Elemento | |
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56BaBário137.32772
8 18 18 8 2 |
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Propriedades básicas | |
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Número atômico | 56 |
Massa atômica | 137.3277 amu |
Família de elementos | Metais terrosos alcalinos |
Período | 6 |
Grupo | 2 |
Bloquear | s-block |
Ano de descoberta | 1772 |
Distribuição de isótopos |
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130Ba 0.106% 132Ba 0.101% 134Ba 2.417% 135Ba 6.592% 136Ba 7.854% 137Ba 11.23% 138Ba 71.70% |
134Ba (2.42%) 135Ba (6.59%) 136Ba (7.85%) 137Ba (11.23%) 138Ba (71.70%) |
Propriedades físicas | |
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Densidade | 3.594 g/cm3 (STP) |
(H) 8.988E-5 Meitnério (Mt) 28 | |
Fusão | 729 °C |
Hélio (He) -272.2 Carbono (C) 3675 | |
Ebulição | 1640 °C |
Hélio (He) -268.9 Tungstênio (W) 5927 |
Propriedades químicas | |
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Estados de oxidação (menos comum) | +2 (+1) |
Potencial da primeira ionização | 5.212 eV |
Césio (Cs) 3.894 Hélio (He) 24.587 | |
Afinidade eletrônica | 0.145 eV |
Nobélio (No) -2.33 (Cl) 3.612725 | |
Eletro-negatividade | 0.89 |
Césio (Cs) 0.79 (F) 3.98 |
Raio atômico | |
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Raio covalente | 1.96 Å |
(H) 0.32 Francium (Fr) 2.6 | |
Van der Waals raio | 2.68 Å |
(H) 1.2 Francium (Fr) 3.48 | |
Raio metálico | 2.22 Å |
Berílio (Be) 1.12 Césio (Cs) 2.65 | |
Compostos | ||
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Fórmula | Nome | Estado de oxidação |
BaCl2 | Cloreto de bário | +2 |
Ba(OH)2 | Hidróxido de bário | +2 |
BaSO4 | Sulfato de Bário | +2 |
Ba(NO3)2 | Nitrato de bário | +2 |
BaCO3 | Carbonato de bário | +2 |
Ba3(PO4)2 | Fosfato de bário | +2 |
BaO | Óxido de bário | +2 |
BaF2 | Fluoreto de bário | +2 |
BaO2 | Peróxido de bário | +2 |
BaI2 | Iodeto de bário | +2 |
BaBr2 | Brometo de bário | +2 |
BaCrO4 | Cromato de bário | +2 |
Propriedades eletrônicas | |
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Elétrons por camada | 2, 8, 18, 18, 8, 2 |
Configuração eletrônica | [Xe] 6s2 |
Modelo de átomo de Bohr
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Diagrama de caixa orbital
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Elétrons de valência | 2 |
Estrutura de pontos de Lewis |
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Visualização Orbital | |
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Elétrons | - |
Bário (Ba): Elemento da Tabela Periódica
Resumo
O bário (Ba, número atômico 56) representa o quinto elemento do Grupo 2 da tabela periódica e constitui um metal alcalino terroso macio e prateado com significativas aplicações industriais e científicas. Com massa atômica de 137,327 ± 0,007 u e densidade de 3,62 g/cm³, o bário exibe propriedades características de metais alcalinos terrosos, incluindo alta reatividade química, formação de compostos predominantemente iônicos no estado de oxidação +2 e coloração verde distinta em chamas. O elemento ocorre naturalmente na crosta terrestre com abundância de 0,0425%, principalmente como minerais barita (BaSO₄) e witherita (BaCO₃). Compostos de bário solúveis em água demonstram toxicidade significativa, exigindo protocolos cuidadosos de manipulação em ambientes laboratoriais e industriais.
Introdução
O bário ocupa a posição 56 na tabela periódica, representando o quinto membro dos metais alcalinos terrosos (Grupo 2) e completando a configuração do bloco s do sexto período. O elemento apresenta configuração eletrônica [Xe]6s², estabelecendo sua química bivalente característica e posicionamento dentro das tendências periódicas estabelecidas, como aumento do raio atômico, redução da energia de ionização e aumento do caráter metálico ao descer no Grupo 2. Sua descoberta remonta a 1772, quando Carl Scheele identificou a barita como contendo um elemento desconhecido, embora a isolamento metálico tenha requerido técnicas eletrolíticas desenvolvidas por Humphry Davy em 1808. O nome deriva do grego βαρύς (barys), significando "pesado", refletindo a densidade notável do elemento entre minerais comuns. A compreensão moderna reconhece o bário como essencial em aplicações tecnológicas especializadas, simultaneamente considerando seus riscos biológicos.
Propriedades Físicas e Estrutura Atômica
Parâmetros Atômicos Fundamentais
O bário apresenta número atômico 56 e configuração eletrônica [Xe]6s², estabelecendo um núcleo nobre com dezoito elétrons e dois elétrons de valência no orbital 6s. O raio atômico mede 268 pm, representando um aumento previsível em relação ao estrôncio (249 pm) e ao cálcio (231 pm), consistente com a adição de uma camada eletrônica. O raio iônico de Ba²⁺ é igual a 149 pm, refletindo a remoção dos elétrons 6s e subsequente contração. A primeira energia de ionização é de 502,9 kJ/mol, demonstrando a redução característica do Grupo 2 do magnésio (737,7 kJ/mol) ao cálcio (589,8 kJ/mol) e ao estrôncio (549,5 kJ/mol). A segunda energia de ionização atinge 965,2 kJ/mol, mantendo uma remoção relativamente acessível do segundo elétron de valência. A carga nuclear efetiva experimentada pelos elétrons de valência aproxima-se de +2,85, considerando o efeito de blindagem das camadas eletrônicas internas.
Características Físicas Macroscópicas
O bário metálico exibe aparência prateada com leve tom amarelo pálido quando ultrapuro, oxidando rapidamente ao ar para formar uma camada de óxido escuro. Sua estrutura cristalina adota arranjo cúbico de corpo centrado com parâmetro de rede de 503 pm e distância Ba-Ba expandindo-se a uma taxa de 1,8 × 10⁻⁵ por °C de aumento térmico. A dureza física registra 1,25 na escala de Mohs, indicando maleabilidade substancial típica dos metais do Grupo 2. O ponto de fusão ocorre em 1000 K (727 °C), posicionando-se intermediariamente entre o estrôncio (1050 K) e o rádio (973 K), enquanto o ponto de ebulição atinge 2170 K (1897 °C), significativamente superior ao estrôncio (1655 K). A densidade é de 3,62 g/cm³ à temperatura ambiente, refletindo a tendência esperada entre estrôncio (2,36 g/cm³) e rádio (~5 g/cm³). A condutividade elétrica demonstra comportamento metálico com aumento linear da resistência com a temperatura.
Propriedades Químicas e Reatividade
Estrutura Eletrônica e Comportamento de Ligação
Os padrões de reatividade do bário refletem a configuração 6s² da valência, favorecendo a perda completa dos elétrons para alcançar a configuração nobre estável [Xe]. O estado de oxidação +2 predomina virtualmente exclusivamente em todos os compostos, com o íon Ba²⁺ demonstrando estabilidade excepcional devido a energias reticulares e entalpias de hidratação favoráveis. A formação de ligações ocorre por mecanismos iônicos, com eletronegatividade de 0,89 na escala de Pauling, indicando forte preferência por doação de elétrons a elementos mais eletronegativos. Os números de coordenação geralmente variam de 6 a 12 em sólidos cristalinos, refletindo o grande raio iônico permitindo aproximação extensiva de ligantes. A capacidade de polarização permanece relativamente baixa devido ao tamanho iônico elevado, resultando em caráter predominantemente iônico em vez de covalente na maioria dos compostos.
Propriedades Eletroquímicas e Termodinâmicas
O potencial de redução padrão do par Ba²⁺/Ba é de -2,912 V em relação ao eletrodo padrão de hidrogênio, posicionando o bário entre os elementos metálicos mais redutores e indicando reação espontânea com água, ácidos e oxigênio atmosférico. A eletronegatividade mede 0,89 na escala de Pauling e 0,97 na escala de Mulliken, confirmando o caráter eletropositivo forte. A primeira energia de ionização de 502,9 kJ/mol reflete remoção relativamente fácil de elétrons, enquanto a segunda energia de ionização de 965,2 kJ/mol mantém acessibilidade comparada a metais de transição. A afinidade eletrônica aproxima-se de zero, consistente com caráter metálico e tendência à formação de cátions. A estabilidade termodinâmica dos compostos de Ba²⁺ geralmente excede a dos análogos alcalinos terrosos devido a energias reticulares favoráveis compensando os requisitos de energia de ionização.
Compostos Químicos e Formação de Complexos
Compostos Binários e Ternários
O óxido de bário (BaO) forma-se por oxidação direta em altas temperaturas, cristalizando-se na estrutura do tipo sal-gema com distância Ba-O de 276 pm e demonstrando caráter básico em solução aquosa. O sulfeto de bário (BaS) resulta da redução carbotérmica de sulfatos, exibindo estrutura similar ao sal-gema e servindo como precursor sintético para outros compostos de bário. A série de halogenetos inclui BaF₂ (estrutura fluorita, pouco solúvel), BaCl₂ (tipo rutilo, altamente solúvel), BaBr₂ e BaI₂, com solubilidade aumentando ao descer no grupo dos halógenos seguindo tendências típicas. O carbonato de bário (BaCO₃) ocorre naturalmente como mineral witherita, apresentando estrutura ortorrômbica do tipo aragonita e solubilidade limitada em água. O sulfato de bário (BaSO₄) constitui composto extremamente insolúvel (Ksp = 1,08 × 10⁻¹⁰) cristalizando-se na estrutura da barita e representando a forma de ocorrência natural primária.
Química de Coordenação e Compostos Organometálicos
Complexos de coordenação do bário geralmente exibem números de coordenação de 6-12, refletindo seu grande raio iônico e fracos efeitos de campo cristalino. Ligantes comuns incluem água, acetato, nitrato e agentes quelantes como EDTA e éteres coroa. Complexos com éteres coroa demonstram estabilidade particular, com o 18-coroa-6 mostrando seletividade excepcional por Ba²⁺, útil em processos de separação. A química organometálica do bário permanece limitada devido ao caráter altamente iônico da ligação Ba-C, embora compostos dialquilbário tenham sido sintetizados em condições anidras usando rotas sintéticas especializadas. Essas espécies organometálicas requerem manipulação em atmosfera inerte e demonstram extrema sensibilidade a solventes protônicos e umidade atmosférica.
Ocorrência Natural e Análise Isotópica
Distribuição Geoquímica e Abundância
A abundância média na crosta é de 425 ppm (0,0425%), posicionando o bário como o 14º elemento mais abundante na crosta terrestre e o mais abundante dentre os metais alcalinos terrosos pesados. A concentração em águas marinhas mede 13 μg/L, refletindo a solubilidade limitada de minerais comuns de bário sob condições oceânicas. As associações minerais primárias incluem a barita (BaSO₄) formada por processos hidrotermais e precipitação sedimentar, e a witherita (BaCO₃) ocorrendo em depósitos de minério de chumbo-zinco. Seu comportamento geoquímico assemelha-se ao estrôncio e ao cálcio, com substituição possível em redes de minerais carbonatos e sulfatos. O bário concentra-se em K-feldspato e biotita durante diferenciação ígnea, com mobilização subsequente durante intemperismo e processos de alteração hidrotermal.
Propriedades Nucleares e Composição Isotópica
O bário natural compreende sete isótopos estáveis: ¹³⁰Ba (0,106%), ¹³²Ba (0,101%), ¹³⁴Ba (2,417%), ¹³⁵Ba (6,592%), ¹³⁶Ba (7,854%), ¹³⁷Ba (11,232%) e ¹³⁸Ba (71,698%). ¹³⁸Ba constitui o isótopo mais abundante, com spin nuclear 0 e ausência de momento quadrupolar. ¹³⁰Ba sofre decaimento beta duplo extremamente lento para ¹³⁰Xe com meia-vida de (0,5-2,7) × 10²¹ anos, aproximadamente 10¹¹ vezes a idade do universo. Radioisótopos artificiais incluem ¹³³Ba (t₁/₂ = 10,51 anos), usado em padrões de calibração de raios gama, e isótopos de vida mais curta variando de ¹¹⁴Ba a ¹⁵³Ba. O isótopo artificial mais estável, ¹³³Ba, encontra aplicações em medicina nuclear e calibração de detectores de radiação devido às energias de emissão gama convenientes e duração de meia-vida adequada.
Produção Industrial e Aplicações Tecnológicas
Métodos de Extração e Purificação
A produção primária inicia-se com a mineração de barita (BaSO₄), concentrada por flotação por espuma para alcançar >95% de pureza com impurezas mínimas de ferro e sílica. A redução carbotérmica converte barita em sulfeto de bário a 1100-1200 °C segundo a reação BaSO₄ + 2C → BaS + 2CO₂. O BaS solúvel em água serve como intermediário para produção de outros compostos: oxidação gera sulfato, tratamento com ácido nítrico produz nitrato e exposição a CO₂ forma carbonato. A produção de bário metálico emprega redução com alumínio do óxido de bário a 1100 °C através da formação do composto intermediário BaAl₄, seguido de redução adicional com BaO para obter bário metálico e subproduto BaAl₂O₄. A destilação a vácuo purifica o metal bruto, alcançando >99% de pureza com impurezas principais sendo estrôncio (0,8%) e cálcio (0,25%). A produção anual global aproxima-se de 6-8 milhões de toneladas de barita, com a China dominando >50% da produção mundial.
Aplicações Tecnológicas e Perspectivas Futuras
As aplicações em fluidos de perfuração consomem >90% da produção de barita, onde sua alta densidade (4,5 g/cm³) e inércia química proporcionam controle de pressão hidrostática em operações de poços de petróleo e gás. Na medicina, o sulfato de bário atua como agente de contraste radiográfico devido à alta opacidade aos raios X e inércia biológica, permitindo visualização do trato gastrointestinal. Na tecnologia de válvulas a vácuo, o bário metálico serve como material getter para remoção de gases residuais por reação e adsorção. Aplicações cerâmicas especializadas incluem titanato de bário (BaTiO₃) em componentes eletrônicos com propriedades ferroelétricas e altas constantes dielétricas. Tecnologias emergentes investigam compostos de bário em supercondutores de alta temperatura, particularmente sistemas YBCO (YBa₂Cu₃O₇) atingindo temperaturas críticas acima do ponto de ebulição do nitrogênio líquido.
Desenvolvimento Histórico e Descoberta
Alquimistas medievais reconheceram as "pedras de Bolonha" (espécimes de barita) exibindo propriedades fosforescentes após exposição à luz, com observações documentadas por Vincenzo Casciorolus em 1602. A análise de Carl Scheele em 1772 da espato pesado identificou presença de uma terra desconhecida, embora sua isolamento estivesse além das técnicas da época. Johan Gottlieb Gahn alcançou resultados similares em 1774, enquanto William Withering descreveu depósitos minerais pesados em minas de chumbo de Cumberland, hoje reconhecidos como witherita. O desenvolvimento da nomenclatura sistemática envolveu a designação de Antoine Lavoisier como "barita" e posterior adaptação para "bário" após o isolamento metálico. Humphry Davy realizou o primeiro isolamento metálico em 1808 por eletrólise de hidróxido de bário fundido, estabelecendo o bário entre os novos elementos alcalinos terrosos descobertos. Robert Bunsen e Augustus Matthiessen refinaram métodos de produção usando eletrólise de misturas de cloreto de bário e cloreto de amônio, possibilitando preparação em maior escala para fins de pesquisa.
Conclusão
O bário ocupa posição distinta dentro da série dos alcalinos terrosos, combinando reatividade típica do Grupo 2 com aplicações únicas em tecnologia e indústria modernas. Sua alta densidade, reatividade química e propriedades espectroscópicas distintas estabelecem sua utilidade em aplicações especializadas, variando da extração petrolífera aos diagnósticos médicos. Direções futuras de pesquisa enfatizam o desenvolvimento de processos de extração ambientalmente sustentáveis, expansão de aplicações em cerâmicas avançadas e tecnologias supercondutoras, e abordagem de preocupações toxicológicas por meio de protocolos de manipulação aprimorados e design de compostos.

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