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Astato @ Tabela Periódica dos Elementos Químicos

12345678 910111213141516 1718
IIIIIIbIVb VbVIbVIIbVIIIbIb IIbIIIIVVVI VIIVIII
1H
1.0079
2He
4.0026
3Li
6.9412
4Be
9.0121
5B
10.811
6C
12.010
7N
14.006
8O
15.999
9F
18.998
10Ne
20.179
11Na
22.989
12Mg
24.305
13Al
26.981
14Si
28.085
15P
30.973
16S
32.065
17Cl
35.453
18Ar
39.948
19K
39.098
20Ca
40.078
21Sc
44.955
22Ti
47.867
23V
50.941
24Cr
51.996
25Mn
54.938
26Fe
55.845
27Co
58.933
28Ni
58.693
29Cu
63.546
30Zn
65.409
31Ga
69.723
32Ge
72.641
33As
74.921
34Se
78.963
35Br
79.904
36Kr
83.798
37Rb
85.467
38Sr
87.621
39Y
88.905
40Zr
91.224
41Nb
92.906
42Mo
95.942
43Tc
98.906
44Ru
101.07
45Rh
102.90
46Pd
106.42
47Ag
107.86
48Cd
112.41
49In
114.81
50Sn
118.71
51Sb
121.76
52Te
127.60
53I
126.90
54Xe
131.29
55Cs
132.90
56Ba
137.32
57La
138.90
72Hf
178.49
73Ta
180.94
74W
183.84
75Re
186.20
76Os
190.23
77Ir
192.21
78Pt
195.08
79Au
196.96
80Hg
200.59
81Tl
204.38
82Pb
207.21
83Bi
208.98
84Po
208.98
85At
209.98
86Rn
222.01
87Fr
223.01
88Ra
226.02
89Ac
227.02
104Rf
261.10
105Db
262.11
106Sg
266.12
107Bh
264.12
108Hs
269
109Mt
278
110Ds
281
111Rg
282
112Cn
285
113Nh
286
114Fl
289
115Mc
290
116Lv
293
117Ts
294
118Og
294
Lantanidios58Ce
140.11
59Pr
140.90
60Nd
144.24
61Pm
146.91
62Sm
150.36
63Eu
151.96
64Gd
157.25
65Tb
158.92
66Dy
162.50
67Ho
164.93
68Er
167.25
69Tm
168.93
70Yb
173.04
71Lu
174.96
Actinídios90Th
232.03
91Pa
231.03
92U
238.02
93Np
237.04
94Pu
244.06
95Am
243.06
96Cm
247.07
97Bk
247.07
98Cf
251.07
99Es
252.08
100Fm
257.09
101Md
258.09
102No
259.10
103Lr
260.10
Metais alcalinos Metais terrosos alcalinos Os metais de transição Outros metais Metaloides Não-metais Halogênios Gases nobres
Elemento

85

At

Astato

209.9871

2
8
18
32
18
7
Astato foto
Propriedades básicas
Número atômico85
Massa atômica209.9871 amu
Família de elementosHalogênios
Período6
Grupo17
Bloquearp-block
Ano de descoberta1940
Distribuição de isótopos
Nenhum
Propriedades físicas
Densidade 7 g/cm3 (STP)
H (H) 8.988E-5
Meitnério (Mt) 28
Fusão302 °C
Hélio (He) -272.2
Carbono (C) 3675
Ebulição337 °C
Hélio (He) -268.9
Tungstênio (W) 5927
Propriedades químicas
Estados de oxidação
(menos comum)
-1, +1
(+3, +5, +7)
Potencial da primeira ionização 9.535 eV
Césio (Cs) 3.894
Hélio (He) 24.587
Afinidade eletrônica 2.416 eV
Nobélio (No) -2.33
Cl (Cl) 3.612725
Eletro-negatividade2.2
Césio (Cs) 0.79
F (F) 3.98
Raio atômico
Raio covalente 1.47 Å
H (H) 0.32
Francium (Fr) 2.6
Van der Waals raio 2.02 Å
H (H) 1.2
Francium (Fr) 3.48
85AtWebQC.OrgCovalenteVan der Waals
Compostos
FórmulaNomeEstado de oxidação
HAtAstatide de hidrogênio-1
NaAtAstatida de sódio-1
AtBrBrometo de astato+1
AtIIodeto de astato+1
Propriedades eletrônicas
Elétrons por camada2, 8, 18, 32, 18, 7
Configuração eletrônica[Xe] 4f145d106s26p5
Modelo de átomo de Bohr
Modelo de átomo de Bohr
Diagrama de caixa orbital
Diagrama de caixa orbital
Elétrons de valência7
Estrutura de pontos de Lewis Astato Estrutura de pontos de Lewis
Visualização Orbital
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Elétrons-

Astato (At): Elemento da Tabela Periódica

Artigo de Revisão Científica | Série de Referência em Química

Resumo

O astato (At) representa o elemento natural mais raro da crosta terrestre, posicionado como o número atômico 85 no grupo dos halógenos da tabela periódica. Todos os isótopos de astato exibem extrema instabilidade radioativa, com o isótopo mais estável 210At possuindo uma meia-vida de apenas 8,1 horas. Essa característica de decaimento radioativo impede a formação de amostras macroscópicas, pois qualquer quantidade detectável vaporiza imediatamente devido ao intenso aquecimento radiativo. O elemento demonstra propriedades químicas únicas que unem o comportamento halógeno e metálico, exibindo valores de eletronegatividade de 2,2 na escala de Pauling e formando espécies aniônicas e catiônicas em solução. A reatividade química do astato é menos pronunciada que a do iodo, estabelecendo-o como o halógeno menos reativo. Aplicações industriais limitam-se a usos especializados em medicina nuclear, particularmente em terapia com partículas alfa direcionada utilizando 211At. A descoberta do elemento ocorreu em 1940 por meio de síntese artificial na Universidade da Califórnia, Berkeley, através do bombardeamento de bismuto-209 com partículas alfa.

Introdução

O astato ocupa uma posição distinta na tabela periódica como o halógeno natural mais pesado, representando o elemento 85 no Grupo 17. Sua configuração eletrônica [Xe] 4f14 5d10 6s2 6p5 o posiciona como o membro terminal dos halógenos naturais, exibindo propriedades que unem a química convencional dos halógenos não metálicos com características metálicas emergentes. A extrema rareza do elemento resulta de sua completa instabilidade radioativa, com abundância terrestre estimada em menos de um grama presente na crosta terrestre em qualquer momento dado.

Previsões teóricas baseadas em tendências periódicas sugerem que o astato deva exibir a menor energia de ionização entre os halógenos estáveis, aproximadamente 899 kJ mol-1, continuando a tendência decrescente observada do flúor (1681 kJ mol-1) ao iodo (1008 kJ mol-1). A posição do elemento próximo ao limite metalóide-metal introduz características de ligação únicas que o distinguem dos halógenos mais leves. A descoberta do astato por meio de síntese artificial em 1940 por Corson, MacKenzie e Segrè estabeleceu a existência do elemento, embora sua ocorrência natural tenha sido posteriormente confirmada em traços dentro das séries de decaimento do urânio e do actínio.

Propriedades Físicas e Estrutura Atômica

Parâmetros Atômicos Fundamentais

A estrutura atômica do astato centra-se em um núcleo contendo 85 prótons, definindo sua posição na tabela periódica e sua identidade química. A configuração eletrônica [Xe] 4f14 5d10 6s2 6p5 indica um único elétron desemparelhado no orbital 6p mais externo, consistente com as características da família dos halógenos. Medidas de raio atômico sugerem valores próximos a 150 pm, representando o maior raio atômico entre os halógenos naturais e refletindo a diminuição da carga nuclear efetiva devido aos efeitos extensos de blindagem eletrônica.

O raio iônico do elemento no estado de oxidação -1 aproxima-se de 227 pm para At-, significativamente maior que o íon iodeto (220 pm) e demonstrando a tendência periódica esperada de aumento do tamanho iônico ao descer no grupo dos halógenos. Cálculos de carga nuclear efetiva indicam redução na atração nuclear experimentada pelos elétrons de valência devido à blindagem completa das camadas internas, contribuindo para os padrões únicos de reatividade química do elemento. Valores de polarizabilidade excedem significativamente os do iodo, aumentando a tendência do elemento para ligação covalente e comportamento metálico sob condições específicas.

Características Físicas Macroscópicas

A aparência física do astato permanece amplamente teórica devido à impossibilidade de obter quantidades macroscópicas para observação direta. Extrapolando as tendências periódicas dos halógenos, sugere-se um sólido escuro e brilhante com aparência metálica, contrastando com os cristais moleculares característicos dos halógenos mais leves. Previsões de estrutura cristalina indicam arranjos ortorrômbicos similares ao iodo ou estruturas cúbicas de face centrada metálicas, dependendo das condições termodinâmicas e métodos de preparação da amostra.

Valores estimados de ponto de fusão variam de 575 K a 610 K (302°C a 337°C), representando o maior ponto de fusão entre os halógenos e refletindo forças intermoleculares mais fortes. Extrapolando-se o ponto de ebulição, sugere-se temperaturas próximas a 610 K a 650 K (337°C a 377°C), embora esses valores permaneçam altamente especulativos devido à instabilidade radioativa do elemento. Cálculos de densidade para o astato metálico prevêem valores entre 8,91 e 8,95 g cm-3, substancialmente mais altos que o iodo (4,93 g cm-3) e aproximando-se das densidades dos metais de transição.

Medidas de pressão de vapor indicam volatilidade reduzida comparada ao iodo, com taxas de sublimação aproximadamente metade das observadas para o iodo sob condições comparáveis. Essa volatilidade reduzida alinha-se com o aumento das forças intermoleculares e possíveis características de ligação metálica. Estimativas de capacidade térmica específica sugerem valores próximos a 0,17 J g-1 K-1, consistentes com propriedades térmicas de elementos pesados e padrões de comportamento metálico.

Propriedades Químicas e Reatividade

Estrutura Eletrônica e Comportamento de Ligação

A reatividade química do astato emerge de sua configuração eletrônica única, que permite modos de ligação halógenos e metálicos. O único elétron 6p desemparelhado participa prontamente da formação de ligações covalentes, enquanto a extensa nuvem eletrônica demonstra polarizabilidade aumentada comparada aos halógenos mais leves. Estados de oxidação comuns incluem -1, +1, +3, +5 e +7, com o estado +1 mostrando estabilidade particular que distingue o astato dos outros halógenos.

As características de formação de ligações revelam comprimentos de ligação At-H próximos a 171 pm no hidrogênio astato, representando a ligação mais longa entre os haletos de hidrogênio e refletindo a redução na força da ligação. Ligações covalentes com carbono produzem ligações At-C com comprimentos próximos a 220 pm, substancialmente mais longas que as ligações iodo-carbono correspondentes. A tendência do elemento para ligação covalente aumenta relativamente aos outros halógenos, consistente com a redução da eletronegatividade e o aumento do caráter metálico.

A química de coordenação demonstra a capacidade do elemento formar complexos estáveis com vários ligantes, incluindo compostos de coordenação com piridina e doadores nitrogenados relacionados. O número de coordenação geralmente varia de 2 a 6, com geometrias planares quadradas e octaédricas observadas em diferentes ambientes químicos. Os padrões de hibridização envolvem principalmente configurações sp3d2 em compostos de coordenação mais elevados, permitindo a formação de geometrias complexas não facilmente acessíveis pelos halógenos mais leves.

Propriedades Eletroquímicas e Termodinâmicas

Os valores de eletronegatividade do astato medem 2,2 na escala de Pauling, representando a menor eletronegatividade entre os halógenos naturais e aproximando-se da eletronegatividade do hidrogênio. Essa redução reflete a posição do elemento próximo ao limite metal-não metal e contribui para seu comportamento químico único. Escalas alternativas de eletronegatividade, incluindo a escala de Allred-Rochow, fornecem valores próximos a 1,9, enfatizando ainda mais a reduzida capacidade de atração eletrônica do elemento.

Medidas de energia de ionização confirmam a tendência periódica de redução dos valores ao descer no grupo dos halógenos, com a primeira energia de ionização do astato aproximadamente 899 kJ mol-1. Esse valor permite a remoção de elétrons com maior facilidade comparada aos outros halógenos, facilitando a formação de cátions em ambientes químicos adequados. As energias subsequentes seguem padrões esperados, com a segunda energia de ionização próxima a 1600 kJ mol-1 e valores mais altos refletindo a remoção de elétrons do núcleo.

Dados de afinidade eletrônica indicam valores de 233 kJ mol-1, representando uma redução de aproximadamente 21% comparada ao iodo (295 kJ mol-1). Essa afinidade eletrônica reduzida resulta de efeitos de acoplamento spin-órbita que desestabilizam o elétron adicional no ânion At-. Potenciais de redução padrão para o par At2/At- medem aproximadamente +0,3 V, indicando comportamento oxidante moderado sob condições padrão. O par At+/At exibe potenciais de redução próximos a +0,5 V, demonstrando a capacidade do elemento existir em múltiplos estados de oxidação sob condições apropriadas em solução.

Compostos Químicos e Formação de Complexos

Compostos Binários e Ternários

O hidrogênio astato (HAt) representa o composto binário mais simples, formado pela combinação direta do astato com hidrogênio ou pela protonação de soluções de astato. Diferentemente dos outros haletos de hidrogênio, o HAt exibe características de polaridade únicas com localização de carga negativa prevista no hidrogênio em vez do astato, refletindo a reduzida eletronegatividade do elemento. O composto demonstra propriedades redutoras aumentadas comparadas aos outros haletos de hidrogênio e sofre oxidação prontamente em soluções ácidas.

Compostos inter-halogênicos incluem AtI, AtBr e AtCl, formados através de reações em fase vapor ou química em solução envolvendo fontes apropriadas de halógenos. Esses compostos exibem maior estabilidade que a prevista por cálculos termodinâmicos, sugerindo efeitos de estabilização cinética. O composto AtI demonstra estabilidade particular e serve como intermediário sintético em várias preparações químicas com astato. Ânions complexos como AtI2- e AtBr2- formam-se prontamente em solução, demonstrando comportamento de coordenação expandido.

Os astatos metálicos incluem fluoreto de sódio (NaAt), fluoreto de prata (AgAt) e fluoreto de tálio (TlAt), exibindo características de ligação iônica com energias reticulares intermediárias entre os iodetos correspondentes e compostos metálicos teóricos. Esses compostos demonstram padrões variados de solubilidade, com o fluoreto de prata mostrando solubilidade limitada, consistente com sua posição na tendência de solubilidade dos haletos de prata. O fluoreto de chumbo (PbAt2) e compostos relacionados exibem estabilidade termodinâmica que permite seu uso em reações de precipitação para separação e purificação do astato.

Química de Coordenação e Compostos Organometálicos

Complexos de coordenação demonstram a versatilidade do astato como ligante e como átomo central. O cátion dipyridine-astatina(I) [At(C5H5N)2]+ exibe geometria linear com ligações covalentes dativas conectando o astato aos átomos de nitrogênio doador. Esse cátion forma sais estáveis com vários ânions, incluindo perclorato e nitrato, demonstrando a capacidade do elemento funcionar como centro de coordenação.

A química organometálica inclui astatobenzeno (C6H5At) e compostos aromáticos relacionados formados por meio de reações de substituição eletrofílica. Esses compostos exibem estabilidade aumentada comparada a derivados alquila simples de astato devido aos efeitos de estabilização aromática. A oxidação do astatobenzeno produz compostos como C6H5AtCl2 e C6H5AtO2, demonstrando a capacidade do elemento participar em vias de síntese orgânica.

A formação de complexos com EDTA e agentes quelantes relacionados indica a capacidade do elemento formar compostos de coordenação estáveis com ligantes multidentados. Esses complexos exibem constantes de estabilidade comparáveis às dos complexos de prata(I), refletindo proporções carga-tamanho similares e preferências de coordenação. A formação desses complexos é particularmente importante para aplicações radioquímicas e técnicas de separação do astato.

Ocorrência Natural e Análise Isotópica

Distribuição e Abundância Geoquímicas

O astato exibe a menor abundância crustal de qualquer elemento natural, com quantidades totais estimadas em menos de um grama na crosta terrestre em equilíbrio. Essa extrema rareza resulta da completa instabilidade radioativa do elemento e da ausência de isótopos de longa meia-vida capazes de acumular em escalas de tempo geológicas. Sua ocorrência natural limita-se a traços contínuos produzidos pelas séries de decaimento do urânio, actínio e neptúnio.

Padrões de comportamento geoquímico sugerem que o astato deve concentrar-se em ambientes ricos em sulfetos e exibir características calcófilas similares a outros halógenos pesados. No entanto, a meia-vida curta do elemento impede processos significativos de concentração geoquímica, limitando sua distribuição à proximidade imediata dos eventos de decaimento dos núclidos parentais. Ambientes marinhos podem conter concentrações ligeiramente elevadas devido ao decaimento contínuo de espécies dissolvidas de urânio, embora permaneçam abaixo de 10-20 mol L-1 na maioria das condições.

Associações minerais permanecem amplamente teóricas devido à instabilidade radioativa do elemento. Associações previstas incluem minerais contendo urânio como pitchblende e carnotita, onde isótopos de astato formam-se como produtos intermediários de decaimento. A alta polarizabilidade do elemento sugere associação potencial com minerais de sulfeto em condições de equilíbrio, embora essas associações não possam persistir devido ao rápido decaimento radioativo.

Propriedades Nucleares e Composição Isotópica

Isótopos naturais de astato incluem 215At, 217At, 218At e 219At, todos com meias-vidas medidas em segundos ou minutos. O isótopo 219At exibe a meia-vida natural mais longa, de 56 segundos, ocorrendo na série de decaimento do actínio como produto de decaimento do frâncio-223. Esses isótopos sofrem principalmente decaimento alfa, produzindo bismuto e polônio como produtos filhos.

Isótopos sintéticos abrangem números de massa de 193 a 223, com 210At sendo o isótopo mais estável apesar de sua meia-vida de 8,1 horas. Esse isótopo sofre principalmente decaimento alfa (99,8%) com captura eletrônica secundária (0,2%), produzindo polônio-206 e bismuto-210 respectivamente. O isótopo 211At possui significância particular para aplicações médicas devido à sua meia-vida de 7,2 horas e características puras de decaimento alfa.

Seções transversais nucleares para produção de isótopos de astato envolvem tipicamente alvos de bismuto-209 com bombardeamento de partículas alfa, prótons ou nêutrons. A reação 209Bi(α,2n)211At representa a rota primária de produção para isótopos médicos, exigindo energias de partículas alfa próximas a 28 MeV para rendimento ótimo. Métodos alternativos de produção incluem 232Th(p,20n)213At e reações de espalação relacionadas, embora sejam menos eficientes para aplicações práticas.

Produção Industrial e Aplicações Tecnológicas

Metodologias de Extração e Purificação

A produção industrial do astato depende exclusivamente de síntese artificial por reações nucleares, já que as quantidades naturais são insuficientes para aplicações práticas. O método primário de produção envolve o bombardeamento de alvos de bismuto-209 com partículas alfa de 28-30 MeV em instalações de cíclotron, gerando 211At pela via de reação (α,2n). A preparação dos alvos requer bismuto metálico de alta pureza depositado sobre materiais de suporte de cobre ou alumínio para facilitar a dissipação de calor durante o bombardeamento.

Procedimentos de purificação devem operar dentro das restrições impostas pelas curtas meias-vidas dos isótopos, exigindo técnicas rápidas concluídas em horas após a produção. Métodos de destilação exploram as diferenças de volatilidade do astato em relação ao bismuto e outros materiais alvo, geralmente conduzidos a 200-300°C sob pressão reduzida. Alternativamente, extração química úmida emprega clorofórmio ou soluções de tetracloreto de carbono para separar o astato dos materiais alvo dissolvidos.

A cromatografia de troca iônica proporciona separação seletiva usando resinas especializadas que exploram as características únicas de sorção do astato. Resinas de troca catiônica são particularmente eficazes para separar espécies At+ de bismuto e outros contaminantes metálicos. A eficiência geral de produção raramente excede 10-15% devido a reações nucleares concorrentes e perdas durante a separação. A capacidade global de produção permanece limitada a quantidades de pesquisa, tipicamente medidas em milicurie para aplicações especializadas.

Aplicações Tecnológicas e Perspectivas Futuras

Aplicações médicas representam o uso tecnológico primário do astato, especificamente 211At para terapia com partículas alfa direcionada em oncologia. A meia-vida de 7,2 horas do isótopo fornece tempo suficiente para preparação radiofarmacêutica e tratamento do paciente, enquanto minimiza a exposição à radiação de longo prazo. As partículas alfa emitidas durante o decaimento depositam radiação de transferência de energia linear elevada dentro de dimensões celulares, permitindo destruição seletiva de tecido cancerígeno com danos mínimos às células saudáveis circundantes.

Aplicações de pesquisa incluem estudos com traçadores radiativos investigando química halógena e processos bioquímicos. A posição única do astato entre os halógenos permite investigar tendências periódicas e teorias de ligação química sob condições extremas. Pesquisas em física nuclear utilizam isótopos de astato para estudar mecanismos de decaimento alfa e efeitos de estrutura nuclear em núcleos pesados.

Perspectivas futuras incluem desenvolvimento de métodos aprimorados de produção para aumentar a disponibilidade de isótopos para aplicações médicas expandidas. Produção baseada em aceleradores com partículas de maior energia pode aumentar rendimentos enquanto reduz reações concorrentes. Pesquisas em materiais alvo alternativos e vias reacionais continuam para resolver limitações de produção. Tecnologias avançadas de separação, incluindo sistemas automatizados capazes de purificação rápida, representam outra área de desenvolvimento contínuo.

Considerações econômicas atualmente limitam aplicações do astato a usos médicos e de pesquisa especializados devido aos altos custos de produção e disponibilidade limitada. Os custos de produção aproximam-se de vários milhares de dólares por milicurie, refletindo o equipamento especializado e a expertise necessária para manipulação segura de materiais radioativos. A demanda de mercado permanece restrita por requisitos regulatórios e necessidade de instalações especializadas capazes de manipular radionuclídeos emissores alfa.

Desenvolvimento Histórico e Descoberta

A fundação conceitual para a existência do astato emergiu da organização da tabela periódica por Dmitri Mendeleev em 1869, que previu um elemento abaixo do iodo no Grupo 17. Esse elemento hipotético, denominado "eka-iodine", era esperado exibir propriedades intermediárias entre o iodo e o halógeno mais pesado previsto. Buscas iniciais infrutíferas por eka-iodine natural incluíram alegações por Fred Allison em 1931, que propôs o nome "alabamine" baseado em evidência espectroscópica posteriormente comprovada como incorreta.

Alegações adicionais de descoberta incluíram a identificação de Rajendralal De em 1937 do "dakin" na série de decaimento do tório, e observações espectroscópicas de raios X por Horia Hulubei em 1936 e 1939 levando ao nome proposto "dor". Essas alegações iniciais sofreram de sensibilidade insuficiente dos métodos de detecção disponíveis e incapacidade de caracterização química definitiva do elemento suposto. O anúncio de Walter Minder em 1940 do "helvetium" como produto de decaimento beta do polônio-218 foi posteriormente refutado por procedimentos experimentais mais rigorosos.

A síntese e identificação definitivas ocorreram em 1940 quando Dale Corson, Kenneth MacKenzie e Emilio Segrè na Universidade da Califórnia, Berkeley produziram com sucesso o astato-211 através de bombardeamento de partículas alfa no bismuto-209. Sua síntese baseada em cíclotron proporcionou quantidades suficientes para caracterização química, estabelecendo as propriedades halógenas do elemento enquanto revelava características metálicas únicas.

O reconhecimento do astato como elemento válido progrediu na década de 1940 conforme métodos aprimorados de detecção confirmaram sua ocorrência natural nas séries de decaimento do urânio e actínio. A identificação de Berta Karlik e Traude Bernert em 1943 do astato em cadeias de decaimento natural forneceu validação crucial da existência do elemento além da síntese artificial. O nome "astato", derivado da palavra grega "astatos" significando instável, foi formalmente proposto em 1947 e reflete a instabilidade radioativa fundamental do elemento. Essa nomenclatura continuou a tradição dos halógenos de nomes descritivos baseados em propriedades características, paralela ao cloro (verde), bromo (cheiro forte) e iodo (violeta).

Conclusão

O astato ocupa uma posição única na tabela periódica como o halógeno natural terminal, exibindo propriedades químicas que unem o comportamento halógeno convencional às características metálicas emergentes. A extrema instabilidade radioativa do elemento, com todos os isótopos possuindo meias-vidas medidas em horas ou menos, impede a formação de amostras macroscópicas e limita medidas diretas de propriedades físicas. Apesar disso, previsões teóricas combinadas a estudos químicos em escala de traçador revelam uma química complexa caracterizada por redução de eletronegatividade, aumento da tendência à ligação covalente e capacidade de formar espécies aniônicas e catiônicas.

Aplicações tecnológicas atuais limitam-se a medicina nuclear especializada e aplicações de pesquisa, principalmente envolvendo 211At para terapia com partículas alfa direcionada. A produção do elemento requer instalações sofisticadas de cíclotron e procedimentos rápidos de purificação, restringindo sua disponibilidade a quantidades de pesquisa. Desenvolvimentos futuros em eficiência de produção e tecnologia de separação podem expandir aplicações práticas, embora a limitação fundamental imposta pela instabilidade radioativa continue restringindo o uso em larga escala. A significância do astato estende-se além de aplicações práticas imediatas para compreensão fundamental de tendências periódicas, teorias de ligação química e comportamento da matéria sob condições extremas impostas pela composição nuclear pesada e instabilidade radioativa.

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