Elemento | |
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73TaTântalo180.947912
8 18 32 11 2 |
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Propriedades básicas | |
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Número atômico | 73 |
Massa atômica | 180.94791 amu |
Família de elementos | Os metais de transição |
Período | 6 |
Grupo | 2 |
Bloquear | s-block |
Ano de descoberta | 1802 |
Distribuição de isótopos |
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181Ta 99.988% |
Propriedades físicas | |
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Densidade | 16.654 g/cm3 (STP) |
(H) 8.988E-5 Meitnério (Mt) 28 | |
Fusão | 2996 °C |
Hélio (He) -272.2 Carbono (C) 3675 | |
Ebulição | 5425 °C |
Hélio (He) -268.9 Tungstênio (W) 5927 |
Propriedades químicas | |
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Estados de oxidação (menos comum) | +5 (-3, -1, 0, +1, +2, +3, +4) |
Potencial da primeira ionização | 7.887 eV |
Césio (Cs) 3.894 Hélio (He) 24.587 | |
Afinidade eletrônica | 0.323 eV |
Nobélio (No) -2.33 (Cl) 3.612725 | |
Eletro-negatividade | 1.5 |
Césio (Cs) 0.79 (F) 3.98 |
Raio atômico | |
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Raio covalente | 1.46 Å |
(H) 0.32 Francium (Fr) 2.6 | |
Raio metálico | 1.46 Å |
Berílio (Be) 1.12 Césio (Cs) 2.65 | |
Compostos | ||
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Fórmula | Nome | Estado de oxidação |
TaAl3 | Trilumineto de tântalo | +3 |
TaAs | Arseneto de tântalo | +3 |
TaCl3 | Cloreto de tântalo (III) | +3 |
TaN | Nitreto de tântalo | +3 |
TaC | Carboneto de tântalo | +4 |
Ta4HfC5 | Carboneto de tântalo e háfnio | +4 |
TaS2 | Sulfeto de tântalo (IV) | +4 |
TaSe2 | Disseleneto de tântalo | +4 |
Ta2O5 | Óxido de tântalo (V) | +5 |
NdTaO4 | Tantalato de neodímio | +5 |
TaCl5 | Cloreto de tântalo (V) | +5 |
TaF5 | Pentafluoreto de tântalo | +5 |
Propriedades eletrônicas | |
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Elétrons por camada | 2, 8, 18, 32, 11, 2 |
Configuração eletrônica | [Xe] 4f14 |
Modelo de átomo de Bohr
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Diagrama de caixa orbital
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Elétrons de valência | 5 |
Estrutura de pontos de Lewis |
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Visualização Orbital | |
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Elétrons | - |
Tântalo (Ta): Elemento da Tabela Periódica
Resumo
O tântalo (Ta, número atômico 73) representa um metal de transição notável, caracterizado por resistência excepcional à corrosão, dureza extrema e estabilidade térmica extraordinária. Com ponto de fusão de 3017°C e densidade de 16,65 g/cm³, o tântalo apresenta propriedades mecânicas e inércia química superiores que o destacam entre metais refratários. O elemento manifesta predominantemente estados de oxidação pentavalentes em seus compostos, demonstra estrutura cristalina cúbica de corpo centrado e ocorre naturalmente junto com o nióbio em minerais como tantalita e columbita. Aplicações industriais incluem capacitores eletrônicos, implantes cirúrgicos, equipamentos de processamento químico e componentes aeroespaciais, refletindo a combinação única de biocompatibilidade, estabilidade térmica e propriedades eletroquímicas do tântalo.
Introdução
O tântalo ocupa a posição 73 na tabela periódica como membro do Grupo 5 (grupo do vanádio) e da terceira série de transição. A configuração eletrônica do elemento [Xe] 4f¹⁴ 5d³ 6s² estabelece suas características químicas por meio de orbitais d parcialmente preenchidas, permitindo múltiplos estados de oxidação e formação de complexos. O tântalo apresenta resistência excepcional a ataques químicos abaixo de 150°C, superando a maioria dos metais em resistência à corrosão exceto em condições específicas envolvendo ácido fluorídrico ou fusão alcalina. A descoberta do elemento por Anders Ekeberg em 1802 iniciou pesquisas extensivas sobre sua separação do quimicamente similar nióbio, um desafio que persistiu por décadas devido às propriedades químicas quase idênticas. Aplicações modernas exploram a combinação única de resistência mecânica, biocompatibilidade e propriedades eletrônicas do tântalo.
Propriedades Físicas e Estrutura Atômica
Parâmetros Atômicos Fundamentais
O tântalo possui número atômico 73 com peso atômico padrão de 180,94788 ± 0,00002 u, refletindo a predominância do isótopo estável ¹⁸¹Ta (99,988% de abundância natural). O raio atômico mede 146 pm, enquanto os raios iônicos variam conforme o número de coordenação e estado de oxidação: Ta⁵⁺ apresenta 64 pm em coordenação octaédrica. Cálculos de carga nuclear efetiva indicam efeitos substanciais de blindagem pelos elétrons internos, especialmente a subcamada 4f completa, influenciando padrões de ligação química. A primeira energia de ionização de 761 kJ/mol reflete dificuldade moderada de remoção de elétrons, enquanto as energias de ionização subsequentes aumentam significativamente (1500, 2300, 3400 e 5100 kJ/mol), demonstrando estabilidade das configurações eletrônicas do núcleo.
Características Físicas Macroscópicas
O tântalo apresenta aparência metálica azul-acinzentada com brilho distinto quando polido. O metal cristaliza-se em estrutura cúbica de corpo centrado (grupo espacial Im3m) com parâmetro de rede a = 0,33029 nm a 20°C. Medidas de densidade resultam em 16,65 g/cm³, posicionando o tântalo entre os elementos mais densos. Propriedades térmicas incluem ponto de fusão 3017°C, ponto de ebulição 5458°C, calor de fusão 36,6 kJ/mol e calor de vaporização 753 kJ/mol. A capacidade térmica específica equivale a 0,140 J/(g·K) a 25°C. Uma fase beta metastável existe com estrutura tetragonal, exibindo maior dureza (1000-1300 HN) comparada à fase alfa (200-400 HN). A resistividade elétrica mede 15-60 μΩ·cm para tantalita alfa, aumentando para 170-210 μΩ·cm na fase beta.
Propriedades Químicas e Reatividade
Estrutura Eletrônica e Comportamento de Ligação
A configuração eletrônica d³ na camada externa do tântalo facilita estados de oxidação variando de -3 a +5, sendo +5 o mais comum em compostos. O tântalo demonstra inércia química notável atribuída à formação de camadas protetoras de óxidos, principalmente Ta₂O₅. A formação de ligações envolve participação de orbitais d, permitindo números de coordenação de 4 a 8 em vários compostos. As energias de ligação covalente variam significativamente: ligações Ta-O (799 kJ/mol), Ta-C (575 kJ/mol) e Ta-Ta (390 kJ/mol) na fase metálica. Padrões de hibridização em compostos geralmente envolvem arranjos d²sp³ para geometrias octaédricas. A eletronegatividade do elemento (escala Pauling: 1,5) indica capacidade moderada de atração eletrônica, facilitando diversas interações de ligação.
Propriedades Eletroquímicas e Termodinâmicas
O tântalo exibe valores de eletronegatividade de 1,5 (Pauling), 1,8 (Mulliken) e 3,6 (Allred-Rochow), indicando características moderadas. Potenciais de redução padrão demonstram estabilidade termodinâmica: Ta₂O₅/Ta (-0,75 V), TaF₆⁻/Ta (-0,45 V). Medidas de afinidade eletrônica resultam em 31 kJ/mol, refletindo fraca tendência de aceitação eletrônica. As energias de ionização sucessivas progridem sistematicamente, com a quinta ionização (9370 kJ/mol) necessária para alcançar o estado de oxidação comum +5. Cálculos termodinâmicos revelam energia livre de Gibbs negativa para compostos principais: Ta₂O₅ (-2046 kJ/mol), TaC (-184 kJ/mol), confirmando estabilidade sob condições padrão.
Compostos Químicos e Formação de Complexos
Compostos Binários e Ternários
O pentóxido de tântalo (Ta₂O₅) representa o óxido binário mais significativo, exibindo comportamento polimórfico com múltiplas estruturas cristalinas incluindo formas ortorrômbicas e hexagonais. O composto demonstra estabilidade térmica e inércia química excepcionais, propriedades exploradas em cerâmicas de alta temperatura. Os haletos de tântalo abrangem múltiplos estados de oxidação: TaF₅ (sólido incolor, pf 97°C), TaCl₅ (sólido amarelo existindo como dímero Ta₂Cl₁₀) e haletos inferiores TaX₄ e TaX₃ com ligações metal-metal. O carbeto de tântalo (TaC) exibe estrutura cúbica de face centrada com dureza extraordinária (Vickers 1800-2000) e ponto de fusão superior a 4000°C. Compostos nitretos incluem TaN com estrutura cúbica e Ta₃N₅ demonstrando propriedades semicondutoras. Compostos ternários abrangem tantalatos como LiTaO₃ (tantalato de lítio) com estrutura perovskita utilizada em aplicações piezoelétricas.
Química de Coordenação e Compostos Organometálicos
Complexos de coordenação de tântalo geralmente exibem números de coordenação 6-8, com geometria octaédrica predominante em espécies Ta(V). O ânion heptafluorotantalato [TaF₇]²⁻ demonstra geometria bipiramidal pentagonal, utilizada industrialmente para separação tântalo-nióbio. Complexos oxofluoretos como [TaOF₅]²⁻ exibem estruturas octaédricas distorcidas. A química organometálica abrange pentametiltântalo Ta(CH₃)₅, complexos alquilideno com ligações Ta=CHR e derivados ciclopentadienil Cp₂TaX₃. Complexos carbonilos incluem a espécie aniônica [Ta(CO)₆]⁻ e derivados substituídos com isocianetos. Aplicações catalíticas exploram complexos alquilideno de tântalo em reações de metátese de olefinas, demonstrando utilidade sintética em transformações orgânicas.
Ocorrência Natural e Análise Isotópica
Distribuição e Abundância Geoquímicas
A abundância de tântalo na crosta terrestre média é de aproximadamente 1-2 ppm em peso, concentrada principalmente em rochas graníticas e pegmatitos. O comportamento geoquímico envolve fracionamento do nióbio durante processos de cristalização, embora a separação permaneça limitada devido aos raios iônicos e propriedades químicas similares. Os minerais principais incluem tantalita [(Fe,Mn)Ta₂O₆], série columbita-tantalita [(Fe,Mn)(Nb,Ta)₂O₆], microlita [(Na,Ca)₂Ta₂O₆(O,OH,F)] e wodginita [(Mn,Fe)SnTa₂O₈]. Depósitos aluviais resultam do intemperismo e transporte de fontes primárias em pegmatitos. A distribuição global abrange Austrália, República do Congo, Ruanda, Brasil e Canadá, com produção deslocando-se significativamente para fontes africanas desde 2000.
Propriedades Nucleares e Composição Isotópica
O tântalo natural consiste principalmente de ¹⁸¹Ta (99,988% de abundância) e traços de ¹⁸⁰ᵐTa (0,012% de abundância). O isótopo metastável ¹⁸⁰ᵐTa representa o nuclídeo primordial mais raro, com decaimento teórico previsto por três vias: transição isomérica para ¹⁸⁰Ta, decaimento beta para ¹⁸⁰W ou captura eletrônica para ¹⁸⁰Hf. Determinações experimentais de meia-vida estabelecem limites inferiores superiores a 2,9×10¹⁷ anos, indicando estabilidade extraordinária. Estados de spin nuclear incluem I = 7/2 para ¹⁸¹Ta e I = 9 para ¹⁸⁰ᵐTa. Isótopos artificiais variam de ¹⁵⁶Ta a ¹⁹⁰Ta, com meias-vidas de microssegundos a décadas. Seções transversais de nêutrons indicam probabilidade de captura térmica de 20,6 barns para ¹⁸¹Ta, relevante para aplicações em reatores nucleares.
Produção Industrial e Aplicações Tecnológicas
Métodos de Extração e Purificação
A extração industrial de tântalo começa com concentração mineral através de separação gravitacional, explorando diferenças de densidade entre minerais contendo tântalo e materiais de ganga. O processamento primário envolve digestão com ácido fluorídrico e ácido sulfúrico, convertendo óxidos em complexos fluoretos solúveis: Ta₂O₅ + 14HF → 2H₂[TaF₇] + 5H₂O. A extração com solventes orgânicos inclui metil isobutil cetona, ciclohexanona ou octanol para extrair seletivamente complexos fluoretos de tântalo de soluções aquosas. A separação do nióbio explora comportamento diferencial sob diferentes concentrações de ácido, com o nióbio formando espécies oxifluoretos H₂[NbOF₅] que se distribuem preferencialmente em fases aquosas. A purificação culmina na precipitação do óxido tantalato hidratado através de neutralização com amônia, seguida de calcinação para Ta₂O₅. A produção do metal envolve redução com sódio a 800°C: K₂[TaF₇] + 5Na → Ta + 5NaF + 2KF.
Aplicações Tecnológicas e Perspectivas Futuras
Aplicações eletrônicas dominam o consumo de tântalo, principalmente na fabricação de capacitores utilizando pó de tântalo sinterizado como ânodos. Capacitores de tântalo alcançam razões de capacitância/volume superiores devido às camadas dielétricas finas de Ta₂O₅, permitindo miniaturização em eletrônicos portáteis. Aplicações em superligas exploram as propriedades refratárias do tântalo em componentes de motores a jato, equipamentos de processamento químico e componentes de fornos de alta temperatura. Implantes cirúrgicos utilizam a biocompatibilidade e capacidade de osseointegração do tântalo, especialmente em aplicações ortopédicas e dentárias. Indústrias de processamento químico empregam reatores e trocadores de calor revestidos com tântalo para ambientes corrosivos. Aplicações emergentes incluem ressoadores para computação quântica, alvos de pulverização para fabricação de semicondutores e pós para manufatura aditiva. Direções de pesquisa focam em catalisadores baseados em tântalo para aplicações em química verde e sistemas avançados de armazenamento de energia.
Desenvolvimento Histórico e Descoberta
Anders Ekeberg descobriu o tântalo em 1802 enquanto analisava amostras minerais da Suécia e Finlândia, nomeando inicialmente o elemento em homenagem à figura mitológica grega Tântalo devido à sua "incapacidade de absorver ácido" quando imerso em soluções químicas. Confusão inicial surgiu quando William Hyde Wollaston concluiu em 1809 que tântalo e columbium (nióbio) eram elementos idênticos, baseado em densidades similares de óxidos. Este equívoco persistiu até 1844, quando Heinrich Rose demonstrou a existência de elementos distintos, propondo os nomes nióbio e pelópio para componentes dentro de amostras de tantalita. Prova definitiva da distinção entre tântalo e nióbio emergiu através dos trabalhos de Christian Wilhelm Blomstrand, Henri Sainte-Claire Deville e Louis Troost em 1864-1866. Jean Charles Galissard de Marignac produziu tântalo metálico através da redução com hidrogênio do cloreto de tântalo em 1864. Métodos comerciais de purificação evoluíram da cristalização fracionada do heptafluorotantalato de potássio para técnicas modernas de extração com solventes. Werner von Bolton alcançou produção de tântalo dúctil puro em 1903, permitindo aplicações iniciais incluindo filamentos para lâmpadas incandescentes antes da substituição pelo tungstênio.
Conclusão
O tântalo representa um elemento tecnologicamente crucial cuja combinação única de inércia química, resistência mecânica e propriedades eletrônicas garante sua relevância contínua em aplicações avançadas. Sua posição no Grupo 5 da tabela periódica, caracterizada pela configuração eletrônica d³, permite múltiplos estados de oxidação e padrões de formação de complexos essenciais à sua utilidade industrial. Direções futuras de pesquisa abrangem metodologias sustentáveis de extração, novas aplicações biomédicas explorando suas propriedades de osseointegração e aplicações eletrônicas avançadas em tecnologias quânticas. Considerações ambientais sobre práticas de mineração e fontes de minerais de conflito impulsionam o desenvolvimento de cadeias de suprimento alternativas e tecnologias de reciclagem. As propriedades excepcionais do tântalo o posicionam como material indispensável para tecnologias emergentes que exigem desempenho extremo sob condições rigorosas.

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