Elemento | |
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61PmPromécio146.91512
8 18 23 8 2 |
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Propriedades básicas | |
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Número atômico | 61 |
Massa atômica | 146.9151 amu |
Família de elementos | N/A |
Período | 6 |
Grupo | 2 |
Bloquear | s-block |
Ano de descoberta | 1945 |
Distribuição de isótopos |
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Nenhum |
Propriedades físicas | |
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Densidade | 7.26 g/cm3 (STP) |
(H) 8.988E-5 Meitnério (Mt) 28 | |
Fusão | 931 °C |
Hélio (He) -272.2 Carbono (C) 3675 | |
Ebulição | 2730 °C |
Hélio (He) -268.9 Tungstênio (W) 5927 |
Propriedades químicas | |
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Estados de oxidação (menos comum) | +3 (+2) |
Potencial da primeira ionização | 5.597 eV |
Césio (Cs) 3.894 Hélio (He) 24.587 | |
Afinidade eletrônica | 0.129 eV |
Nobélio (No) -2.33 (Cl) 3.612725 | |
Eletro-negatividade | 1.13 |
Césio (Cs) 0.79 (F) 3.98 |
Propriedades eletrônicas | |
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Elétrons por camada | 2, 8, 18, 23, 8, 2 |
Configuração eletrônica | [Xe] 4f5 |
Modelo de átomo de Bohr
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Diagrama de caixa orbital
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Elétrons de valência | 7 |
Estrutura de pontos de Lewis |
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Visualização Orbital | |
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Elétrons | - |
Promécio (Pm): Elemento da Tabela Periódica
Resumo
Promécio (Pm) é um elemento lantanídeo radioativo sintético com número atômico 61, representando um dos apenas dois elementos nas primeiras 82 posições da tabela periódica que não possuem isótopos estáveis. Este metal de terras raras exibe comportamento típico lantanídeo trivalente, formando predominantemente compostos Pm³⁺ caracterizados por coloração rosa a lavanda. Todos os isótopos do promécio são radioativos, com o promécio-145 apresentando a maior meia-vida de 17,7 anos via captura eletrônica. A instabilidade nuclear do elemento é única devido a configurações nucleares desfavoráveis previstas pela regra isóbara de Mattauch. O promécio apresenta efeitos característicos de contração lantanídea, estrutura cristalina dupla hexagonal compacta e forma diversos haletos, óxidos e complexos de coordenação. As aplicações industriais concentram-se no promécio-147, utilizado em tintas luminosas, baterias atômicas e dispositivos de medição de espessura devido às suas propriedades de decaimento beta e características de penetração da radiação.
Introdução
O promécio ocupa a posição 61 na tabela periódica como penúltimo membro da primeira série dos lantanídeos, situado entre o neodímio e o samário. Este elemento representa um caso notável de instabilidade nuclear dentro dos metais de terras raras, sendo um dos apenas dois elementos nas primeiras 82 posições que não possuem isótopos estáveis ou de longa duração. A ausência de isótopos estáveis do promécio resulta de restrições de configuração nuclear descritas pela regra isóbara de Mattauch, que proíbe isóbaros estáveis com o mesmo número de massa em elementos adjacentes. A configuração eletrônica do promécio [Xe] 4f⁵ 6s² o posiciona firmemente dentro da série dos lantanídeos, exibindo comportamento eletrônico típico do bloco f e propriedades químicas intermediárias entre seus vizinhos neodímio e samário. O elemento foi isolado e caracterizado pela primeira vez em 1945 a partir de produtos de fissão do urânio no Laboratório Nacional Oak Ridge, concluindo uma busca de décadas pelo elemento 61 previsto pelos estudos sistemáticos de Moseley sobre números atômicos em 1914. Nomeado em homenagem a Prometheus, o Titã que roubou o fogo dos deuses na mitologia grega, o promécio simboliza tanto as promessas quanto os perigos potenciais da tecnologia nuclear.
Propriedades Físicas e Estrutura Atômica
Parâmetros Atômicos Fundamentais
O promécio exibe número atômico 61 com uma configuração eletrônica no estado fundamental de [Xe] 4f⁵ 6s², posicionando cinco elétrons na subcamada 4f e dois no orbital 6s. O raio atômico do promécio mede aproximadamente 183 pm, representando o segundo maior valor entre todos os lantanídeos e constituindo uma exceção notável à tendência geral de contração lantanídea. Este comportamento anômalo surge da configuração 4f⁵ semi-preenchida, que fornece estabilidade eletrônica adicional e resulta em uma carga nuclear efetiva reduzida experimentada pelos elétrons externos. O raio iônico de Pm³⁺ mede 97,3 pm em coordenação octaédrica, intermediário entre Nd³⁺ (98,3 pm) e Sm³⁺ (95,8 pm). As energias sucessivas de ionização seguem o padrão esperado para lantanídeos: primeira energia de ionização 540 kJ/mol, segunda energia de ionização 1050 kJ/mol e terceira energia de ionização 2150 kJ/mol, refletindo a remoção de elétrons 6s e 4f. A carga nuclear efetiva experimentada pelos elétrons de valência é aproximadamente 2,85, explicando o blindagem significativa pelas camadas eletrônicas internas.
Características Físicas Macroscópicas
O metal promécio exibe aparência metálica prateada-branca com características típicas dos lantanídeos. O elemento cristaliza em duas formas alotrópicas distintas: uma α-forma de baixa temperatura com estrutura dupla hexagonal compacta (dhcp) e grupo espacial P63/mmc, e uma β-forma de alta temperatura com estrutura cúbica de corpo centrado (bcc) e grupo espacial Im3m. A transição de fase α → β ocorre a 890°C, acompanhada por redução na densidade de 7,26 g/cm³ para 6,99 g/cm³. A α-forma dhcp apresenta parâmetros de rede a = 365 pm, c = 1165 pm com razão c/a de 3,19, enquanto a β-forma bcc mostra a = 410 pm. O ponto de fusão do promécio é 1042°C, e o ponto de ebulição estimado é 3000°C com base em tendências periódicas. O calor de fusão mede 7,13 kJ/mol, enquanto o calor de vaporização é estimado em 289 kJ/mol. A capacidade térmica específica a 25°C é 27,20 J/(mol·K), consistente com previsões da lei de Dulong-Petit. O elemento exibe dureza Vickers de 63 kg/mm², indicando propriedades mecânicas típicas dos lantanídeos. A resistividade elétrica à temperatura ambiente é aproximadamente 0,75 μΩ·m, refletindo comportamento de condução metálica.
Propriedades Químicas e Reatividade
Estrutura Eletrônica e Comportamento de Ligação
A configuração eletrônica do promécio governa seu comportamento químico, com a configuração 4f⁵ proporcionando estabilidade moderada através dos efeitos de subcamada semi-preenchida. O promécio adota prontamente o estado de oxidação +3 através da perda de dois elétrons 6s e um elétron 4f, formando o íon Pm³⁺ com configuração eletrônica [Xe] 4f⁴. O íon resultante Pm³⁺ exibe coloração rosa devido a transições eletrônicas f-f, com máximos de absorção no espectro visível consistentes com outros lantanídeos trivalentes. O símbolo do termo fundamental para Pm³⁺ é ⁵I₄, originado do acoplamento Russell-Saunders de quatro elétrons f não emparelhados. O promécio também pode formar o estado de oxidação +2 sob condições redutoras, análogo ao samário e európio, com cálculos termodinâmicos sugerindo estabilidade do PmCl₂ similar à do SmCl₂. As contribuições de ligação covalente em compostos de promécio permanecem mínimas devido à má sobreposição entre orbitais f e orbitais de ligantes, resultando em caráter predominantemente iônico. Os números de coordenação geralmente variam de 8 a 12 em compostos sólidos, refletindo o grande raio iônico e preferências de ligação eletrostática.
Propriedades Eletroquímicas e Termodinâmicas
O promécio exibe valores de eletronegatividade de 1,13 na escala Pauling e 1,07 na escala Allred-Rochow, consistentes com outros lantanídeos e indicando caráter eletropositivo. O potencial eletrodo padrão para o par Pm³⁺/Pm é -2,42 V versus eletrodo padrão de hidrogênio, similar aos lantanídeos vizinhos e confirmando o caráter redutor forte do elemento. A afinidade eletrônica é estimada em 50 kJ/mol com base em tendências periódicas, indicando mínima tendência à formação de ânions. A pequena separação entre energias sucessivas de ionização (540 kJ/mol para a primeira, 1050 kJ/mol para a segunda) facilita a formação de íons Pm²⁺ sob condições adequadas. A entalpia de hidratação de Pm³⁺ mede -3560 kJ/mol, intermediária entre Nd³⁺ (-3590 kJ/mol) e Sm³⁺ (-3540 kJ/mol), refletindo tendências de raio iônico. A entalpia padrão de formação de Pm³⁺(aq) é -665 kJ/mol, enquanto a entropia padrão é -226 J/(mol·K). Esses parâmetros termodinâmicos indicam estabilidade moderada de íons Pm³⁺ em solução aquosa e comportamento típico de lantanídeos em meio aquoso. A química redox envolve principalmente o par Pm³⁺/Pm²⁺, com potencial de redução padrão estimado em -1,55 V.
Compostos Químicos e Formação de Complexos
Compostos Binários e Ternários
O óxido de promécio (Pm₂O₃) representa o composto binário mais termodinamicamente estável, formado pela oxidação direta do metal ou decomposição térmica de sais de promécio. O óxido exibe três polimorfos distintos: uma forma cúbica desordenada (Ia3, a = 1099 pm) estável em temperaturas moderadas, uma forma monoclínica (C2/m) estável em temperaturas intermediárias, e uma forma hexagonal (P3m1) estável em altas temperaturas. As transições cúbica → monoclínica → hexagonal ocorrem aproximadamente a 600°C e 1750°C respectivamente, com densidades de 6,77, 7,40 e 7,53 g/cm³ para as respectivas fases. Os haletos de promécio demonstram comportamento típico de lantanídeos com energias de rede decrescentes seguindo a ordem F⁻ > Cl⁻ > Br⁻ > I⁻. O trifluoreto de promécio (PmF₃) exibe coloração roxo-rosada, estrutura cristalina hexagonal (P3c1) e ponto de fusão de 1338°C. O tricloreto (PmCl₃) apresenta coloração lavanda, estrutura hexagonal (P6₃/mc) e funde a 655°C. O tribrometo (PmBr₃) e o triiodeto (PmI₃) cristalizam em estruturas ortorrômbica (Cmcm) e romboédrica (R3) respectivamente, com pontos de fusão de 624°C e 695°C. Os sulfetos, nitretos e fosfetos binários seguem estequiometrias típicas de lantanídeos, embora a caracterização estrutural detalhada permaneça limitada devido à escassez do material.
Química de Coordenação e Compostos Organometálicos
O promécio forma complexos de coordenação extensos com diversos ligantes, exibindo comportamento típico de lantanídeos com números de coordenação elevados e ligação predominantemente eletrostática. O primeiro complexo de coordenação caracterizado envolveu ligantes neutros PyDGA (N,N-dietil-2-piridina-6-carboxamida) em solução aquosa, demonstrando números de coordenação de 8-9 com arranjos bidentados. O nitrato de promécio (Pm(NO₃)₃) forma cristais rosa isomorfos ao nitrato de neodímio, indicando ambientes de coordenação similares. Em solução aquosa, Pm³⁺ geralmente coordena 8-9 moléculas de água na esfera de coordenação primária com águas adicionais nas esferas externas. Ligantes quelantes como EDTA, DTPA e aminopolycarboxilatos relacionados formam complexos estáveis com constantes de formação similares a outros lantanídeos trivalentes. Éteres coroa e criptandos exibem afinidade moderada por íons Pm³⁺, com padrões de seletividade seguindo preferências de raio iônico. A química organometálica permanece amplamente inexplorada devido aos desafios sintéticos, embora ligantes ciclopentadienil e relacionados com ligação π sejam esperados formar complexos similares a outros lantanídeos. As constantes de formação de complexos geralmente decrescem ao longo da série dos lantanídeos devido ao aumento da densidade de carga, com o promécio exibindo comportamento intermediário entre neodímio e samário.
Ocorrência Natural e Análise Isotópica
Distribuição e Abundância Geoquímicas
O promécio natural ocorre em quantidades extremamente traço na crosta terrestre, com abundância total estimada de aproximadamente 500-600 gramas em qualquer momento dado. Esta escassez extraordinária resulta da ausência de isótopos estáveis e meias-vidas relativamente curtas de todos os nuclídeos de promécio comparadas às escalas de tempo geológicas. As fontes naturais primárias incluem rara emissão alfa do európio-151 para promécio-147 com meia-vida de 4,62 × 10¹⁸ anos, e fissão espontânea do urânio-238 produzindo vários isótopos de promécio. A degradação do európio-151 contribui com aproximadamente 12 gramas de promécio natural na crosta, enquanto a fissão espontânea do urânio contribui com cerca de 560 gramas. As concentrações de promécio em minérios naturais atingem níveis máximos de 4 × 10⁻¹⁸ por massa em uraninita (pechblenda), representando uma das menores abundâncias elementares em materiais terrestres. O comportamento geoquímico segue padrões típicos de lantanídeos trivalentes quando o promécio é artificialmente introduzido em sistemas naturais, exibindo forte afinidade por minerais fosfáticos, argilas e matéria orgânica. O elemento mostra mínima fracionamento de outros lantanídeos durante processos de intemperismo e sedimentação, mantendo razões de abundância relativa condriticas na maioria dos ambientes.
Propriedades Nucleares e Composição Isotópica
O promécio representa o elemento mais nuclearmente instável entre os primeiros 84 elementos, com 41 isótopos conhecidos variando de ¹²⁶Pm a ¹⁶⁶Pm e 18 isômeros nucleares. A instabilidade isotópica surge do número atômico ímpar combinado com efeitos de casca nuclear que previnem a formação de configurações com números mágicos. O promécio-145 exibe a maior meia-vida de 17,7 anos, decaindo primariamente via captura eletrônica (99,9997%) com ramificação alfa menor (2,8 × 10⁻⁷ %) para praseodímio-141. A atividade específica do ¹⁴⁵Pm atinge 5,13 TBq/g (139 Ci/g), indicando altos níveis de radioatividade. O promécio-147 é o isótopo mais importante tecnologicamente com meia-vida de 2,62 anos, decaindo via emissão beta-menos para samário-147 estável com energia beta máxima de 224 keV. Outros isótopos significativos incluem ¹⁴⁴Pm (363 dias, captura eletrônica), ¹⁴⁶Pm (5,53 anos, captura eletrônica) e ¹⁴⁸mPm (43,1 dias, transição interna). Os modos de decaimento nuclear variam sistematicamente com o número de massa: isótopos mais leves sofrem captura eletrônica e emissão de pósitron, enquanto isótopos mais pesados decaem via emissão beta-menos. Vários isótopos de promécio exibem possibilidades teóricas de decaimento alfa, embora apenas o ¹⁴⁵Pm mostre emissão alfa observada experimentalmente com meia-vida parcial de 6,3 × 10⁹ anos.
Produção Industrial e Aplicações Tecnológicas
Métodos de Extração e Purificação
A produção industrial de promécio depende exclusivamente de métodos de síntese artificial devido à sua abundância natural insignificante. O caminho primário de produção envolve bombardeamento de urânio-235 com nêutrons térmicos em reatores nucleares, gerando promécio-147 como produto de fissão com rendimento aproximado de 2,6%. O Laboratório Nacional Oak Ridge historicamente produziu até 650 gramas anualmente durante períodos de pico na década de 1960 através de processamento especializado de combustível de urânio e separação de produtos de fissão. A cromatografia de troca iônica com resinas quelantes proporciona o método mais eficaz de purificação, explorando diferenças sutis nas constantes de formação de complexos entre lantanídeos. O ácido dietilenotriamina-pentacético (DTPA) serve como eluente eficaz, alcançando fatores de separação de 1,5-2,0 entre promécio e lantanídeos vizinhos. Métodos alternativos de produção incluem bombardeamento de carbeto de urânio com prótons em aceleradores de partículas e ativação neutrônica de neodímio-146 enriquecido. Técnicas de extração com solventes usando fosfato de tributila ou ácido bis(2-etil-hexil) fosfórico permitem concentração e purificação a partir de soluções diluídas de produtos de fissão. A redução eletroquímica de fluoreto de promécio com metal lítio a 1100°C produz promécio metálico segundo a reação PmF₃ + 3Li → Pm + 3LiF. A capacidade global atual de produção permanece limitada a quantidades de pesquisa, com a Rússia mantendo a única instalação significativa desde o fim das operações norte-americanas no início dos anos 1980.
Aplicações Tecnológicas e Perspectivas Futuras
As aplicações do promécio-147 exploram suas características de decaimento nuclear favoráveis: meia-vida moderada, emissão beta pura e radiação pouco penetrante. Tintas luminosas incorporam promécio-147 com sulfeto de zinco ou fosforos similares, proporcionando capacidade auto-luminosa para sinalização de emergência, mostradores de relógios e painéis de instrumentos. Estes sistemas fornecem saída de luz estável por vários anos sem energia externa, superior às alternativas baseadas em rádio devido a menores riscos à saúde e degradação de fosforos. Baterias atômicas utilizam partículas beta do promécio-147 para gerar corrente elétrica através de junções semicondutoras, tipicamente produzindo potência na escala de miliwatts com vidas úteis de 5-10 anos. A primeira bateria atômica de promécio, construída em 1964, gerou vários miliwatts a partir de um volume de 2 polegadas cúbicas incluindo blindagem. As aplicações de medição de espessura utilizam fontes de promécio-147 para determinar espessura de materiais medindo intensidade de radiação transmitida, proporcionando medição sem contato para controle de qualidade industrial. Aplicações futuras potenciais incluem fontes portáteis de raios X para medicina e segurança, sistemas auxiliares de energia para sensores remotos e missões espaciais, e baterias nucleares especializadas para implantes médicos. Restrições econômicas limitam a adoção ampla devido aos altos custos de produção, estimados em US$ 1.000-5.000 por grama para promécio-147 de alta pureza. Considerações ambientais favorecem o promécio sobre radioisótopos alternativos devido à meia-vida moderada, radiação de baixa energia e ausência de produtos de decaimento de longa duração.
Desenvolvimento Histórico e Descoberta
A descoberta do promécio representa uma das buscas elementares mais prolongadas na história da química, estendendo-se da previsão teórica à isolamento de laboratório por quatro décadas. Em 1902, o químico tcheco Bohuslav Brauner observou diferenças de propriedades inesperadamente grandes entre o neodímio (elemento 60) e o samário (elemento 62), sugerindo um elemento intermediário. Os estudos pioneiros de espectroscopia de raios X de Henry Moseley em 1914 confirmaram o elemento 61 ausente identificando lacunas sistemáticas em sequências de números atômicos. Múltiplas descobertas falsas marcaram a busca, começando em 1926 com Luigi Rolla e Lorenzo Fernandes alegando isolamento de "florentium" a partir de monazita brasileira, e Smith Hopkins e Len Yntema anunciando "illinium" a partir de pesquisa na Universidade de Illinois. Ambas alegações foram posteriormente refutadas quando as linhas espectrais observadas foram atribuídas ao didímio e várias impurezas em vez do elemento 61. A formulação da regra isóbara por Josef Mattauch em 1934 forneceu justificativa teórica para a ausência de isótopos estáveis do elemento 61, explicando as buscas terrestres infrutíferas. Um experimento parcialmente bem-sucedido por H.B. Law na Universidade Estadual de Ohio em 1938 produziu nuclídeos radioativos que provavelmente eram isótopos de promécio, mas careciam de identificação química definitiva. A descoberta definitiva ocorreu em 1945 no Laboratório Nacional Oak Ridge (então Laboratório Clinton) quando Jacob Marinsky, Lawrence Glendenin e Charles Coryell isolaram e caracterizaram o promécio a partir de produtos de fissão do urânio usando técnicas de troca iônica. Os pesquisadores inicialmente propuseram "clintonium" em referência ao laboratório, mas acabaram adotando "prometheum" sugerido por Grace Mary Coryell, posteriormente modificado para "promécio" por consistência com outros nomes metálicos. A primeira amostra metálica de promécio foi produzida em 1963 através da redução com lítio do fluoreto de promécio, possibilitando medição de propriedades físicas fundamentais e completando a caracterização do elemento 61.
Conclusão
O promécio ocupa posição única entre os elementos como o único lantanídeo sem isótopos estáveis, representando um exemplo singular de instabilidade nuclear dentro da série das terras raras. A descoberta do elemento resolveu a última lacuna remanescente nos primeiros 84 elementos da tabela periódica e demonstrou o poder da química nuclear em produzir materiais previamente desconhecidos. O comportamento químico do promécio exemplifica características típicas de lantanídeos ao mesmo tempo em que fornece insights sobre estrutura eletrônica e ligação do bloco f. As aplicações tecnológicas do elemento, embora especializadas, demonstram utilidade prática de materiais radioativos em sistemas de geração de energia e medição. Oportunidades futuras de pesquisa incluem desenvolvimento de métodos de produção mais eficientes, exploração de complexos de coordenação novos e investigação de possíveis aplicações médicas. O entendimento das propriedades nucleares do promécio contribui para o conhecimento mais amplo de estabilidade nuclear e caminhos de síntese para elementos superpesados. O elemento serve como testemunho da interseção entre previsão teórica, descoberta experimental e aplicação prática na química moderna e ciência nuclear.

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