador até Henry Enfield Roscoe obtê-lo com sucesso em 1867 através da redução do cloreto de vanádio(II) com gás hidrogênio. Aplicações industriais surgiram no início do século XX quando Henry Ford utilizou ligas de aço com vanádio na fabricação automotiva, demonstrando superior razão resistência-peso. O desenvolvimento da química moderna do vanádio acelerou-se com cristalografia de raios X, espectroscopia de ressonância paramagnética eletrônica e cálculos químicos quânticos, revelando detalhes da estrutura eletrônica e princípios de ligação que fundamentam a notável versatilidade química do elemento.
Conclusão
O vanádio ocupa posição distinta entre os metais de transição por sua acessibilidade a múltiplos estados de oxidação, química de coordenação diversificada e extensas aplicações tecnológicas. Sua estrutura eletrônica única permite processos redox sofisticados fundamentais a sistemas catalíticos, tecnologias de armazenamento energético e desenvolvimento de materiais avançados. Sua relevância industrial abrange desde metalurgia tradicional até baterias de última geração, demonstrando a contínua importância do vanádio na infraestrutura tecnológica moderna. Direções futuras de pesquisa incluem aplicações em materiais inteligentes, sistemas sustentáveis de armazenamento de energia e processos catalíticos avançados explorando a excepcional versatilidade redox do elemento. O papel do vanádio em sistemas biológicos, especialmente em ambientes marinhos e fixação de nitrogênio, sugere oportunidades adicionais em química bioinorgânica e aplicações ambientais.

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