Elemento | |
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78PtPlatina195.08492
8 18 32 17 1 |
![]() |
Propriedades básicas | |
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Número atômico | 78 |
Massa atômica | 195.0849 amu |
Família de elementos | Os metais de transição |
Período | 6 |
Grupo | 1 |
Bloquear | s-block |
Ano de descoberta | 600 BC |
Distribuição de isótopos |
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192Pt 0.79% 194Pt 32.9% 195Pt 33.8% 196Pt 25.3% 198Pt 7.2% |
192Pt (0.79%) 194Pt (32.90%) 195Pt (33.80%) 196Pt (25.30%) 198Pt (7.20%) |
Propriedades físicas | |
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Densidade | 21.46 g/cm3 (STP) |
(H) 8.988E-5 Meitnério (Mt) 28 | |
Fusão | 1772 °C |
Hélio (He) -272.2 Carbono (C) 3675 | |
Ebulição | 3827 °C |
Hélio (He) -268.9 Tungstênio (W) 5927 |
Propriedades químicas | |
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Estados de oxidação (menos comum) | +2, +4 (-3, -2, -1, 0, +1, +3, +5, +6) |
Potencial da primeira ionização | 9.017 eV |
Césio (Cs) 3.894 Hélio (He) 24.587 | |
Afinidade eletrônica | 2.125 eV |
Nobélio (No) -2.33 (Cl) 3.612725 | |
Eletro-negatividade | 2.28 |
Césio (Cs) 0.79 (F) 3.98 |
Raio atômico | |
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Raio covalente | 1.23 Å |
(H) 0.32 Francium (Fr) 2.6 | |
Van der Waals raio | 1.75 Å |
(H) 1.2 Francium (Fr) 3.48 | |
Raio metálico | 1.39 Å |
Berílio (Be) 1.12 Césio (Cs) 2.65 | |
Compostos | ||
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Fórmula | Nome | Estado de oxidação |
PtSm | Platina-samário | -2 |
K2PtCl4 | Tetracloroplatinato de potássio | +2 |
PtCl2 | Cloreto de platina (II) | +2 |
Pt(CNO)2 | Fulminato de platina | +2 |
PtF2 | Fluoreto de platina (II) | +2 |
PtI2 | Iodeto de platina (II) | +2 |
K2PtCl6 | Hexacloroplatinato de potássio | +4 |
PtO2 | Óxido de platina (IV) | +4 |
PtCl4 | Cloreto de platina (IV) | +4 |
Na2PtCl6 | Hexacloroplatinato de sódio | +4 |
PtBr4 | Brometo de platina (IV) | +4 |
PtF6 | Hexafluoreto de platina | +6 |
Propriedades eletrônicas | |
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Elétrons por camada | 2, 8, 18, 32, 17, 1 |
Configuração eletrônica | [Xe] 4f14 |
Modelo de átomo de Bohr
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Diagrama de caixa orbital
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Elétrons de valência | 10 |
Estrutura de pontos de Lewis |
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Visualização Orbital | |
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Elétrons | - |
Platina (Pt): Elemento da Tabela Periódica
Resumo
A platina exibe inércia química excepcional e resistência notável à corrosão, estabelecendo sua posição como um dos metais nobres mais importantes na química moderna. Com número atômico 78 e massa atômica 195,084 u, a platina pertence ao grupo 10 da tabela periódica e demonstra diversos estados de oxidação variando de −2 a +10. O elemento manifesta propriedades catalíticas excepcionais em inúmeros processos industriais, particularmente em sistemas de controle de emissões automotivas e operações de refino de petróleo. Sua estrutura cristalina adota uma rede cúbica de face centrada com densidade de 21,45 g/cm³, significativamente superior à da maioria dos metais comuns. A platina natural ocorre predominantemente como depósitos nativos em minérios sulfetados, com reservas globais concentradas no Complexo Bushveld na África do Sul e na região de Norilsk na Rússia.
Introdução
A platina ocupa a posição atômica 78 na tabela periódica, distinguida por sua configuração eletrônica [Xe] 4f¹⁴ 5d⁹ 6s¹. Este arranjo eletrônico contribui para sua estabilidade excepcional e resistência química. O elemento pertence aos metais do grupo da platina (PGMs), caracterizados por propriedades químicas similares e padrões geológicos de ocorrência. A descoberta da platina remonta às civilizações sul-americanas pré-colombianas, embora investigações sistemáticas tenham iniciado apenas no século XVIII após a documentação formal de Antonio de Ulloa em 1748. O raio metálico mede 1,39 Å, enquanto os raios iônicos variam significativamente com o estado de oxidação, de 0,86 Å para Pt²⁺ a 0,77 Å para Pt⁴⁺. Essas características dimensionais influenciam diretamente a química de coordenação e o comportamento catalítico.
Propriedades Físicas e Estrutura Atômica
Parâmetros Atômicos Fundamentais
A estrutura atômica da platina exibe configuração eletrônica [Xe] 4f¹⁴ 5d⁹ 6s¹, com valores de carga nuclear efetiva de 10,38 para o orbital 6s e 8,85 para os orbitais 5d. A primeira energia de ionização mede 870 kJ/mol, seguida pelas segundas e terceiras energias de ionização de 1791 kJ/mol e 2800 kJ/mol respectivamente. Esses valores refletem forte atração nuclear e contribuem para a estabilidade química da platina. O raio atômico abrange 1,39 Å na forma metálica, enquanto o raio covalente mede 1,36 Å. A afinidade eletrônica demonstra valor negativo de −205,3 kJ/mol, indicando adição eletrônica desfavorável. As propriedades magnéticas nucleares incluem seis isótopos estáveis, com ¹⁹⁵Pt apresentando spin nuclear I = 1/2 e constituindo 33,83% de abundância natural.
Características Físicas Macroscópicas
A platina pura exibe aparência lustrosa, de cor branco-acinzentada, com propriedades excepcionais de ductilidade e maleabilidade. O metal cristaliza-se em estrutura cúbica de face centrada (grupo espacial Fm3m) com parâmetro de rede a = 3,9231 Å à temperatura ambiente. O ponto de fusão ocorre em 2041,4 K (1768,3°C), enquanto o ponto de ebulição atinge 4098 K (3825°C) sob pressão atmosférica padrão. O calor de fusão mede 22,175 kJ/mol, e o calor de vaporização equivale a 469,9 kJ/mol. A capacidade térmica específica demonstra 25,86 J/(mol·K) a 298,15 K. A densidade atinge 21,45 g/cm³ em condições padrão, posicionando a platina entre os elementos naturais mais densos. A condutividade térmica equivale a 71,6 W/(m·K), enquanto a condutividade elétrica mede 9,43 × 10⁶ S/m a 293 K.
Propriedades Químicas e Reatividade
Estrutura Eletrônica e Comportamento de Ligação
A configuração eletrônica d⁹ da platina permite diversas geometrias de coordenação e estados de oxidação de −2 a +10, embora +2 e +4 predominem em compostos estáveis. Os orbitais d parcialmente preenchidos facilitam fortes ligações de coordenação com vários ligantes, especialmente átomos doadores moles segundo a teoria Ácido-Base Dura-Mole de Pearson. A geometria planar quadrada caracteriza complexos de Pt(II), resultante de efeitos de estabilização do campo cristalino em sistemas d⁸. A formação de ligações envolve participação significativa dos orbitais d, produzindo interações Pt-ligante com energias de dissociação frequentemente superiores a 300 kJ/mol. Ligações Pt-C demonstram particular força, medindo aproximadamente 536 kJ/mol em complexos organometálicos. O metal exibe efeito trans pronunciado, influenciando mecanismos de reações de substituição e padrões de estabilidade de complexos.
Propriedades Eletroquímicas e Termodinâmicas
Os valores de eletronegatividade abrangem 2,28 na escala Pauling e 2,25 na escala Allred-Rochow, indicando capacidade moderada de atração eletrônica. Os potenciais de redução padrão demonstram variação significativa com o estado de oxidação: Pt²⁺/Pt exibe E° = +1,118 V, enquanto PtCl₄²⁻/Pt mede E° = +0,755 V. O par PtO₂/Pt apresenta E° = +1,045 V sob condições padrão. A posição da platina na série eletroquímica estabelece seu caráter nobre e resistência à dissolução oxidativa. A estabilidade termodinâmica manifesta-se por entalpias de formação negativas na maioria dos compostos binários, incluindo ΔfH° = −80,3 kJ/mol para PtO e ΔfH° = −123,4 kJ/mol para PtO₂. As energias de ionização sucessivas aumentam sistematicamente: 870, 1791 e 2800 kJ/mol para os primeiros três processos de ionização respectivamente.
Compostos Químicos e Formação de Complexos
Compostos Binários e Ternários
A platina forma numerosos compostos binários com estequiometrias e arranjos estruturais diversos. Os óxidos de platina incluem PtO (estrutura da tenorita) e PtO₂ (estrutura da rutila), ambos demonstrando comportamento anfotérico com dissolução em ácidos e bases fortes. Os compostos halogenados abrangem a série completa de PtF₂ até PtI₄, com PtF₆ tetraédrico representando o estado de oxidação mais alto dos fluoretos. Os cloreto-platinatos constituem classes importantes de compostos, incluindo o ácido hexacloreto-platinico H₂PtCl₆ e vários sais de metais alcalinos. Os sulfetos abrangem PtS (estrutura da cooperita) e PtS₂, comumente encontrados em depósitos minerais naturais. Sistemas ternários incorporam composições diversas como BaPtO₃ (estrutura perovskita) e K₂PtCl₄ (estrutura em camadas), demonstrando a versatilidade da platina em frameworks de óxidos e haletos complexos.
Química de Coordenação e Compostos Organometálicos
A platina exibe química de coordenação extensa com ligantes variando de íons simples a moléculas orgânicas complexas. Números de coordenação comuns incluem 2, 4 e 6, com geometria planar quadrada predominando em espécies Pt(II). Exemplos clássicos incluem o sal de Zeise K[PtCl₃(C₂H₄)]·H₂O, representando uma das primeiras descobertas organometálicas. Complexos de fosfinas demonstram estabilidade excepcional, exemplificados por PtCl₂(PPh₃)₂ com comprimento de ligação Pt-P aproximadamente 2,31 Å. Ligantes doadores de nitrogênio formam complexos estáveis, incluindo o cisplatina cis-[PtCl₂(NH₃)₂] com atividade anticancerígena documentada. Compostos organometálicos de platina abrangem tipos estruturais diversos, desde complexos alquila simples até ciclos metalados elaborados. Espécies cataliticamente ativas frequentemente envolvem ligantes de fosfina ou nitrogênio, facilitando ativação de substratos através de coordenação e subsequente transformação.
Ocorrência Natural e Análise Isotópica
Distribuição Geoquímica e Abundância
A platina demonstra abundância crustal extremamente baixa, aproximadamente 5 μg/kg (5 ppb), classificando-a entre os elementos mais raros da Terra. Seu comportamento geoquímico reflete caráter sidirofílico, com forte afinidade por fases metálicas durante processos de diferenciação planetária. Depósitos primários associam-se a complexos ígneos máficos e ultramáficos, particularmente intrusões camadas como o Complexo Bushveld na África do Sul e o Complexo Stillwater em Montana. A Merensky Reef dentro do Bushveld contém aproximadamente 75% das reservas globais de platina, concentradas através de processos de fracionamento magmático. Depósitos aluviais resultam do intemperismo e erosão de fontes primárias, historicamente importantes na Colômbia e Montanhas Urais. Estatísticas modernas indicam que a África do Sul contribui com aproximadamente 70% da produção global, seguida pela Rússia com 15% e América do Norte com 10%.
Propriedades Nucleares e Composição Isotópica
A platina natural compreende seis isótopos estáveis: ¹⁹⁰Pt (0,012%), ¹⁹²Pt (0,782%), ¹⁹⁴Pt (32,967%), ¹⁹⁵Pt (33,832%), ¹⁹⁶Pt (25,242%) e ¹⁹⁸Pt (7,163%). O isótopo ¹⁹⁵Pt possui spin nuclear I = 1/2 com momento magnético μ = 0,6095 magnetons nucleares, permitindo aplicações em espectroscopia NMR. O isótopo ¹⁹⁰Pt sofre decaimento alfa com meia-vida de 4,83 × 10¹¹ anos, produzindo atividade de 16,8 Bq/kg em amostras naturais. As seções de captura de nêutrons variam significativamente entre isótopos, com ¹⁹⁵Pt exibindo seção de absorção térmica de 27,5 barns. Isótopos sintéticos variam de ¹⁶⁵Pt a ²⁰⁸Pt, com ¹⁹³Pt demonstrando a maior meia-vida (50 anos) entre espécies radioativas. Aplicações nucleares utilizam isótopos específicos para pesquisa e fins médicos, particularmente em protocolos de radioterapia.
Produção Industrial e Aplicações Tecnológicas
Métodos de Extração e Purificação
A extração primária de platina envolve mineração de minérios sulfetados seguida por sequências complexas de processamento metalúrgico. A concentração inicial utiliza técnicas de flotação, aumentando o teor de metais do grupo da platina (PGMs) de graus típicos em minério de 3-10 g/t para concentrados contendo 100-300 g/t de PGMs. Operações de fusão a temperaturas superiores a 1500°C produzem mata (matte) contendo ligas de cobre-níquel-PGMs. Posteriormente, lixiviação sob pressão e extração com solventes separam metais básicos dos elementos do grupo da platina. A purificação final emprega dissolução em água régia seguida por processos de precipitação e redução seletivos. Operações em escala industrial alcançam purezas superiores a 99,95% através de múltiplas etapas de refino. A produção global anual aproxima-se de 190 toneladas, com eficiência de processamento recuperando tipicamente 85-95% da platina contida nas fontes minerais. Considerações ambientais exigem gerenciamento cuidadoso de produtos químicos de processo e emissões gasosas, particularmente dióxido de enxofre e óxidos de nitrogênio.
Aplicações Tecnológicas e Perspectivas Futuras
Conversores catalíticos automotivos consomem aproximadamente 45% da produção anual de platina, utilizando suas capacidades excepcionais de catalise de oxidação e redução. Aplicações em refino de petróleo representam 9% do consumo, principalmente em processos de reforma catalítica convertendo nafta em gasolina de alto octanagem. Aplicações em joalheria representam 34% da demanda, aproveitando a durabilidade e resistência à corrosão da platina. Aplicações emergentes incluem tecnologias de células de combustível para sistemas de energia hidrogênio, onde a platina catalisa reações de redução de oxigênio e oxidação de hidrogênio com eficiência excepcional. Aplicações eletrônicas utilizam a estabilidade química e condutividade elétrica da platina em componentes de discos rígidos e contatos especializados. Aplicações médicas abrangem papéis catalíticos na síntese farmacêutica e usos terapêuticos diretos em compostos anticancerígenos como cisplatina e carboplatina. Desenvolvimentos futuros concentram-se em reduzir a carga de platina em aplicações catalíticas mantendo padrões de desempenho.
Desenvolvimento Histórico e Descoberta
Evidências arqueológicas indicam utilização de platina por civilizações pré-colombianas no atual Equador e Colômbia, que criaram artefatos de liga ouro-platina através de técnicas de metalurgia do pó. O reconhecimento europeu iniciou-se com a descrição de Julius Caesar Scaliger em 1557 de um metal nobre desconhecido da região do Darién. Colonizadores espanhóis inicialmente consideraram a platina uma impureza em depósitos de ouro, levando a proibições oficiais contra seu uso em aplicações monetárias. A investigação científica começou com os estudos sistemáticos de Antonio de Ulloa após sua expedição na América do Sul (1735-1748), resultando na primeira descrição detalhada publicada na Europa em 1748. A apresentação de William Brownrigg à Royal Society em 1750 estabeleceu a identidade química distinta da platina. O trabalho de Pierre-François Chabaneau na Espanha dos anos 1780 alcançou a primeira purificação bem-sucedida e conformação de platina maleável. O nome do elemento deriva do termo espanhol "platina", diminutivo de "plata" (prata), refletindo sua aparência prateada. O entendimento moderno desenvolveu-se através de contribuições de diversos químicos incluindo Scheffer, Bergman e Berzelius durante os séculos XVIII e XIX.
Conclusão
A combinação única da platina de inércia química, atividade catalítica e durabilidade física estabelece sua posição insubstituível na tecnologia e indústria modernas. Sua configuração eletrônica d⁹ permite química de coordenação diversificada mantendo estabilidade excepcional sob condições severas. As aplicações industriais continuam expandindo-se, particularmente em tecnologias energéticas emergentes e sistemas de proteção ambiental. As direções futuras de pesquisa concentram-se em maximizar a eficiência catalítica enquanto minimizam o consumo de platina, impulsionadas por limitações de suprimento e considerações econômicas. Métodos sintéticos avançados e abordagens nanotecnológicas prometem desempenho aprimorado em células de combustível, controle de poluição e aplicações de síntese química.

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